ESCOLA DE EDUCAÇÃO
BÁSICA PROFESSORA ADELINA RÉGIS
PROJETO IDENTIDADE/2015
I - OBJETIVOS:
Despertar
na comunidade escolar o interesse por sua história e pela história que o cerca,
por meio da qual a pessoa vai se construindo e construindo suas relações, trocando
e produzindo saberes.
Criar
na comunidade escolar uma identificação com a unidade escolar de tal modo que
todos se sintam envolvidos com o cotidiano escolar e o projeto pedagógico.
Investigar desafios enfrentados pelos estudantes na sua relação consigo
mesmo, com a escola, com as famílias e a comunidade em geral de modo a
valorizar a pessoa do estudante e sua autonomia na produção de conhecimentos.
II - JUSTIFICATIVAS:
A atualização da Proposta Curricular de Santa Catarina foi pautada
pela teoria histórico-cultural (Compreensão do ser humano como um sujeito em
construção).
Sob esta ótica o Projeto Identidade, desenvolvido já há alguns
anos pela Escola Adelina Régis, necessita de uma repaginação no modelo como vem
sendo desenvolvido.
A última atividade do Caderno I, etapa II do Curso do SISMEDIO,
sugere a criação de uma proposta de ação curricular na área de Ciências Humanas
baseada na formulação de um problema a ser investigado.
Uma vez que o projeto foi repaginado ele pode ser aplicado para
todas as turmas da escola, inclusive noturno e regular vespertino.
III
- ESTRATÉGIAS:
-
Apresentar o roteiro para a construção do projeto aos professores e gestores da
unidade escolar.
-
Depois de aprovado e devidamente corrigido, alterado, modificado, apresentar
aos estudantes e demais membros da comunidade escolar.
-
Reunir os pais dos alunos envolvidos no projeto e apresentar também a estes os
passos que serão seguidos na construção, produção e sistematização de todos os
dados.
-
Concluir a sistematização dos dados, transformando-os em pequenos vídeos
produzidos pelos próprios alunos e por seus familiares.
-
Editar os projetos de cada turma em forma de livro que poderá ser adquirido
pelos alunos e por seus familiares.
IV
- PRAZOS:
Março
realizar as reuniões com os grupos envolvidos (professores, gestores,
funcionários alunos e pais, Conselho Deliberativo, APP).
Abril
realizar uma palestra sobre o tema identidade pessoal e comunitária e
construção da pessoa e suas relações. (Palestrantes sugeridos: Professor
universitário e psicólogo padre Deolino Baldissera e com o professor
universitário Ivan Lago).
Maio
tempo de pesquisa e produção do projeto pelos alunos e seus familiares.
Junho
correção ortográfica, artística, histórica da produção.
Julho
sistematização do projeto e construção dos vídeos familiares com a história
pessoal.
Agosto
diagramação do projeto para editoração do livro.
Setembro
publicação da primeira edição do livro: Adelina Régis – Identificação e
história.
V
– RESPONSABILIDADES
Apresentação
do projeto aos professores – ATP e Orientação Educacional;
Reunião
com os pais, APP, e conselho deliberativo – Professores de Filosofia;
Organização
das palestras – Equipe gestora da Escola;
Organização
da pesquisa – aplicação aos alunos:
a)
Professores de Sociologia – Biografia pessoal.
b)
Professores de Biologia e química – Biografia Genética.
c)
Professores de Língua Portuguesa e Literatura –
Histórico de leitura.
d)
Professores de Educação Física – Esportes e hobbies.
e)
Professores de
Arte, música e dança – Arte, música e dança.
f)
Professores de história – História social.
g)
Professores de Filosofia – Tensões e realizações
pessoais.
h)
Professores de Matemática e Física – Biografia profissional e sonhos
que quer realizar.
i)
Professores de Inglês – Redação do texto que será
publicado em Inglês no projeto identidade.
j)
Professores de Língua Portuguesa e Literatura –
Correção da produção dos alunos.
k)
Professores de Informática, Artes e Orientador de
Convivência – Diagramação da produção e construção da capa do livro.
ROTEIRO PARA CONSTRUÇÃO DO PROJETO
A
vida de cada pessoa é uma história que começa com o seu nascimento, entretanto
o mundo que o circundará a partir deste fato, já estava aí. Entrando para a
história a pessoa humana vai construindo e sendo construída numa teia de
relações que vai perdurar por toda a sua existência.
I
– BIOGRAFIA PESSOAL
Nome:
Data
de Nascimento:
Filiação:
Avós:
Neste
momento da minha história resido com:
Na
sua casa residem: ( ) irmãos (
)meio irmãos ( )irmãos de criação ( )tios (
) avós
Na
ordem dos irmãos qual a posição que você ocupa?
Profissão
do seu Pai:
Profissão
da sua mãe:
Caso
você esteja morando com outras pessoas que não seu pai e sua mãe, descreva
abaixo (nome, parentesco, e profissão de cada um deles).
Naturalidade:
(cidade e estado) Nasceu e cresceu na cidade ou no campo?
Na
sua casa quem mandava mais: ( )pai (
)mãe ( )Irmão
( )irmã (
)avô ( )avó
( )padrasto (
)Madrasta ( ) outra pessoa.
Você
cresceu até os 10 anos morando com quem?
II
- BIOGRAFIA GENÉTICA
Descreva
a cor dos seus olhos, cabelos, da pele, seu tipo sanguíneo. É portador de
alguma doença crônica ou genética. Na sua família algum membro tem doença
crônica ou hereditária. Tem algum histórico de obesidade na família. Alergia ou
intolerância a determinados alimentos. Na sua casa alguém ou você faz uso
contínuo de medicamentos e como esses medicamentos chegam à sua casa. É
portador de necessidades especiais com laudo médico que recomenda inclusão
social.
III
- HISTÓRIA DE LEITURA
Descreva
o que você sabe sobre o tempo, que seus pais frequentaram a escola: (onde,
quantos, anos, como era o transporte escolar, etc...).
Escreva,
utilizando imagens e fotos, sua história de leitura: com quantos anos foi
alfabetizado, quais eram suas leituras preferidas, na sua casa alguém tinha o
hábito de leituras de jornais, revistas, livros, etc.
Você
conheceu cinema, internet, telefone celular e outros meios de comunicação com
que idade. Como foi sua relação com estes MCS.
Relate
sua história escolar, pontos positivos e negativos da sua vida estudantil até a
presenta data.
Você
e sua família falam habitualmente sobre sua vida escolar. Com que frequência
seus pais visitam a escola onde você estuda. O uso do uniforme escolar é um
assunto que ocupa as rodas de conversa na sua casa e com seus amigos. Cite
pontos importantes para uso do uniforme e pontos negativos.
Você
escolheu a EEB Adelina Régis para fazer o ensino médio, descreva pelo menos
quatro razões para isso. Você recomendaria a escola para seus amigos e
conhecidos? Cite pelo menos duas razões.
IV - ESPORTES E HOBBIES
Sua
família tem histórico na prática de esportes? Quais?
Você
costuma praticar quais esportes regularmente?
Jogo
em algum time de futebol ou outra equipe de competições esportivas na escola ou
fora dela? Qual sua reação quando seu time vence e quando perde algum jogo ou
competição?
Torce
por algum time de futebol, equipe, ou
desportista de renome nacional? Qual sua
reação diante do sucesso ou do fracasso do seu time/equipe/pessoa preferida.
Cultivou
ou cultiva algum ídolo do esporte? Quais as qualidades que o levaram a
idolatrar esta pessoa?
Sente
ou sentiu alguma vez vontade de imitar ou desenvolver as qualidades ou virtudes
do seu ídolo?
V
- ARTES, MÚSICA E DANÇA
Você
ou alguém da sua família participa de algum grupo de teatro, musica ou dança?
Qual seu estilo de música preferida. Na sua casa qual o estilo musical
preferido. Ouve-se rádio com regularidade. Qual a média diária em horas que a
TV fica ligada na sua casa. Sua família costuma assistir juntos alguma
programação televisa. Descreva como acontece este hábito familiar.
VI
- HISTÓRIA SOCIAL
Descreva
o lugar (lugares) onde você viveu até completar 10 anos de idade:
Procure
lembrar quem eram seus(uas) amigos(as) preferidos(as):
Conte
alguma lembrança significativa dos seus amigos:
Seus
pais praticam ou praticavam alguma religião?
O
que você sabe/ia sobre a religião dos seus pais?
Seus
pais e você mesmo ainda acham importante a prática de alguma religião? Descreva
dizendo os porquês.
Cite
alguns aspectos da sua trajetória pessoal que tenha marcado a sua vida:
Se
você pudesse o que modificaria na educação que recebeu em casa:
Descreva
pelo menos duas dificuldades que encontrou na sua trajetória pessoal até o
presente momento:
Descreva
três sonhos que você desejava realizar quando criança:
Conte
uma realização pessoal que você já teve
até o momento:
Descreva
algum sofrimento que sua família experimentou e que deixou marcas na sua vida:
VII
- TENSÕES E REALIZAÇÕES PESSOAIS
Descreva
sua vida afetiva, o que você pensa destacando aspectos positivos e negativos da
sexualidade para os adolescentes e jovens.
Fale
sua opinião sobre o casamento e as relações entre o casal e os namorados.
Nas
relações familiares e de namoro descreva alguns valores, contra valores, medos
e angústias que você cultiva.
Descreva
três sonhos que você ainda cultiva para o seu futuro
VIII
- BIOGRAFIA PROFISSIONAL
Sua
família tem situação econômica que Você considera digna. As pessoas de sua
família tem trabalho fixo e garantido. Você gostaria de seguir a profissão dos
seus pais ou de pessoas próximas da sua
família. Descreva sua situação habitacional, de mobilidade, e hábitos de viagem
e férias. Fale sobre suas expectativas profissionais e vocacionais
IX
- SONHOS QUE QUER REALIZAR
Imagine-se
num disco voador sendo levado para um ponto após o fim de sua vida. Lá você
estará assistindo um clip com toda a sua história de vida, descreva rapidamente
o que você gostaria de mudar se tivesse oportunidade de fazer.
ALIMENTAÇÃO
ESCOLAR - MITOS E VERDADES
Caderno II - Etapa I I - Página 44
OBJETIVOS:
Verificar os hábitos alimentares da comunidade escolar e sua
relação com a alimentação escolar;
Provocar um estudo mais aprofundado sobre a qualidade nutricional
da alimentação escolar e das necessidades de consumo diário para o ser humano;
Desmistificar a ideia de que a alimentação escolar é um problema
para a ser considerado no que se refere a permanência dos alunos na unidade
escolar em período integral;
Conhecer a composição da alimentação escolar, a origem e a
qualidade do que é servido no almoço da escola e na refeição do noturno;
Verificar a procedência da alimentação escolar e sua adequação à
legislação vigente;
JUSTIFICATIVAS:
A frequente queixa da comunidade escolar em relação a qualidade da
alimentação tem se tornado uma dificuldade para convencer parte significativa
dos alunos a se alimentar diariamente na escola.
A falta de transparência por parte da empresa licitada para o
fornecimento da alimentação escolar e o desconhecimento do contrato e
responsabilidade pela elaboração do cardápio
diário da alimentação servida na escola.
Atender a necessidade de realização de atividade avaliativa do
programa de formação continuada do Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio.
ESTRATÉGIAS:
Pesquisar as variedades da alimentação servida na escola, fazer uma pesquisa bibliográfica utilizando a
rede mundial de computadores sobre o valor nutricional destes alimentos;
Realiza estudo sobre os valores de referência que um organismo
necessita consumir diariamente como condição para uma alimentação saudável,
para isso servir-se dos recursos das TDIC;
Realizar pesquisa sobre as normas relativas a alimentação escolar
estabelecidas por lei federal, neste caso acesso sites e páginas do governo
federal;
Realizar painel digital com fotos dos alimentos servidos nas
refeições escolares e na residência das famílias (neste ponto as fotos devem
ser datadas);
Realizar entrevistas com as famílias dos estudantes e outras
pessoas da comunidade sobre os hábitos alimentares (neste caso utilizando
aparelhos celulares, produzindo vídeos com os entrevistados);
Entrevistar alunos e produzir vídeos considerando as razões pelas
quais se alimentam ou deixam de se alimentar na escola;
Entrevistar e produzir
vídeo com a nutricionista da empresa NUTRIPLUS, licitada para o fornecimento da
alimentação escolar;
Visitar e produzir um acervo fotográfico digital do depósito com
os alimentos armazenados na escola e que serão servidos na alimentação escolar;
Visitar, fotografar e entrevistar os responsáveis pelo
fornecimento da alimentação escolar oriunda da agricultura familiar;
Conhecer o contrato firmado entre o estado e a empresa licitada
para o fornecimento a alimentação escolar bem como os critérios para composição
do cardápio diário.
PRAZOS:
Março e abril - Realização da pesquisa bibliográfica;
Maio - Realização do levantamento fotográfico a que se referem as
justificativas e realização das entrevistas com alunos, familiares,
nutricionista e comunidade;
Maio- Pesquisa sobre a legislação, o contrato e a elaboração do
cardápio;
Junho - Confrontação entre o resultado da pesquisa bibliográfica,
com o contrato e a contratante, o cardápio e o que é servido na escola durante
o mês;
Julho – Redação final do projeto e exposição dos resultados em
painéis escritos e na forma de Power point no refeitório da escola durante as
refeições;
Julho – Publicação dos resultados nos espaços digitais mantidos
pela escola (Face, blog, rádios e jornais).
RESPONSABILIDADES:
Pesquisa bibliográfica sobre os valores nutricionais – Professores
de biologia e química.
Pesquisa sobre a legislação referente a merenda escolar –
professores de sociologia e filosofia.
Levantamento fotográfico e pesquisa de campo – Professores de
Artes, Geografia e história.
Realização das entrevistas – Professores de Educação Física,
Música e Dança, Orientadores de Convivência.
Sistematização e confrontação dos dados e elaboração dos gráficos
– Professores de física e matemática e informática.
Redação final do projeto – Professores de Língua Portuguesa e
Literatura e Língua Estrangeira (Inglês) e informática.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados alcançados, os professores podem
apresentar questionamentos e análises complementares, como por exemplo: a
qualidade dos alimentos consumidos, suas influências nas condições de vida e
de saúde, o impacto dos hábitos alimentares no meio ambiente, as relações entre
alimentação e cultura, a diversidade dos hábitos alimentares entre grupos e
sociedades ao longo da história, o problema da fome, as relações entre
interesses econômicos, produção e comércio de alimentos, entre outros.
Na verdade, o que propomos é que vocês, professores e professoras,
criem uma investigação científica geradora de conhecimentos significativos,
valorizadora da autonomia dos estudantes e propiciadora de possíveis mudanças
nas atitudes dos estudantes. Para isso, é fundamental que haja
interdisciplinaridade e integração de saberes.
ATIVIDADE II - CADERNO II - ETAPA II
“Eu nasci assim,
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim”
Caro aluno, Você já tem uma história de vida e tem consciência da sua trajetória. Percebeu que já realizou muitos projetos, mas também que tantos outros permaneceram no campo dos sonhos.
Dê agora, asas a sua imaginação, pense que a realização dos seus sonhos vai depender de como está construindo o presente. Imagine-se que você está impregnado da sua realidade como a água do mar está impregnada de sal. Para dessalinizar esta água terá que realizar um processo que significa perder sua identidade e construir uma nova.
Descreva, de forma criativa, quais são seus valores atuais, seus planos para o futuro, e como se imagina daqui a 10 anos. Certamente você já teve sonhos e desejos que gostaria de realizar.
Sugiro que Você se imagine num disco voador sendo levado para um ponto imaginário daqui a 10 anos. Lá você poderá assistir a um curta metragem com toda a história da sua vida na última década. Imagine-se contando sua história para uma pessoa que está interessada em saber sua história. Não se preocupe com a estrutura das frases e a ortografia, mas inclua tudo o que você acha realmente importante.
CERCO DE JERICÓ
Atividade I - caderno II - Etapa 2
Página 26
Página 26
A minha escola não tem personagem
A minha escola tem gente de verdade
Alguém falou do fim do mundo,
O fim do mundo já passou
Vamos começar de novo:
Um por todos, todos por um.
(Vamos fazer um filme. Legião Urbana).
A expressão que é utilizada por grupos
católicos fundamentalistas e que interpretam de modo descontextualizado o
capítulo 6 do livro de Josué na Bíblia Sagrada, pode ser parafraseado no que se
refere às questões de interdisciplinaridade na concepção curricular
contemporânea. A ideia de disciplinas
estanques e que se bastam a si mesmas foi de tal modo cristalizada durante o
século XX, que romper esta muralha é uma ação comparável ao “Cerco de Jericó!”
Para que aconteça o processo de
interdisciplinaridade será necessário que “valentes guerreiros” contornem todo
o processo pedagógico e reinventem a escola e o seu modelo de ensino.
A iniciativa de agrupar em áreas afins os
componentes curriculares se constitui um passo para compreender que não existem
fronteiras, mas este processo ainda pode ser equiparado ao conceito Freudiano
de “camadas” sobrepostas sem, contudo
permitir que aconteça a integração entre elas.
As longas e intermináveis discussões sobre
interdisciplinaridade esbarram na compreensão departamentalista que ainda impera nos diversos níveis da educação
básica e superior. Faz parte do
discurso comum da quase totalidade de experiências da formação docente a
preocupação e a indicação de pistas para a superação do individualismo
pedagógico, entretanto, entre o discurso e a prática ainda permanece uma “Jericó, cidade murada, tinha se fechado diante dos israelitas, e ninguém
saía dela nem podia entrar”.
As escolas e
seu corpo docente ainda estão distantes da compreensão de que a escola não tem
personagem e nas quais um é por todos e todos por um.
Na
perspectiva de um trabalho interdisciplinar e tendo foco na atualização da
Proposta Curricular de Santa Catarina, pode-se tomar o conceito de “Ética”
desdobrando-o numa ação interdisciplinar facilitando ao estudante apropriar-se
dele conectando-o com o seu cotidiano e a realidade na qual está inserido.
Para efeito
didático facilita a apresentação do conceito dispondo-o numa tabela, embora na
prática pedagógica a grade não pode se constituir em espaço determinado para
ação.
CONCEITO FUNDAMENTAL – APLICAÇÃO NOS DISTINTO COMPONENTES
|
||
ÉTICA
|
Filosofia
|
Compreensão dos diversos filósofos ao longo da história.
|
História
|
Questões éticas nos diversos sistemas de governo.
|
|
Geografia
|
Ética ambiental e de preservação do solo.
|
|
Sociologia
|
Questões de ética na política contemporânea.
|
|
Matemática
|
Números e cálculos relativos à falta de ética no cotidiano.
|
|
Biologia
|
Bioética, Transgenia
e pesquisas.
|
|
Língua Portuguesa
|
Interpretação de texto com temas de ética nos diversos
momentos da história. Trabalhar concordância, acentuação, pontuação na
produção de textos sobre ética.
|
|
Língua estrangeira
|
Tradução e interpretação de texto sobre ética nas relações internacionais
contemporâneas.
|
|
Educação Física
|
Ética nos esportes, cartolagem.
|
|
Artes
|
Manifestações de ética na arte.
|
|
Música e dança pode ser trabalhado questões éticas
relativas a diversidade e inclusão das minorias.
|
Como conclusão do trabalho o texto citado na
página 9 da caderno I da segunda etapa permite compreender melhor o significado
e a urgência desta ação transdisciplinar para a educação contemporânea:
“ Se as humanidades tem um
futuro... será um futuro que envolve retornar ao passado e habitar este momento
interdisciplinar pré-disciplinário. Não para se afastar da história do contexto e da cultura, mas ao contrário
disso para fazer justamente o oposto: Concluir que Freud estava mais certo do que ele mesmo poderia supor quando
imaginou a mente humana como sendo uma cidade tal como Roma, camada sobre
camada, não substituindo umas às outras, mas coabitando com o passado. Neste
momento enquanto estudiosos nossa tarefa é reimaginar as fronteiras do que
chegamos acreditar serem as disciplinas
e ter a coragem de repensá-las”.
(Garber 2001 – p. 95 – 96)
Isso é o que parece se constituir
num “cerco de Jericó” capaz de romper as muralhas organizadas em camadas
intransponíveis para uma educação aberta e com olhar no horizonte.
MUDAR É PRECISO...
Módulo I - Etapa II - Páginas 31 a 40
O Papa Francisco, em
seu livro: Educar - Exigência e Paixão, escreve: “Não resta dúvida que estamos vivendo
uma época de mudanças profundas. Podemos dizer que é um tempo de
crise”(Bergoglio 2013, p.65). Naturalmente que diante da crise é também hora de
encarar a mudança. Poderia ajudar nesta reflexão a parábola da Vaquinha:
“Empurre sua Vaquinha”! Isto é, empurre suas certezas e “Agarre seu medo do
futuro e pergunte: Que posso fazer sobre isso já? Não tem que deixar o medo
controlar você” porque “Sempre é possível colocar mais água no feijão!”
A última parte do primeiro módulo desta
segunda etapa trata do papel do gestor e do coordenador pedagógico na
reconfiguração da escola e aponta como desafio fortalecer os espaços educativos
por meio de diálogos interativos. O caderno aponta o trabalho pedagógico em sua
natureza e especificidade e afirma: “Na escola, a organização do trabalho pedagógico
é ancorada nos fundamentos legais (Leis, Decretos, Portarias e Pareceres) e nos
fundamentos filosóficos, sociológicos, políticos, antropológicos e pedagógicos
que se materializam nas políticas educacionais que constituem as bases do Projeto Político-Pedagógico,
da Proposta Pedagógica Curricular e do Plano de Trabalho Docente. (p. 33).
Este parece ser o nó górdio que precisa ser
desatado em relação à gestão democrática da educação e da escola: “Estimular a participação e a consulta de
profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos
projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e
regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de
docentes e gestores escolares. (BRASIL, 2014) (p 34).
Dentre as respostas que a escola precisa ter
com maior clareza fica posta a questão: “O Conselho de Classe precisa responder
a alguns questionamentos: O que o estudante aprendeu, o que ele ainda não
aprendeu, o que foi realizado para que ele aprendesse e, finalmente, o que pode
se realizar para que ele ainda aprenda. (BRASÍLIA-DF, 2014). (p 38).
O Conselho de classe da nossa escola é mais uma
instância que se realiza de modo precário, nenhum aluno ouviu falar que o
conselho tem um antes, um durante e um depois. O pré-conselho que se realiza
até levanta alguns problemas, mas não
encaminha proposições. Muitas das questões levantadas são queixas em relação ao
professor X, ao aluno Y, à situação tal.
O processo do conselho não trata com profundidade as questões de aprendizagem,
e a maioria das queixas se repetem a cada bimestre e algumas retornam todos os
anos.
A solução clássica para as queixas se resumem
em “dar uma bronca na turma” ou “chamar o aluno em questão”, algumas vezes falar
com o professor X. Porém a sequência de queixas continua voltando a baila em
cada conselho.
Como sugestão retomamos o que sugerimos na
primeira atividade deste módulo: Organizar grupos de professores para estudar
literatura e legislação dos seguintes aspectos:
1)
Currículo, Matriz Curricular, Diretrizes Curriculares Nacionais do
Ensino Médio;
2)
Plano Nacional e Estadual de Educação – metas e estratégias;
3)
Política Nacional de Inclusão e diversidade;
4)
Sistemas e modalidades de avaliação, conceitos de avaliação
qualitativa e quantitativa;
5)
Projeto Político Pedagógico; Conselho de Classe.
6)
Plano de curso, Plano de Trabalho Docente, Projetos e
interdisciplinaridade;
7)
Grêmio estudantil, Representantes de turmas e professor regente;
8)
Conselho deliberativo e APP;
9)
Estatuto da Criança e do adolescente, Conselho Tutelar e
organismos de proteção e defesa do adolescente;
10)
Proposta curricular de Santa Catarina.
Esta proposta encontra respaldo no texto já
citado da página 33 do módulo onde afirma que a especificidade do trabalho
pedagógico consiste em conhecer os fundamentos legais e a literatura sobre o
tema. É claro que a amplitude destas questões não permite que sejam estudadas
no curto espaço de uma reunião pedagógica. Nossa sugestão é que se faça durante
as tardes de planejamento e nos momentos de hora atividade conforme prevê a
lei.
Para isso será necessário transformar a sala
dos professores num espaço de estudo e não de encontro para bate papo, ou então
organizar na escola uma sala para estudo com vistas ao cumprimento das horas
atividades e de planejamento.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES O GARGALO DA
CONTINUIDADE
Módulo I - Etapa II - Página 20 a 30
Os temas tratados pelo módulo I da segunda
etapa do curso de formação continuada previsto no pacto pelo fortalecimento do
Ensino médio, nos tópicos a que se referem a sessão das páginas 21 a 31 e
descritas nos títulos:
1 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (DCNEM): as bases conceituais para o redesenho curricular;
2. Valorização e
interpretação do planejamento participativo: Projeto Político-Pedagógico,
Proposta Pedagógica Curricular, Plano de Trabalho Docente, Regimento Escolar e
Estatuto(s) como mediações para a Organização do Trabalho Pedagógico Escolar;
2.1. A construção do trabalho pedagógico:
instrumentos e fundamentos;
2.2. Projeto Político-Pedagógico: o impacto da
legislação na organização do trabalho coletivo escolar;
2.3 Proposta Pedagógica Curricular – a
construção da autonomia escolar;
2.4 Plano de Trabalho Docente: a articulação
necessária entre Projeto Político- Pedagógico e Proposta Pedagógica Curricular;
2.5 Regimento Escolar e Estatuto: normatizando
as ações educativas;
Tocam no cerne dos problemas que impedem
melhorar a qualidade da educação no Ensino Médio. Sem uma intervenção no núcleo
dos problemas vamos continuar tomando medidas paliativas para solucionar
problemas antigos que sempre reaparecem.
REFLEXÃO
E AÇÃO
Faça uma reflexão
acerca do esquema apresentado como síntese desta unidade do Caderno. A seguir,
em pequenos grupos, discuta com seus colegas e escreva os principais problemas
da escola (Ensino Médio) na coluna da tabela. Analise os impactos desses
problemas na escola. Agora, proponha ações para mudar essa realidade.
Socialize os resultados desta atividade como contribuição para a reescrita do
PPP.
|
|||||
|
IMPACTOS NEGATIVOS (Do Problema)
|
AÇÕES
(Para resolver o problema)
|
|||
Minimização das questões relativas à
diversidade que compõe a escola.
|
Estamos continuamente insistindo em “Vestir nossas roupas de
Crianças” Em outras palavras: apontamos velhas soluções para novos problemas
e insistimos não perceber que estamos dentro de outra escola, muito diferente
daquela que foi historicamente construída.
|
Estudar com mais profundidade a nova constituição da escola com
sua clientela
|
|||
Desconhecimento de legislação e literatura
sobre democratização da educação.
|
Ações previstas e realizadas em desconformidade com a lei e
muitas ações não realizadas, ficando apenas nos projetos.
|
Promover uma sólida formação do corpo docente e da equipe
gestora sobre esses temas.
|
|||
Modelo de escola centrado na pessoa do gestor
e sem real participação da comunidade no destino da escola.
|
Baixíssimo envolvimento da comunidade escolar na condução dos
problemas e soluções para a escola
|
Promover uma clara compreensão do que é Gestão democrática da
Educação e da Escola.
|
|||
Desatualização do PPP que há cerca de uma
década foi construído coletivamente e
nunca mais foi reescrito com a participação da comunidade escolar.
|
Frequentemente se propõe soluções e alternativas paliativas para
cada novo problema.
|
Construção coletiva do PPP, depois de estudar melhor a
literatura e a legislação bem com sua
finalidade e importância.
|
|||
Inexistência, ou descontextualização do
regimento escolar e da Proposta Pedagógica Curricular.
|
Grupo de docentes que trabalha muito com distintas atividades
sem ter um norte para as ações.
|
Construir coletivamente a proposta pedagógica da escola
|
|||
Constituição do Conselho Deliberativo Escolar
em desacordo com a lei.
|
O Conselho que foi nomeado não tem ação adequada para a sua
finalidade. E boa parte dos componentes não sabem o que precisam fazer na
função que ocupam.
|
Estudar e constituir na forma da lei um Conselho Deliberativo
Escolar.
|
|||
Inexistência do Grêmio Estudantil e pouca
eficiência do Conselho de Classe.
|
Os alunos não participam de modo efetivo do cotidiano da escola.
|
Motivar os alunos para a constituição do Grêmio ajudando-os a
compreender o papel do conselho de classe nas suas três etapas.
|
NÃO ÀS DIFERENÇAS DOS DESIGUAIS
Módulo I - Etapa II - Página 13
Módulo I - Etapa II - Página 13
Nossa escola situada na região central da cidade ostenta o título
de “Octogenária Senhora”. Historicamente a escola educou alunos desde os
primeiros anos da alfabetização ate o final do ensino médio. A localização
geográfica da escola e o status do seu corpo docente facilitava o acesso de uma
clientela privilegiada: branca, de classe média, nascida na região com emprego
fixo, pequenos proprietários rurais e urbanos, oriunda de famílias estruturadas e bem constituídas[1] maioria
descendentes de imigrantes alemães e italianos vindos do Rio Grande do Sul na
primeira metade do século XX.
Na segunda década do século XXI, a escola deixou de oferecer
ensino fundamental concentrando sua clientela apenas no ensino médio. No mesmo
período passou a disponibilizar educação em tempo integral acolhendo um
universo de outros alunos, cuja diversidade foi potencializada em relação ao
modelo homogêneo que marcou sua história. Simultâneo a essa situação a escola experimenta
os ventos de mudança e os apelos de gestão democrática presente em todas as
instâncias da sociedade decorrentes do processo de redemocratização do país.
O primeiro desafio significativo para a escola consiste em
compreender que a nova leva de sujeitos do seu cotidiano é desconhecida do
ambiente e do corpo docente. Na esteira deste e não menos importante é
compreender que a comunidade escolar é constituída pela massa de desiguais que
acessaram a classe “C”, muitos por conta dos programas de transferência de
renda do Governo Federal. Os mecanismos de controle de matrícula e frequência
relativo ao direito e ao dever da educação básica até os 17 anos também garante
que uma parcela significativa do alunado esteja na escola por força de lei
(Emenda Constitucional nº 59/2009). A inclusão dos alunos com dificuldade de
aprendizado e outras diferenças também faz que a escola tenha outro rosto. Em
resumo, fazemos nossas as palavras de Miguel Arroyo: “Está chegando na escola
outro público”.
Esta realidade não é consenso entre gestores e corpo docente da escola, questões
relativas ao processo de adaptação da escola à sua nova condição social, aos
novos mecanismos de pluralidade que esta escola exige. Conceitos relativos ao
que é currículo, avaliação, promoção,
retenção, participação, democracia, ainda estão longe de fazer parte do
cotidiano da escola. O que deveria ser uma mola propulsora na organização do
trabalho pedagógico tem se mostrado um freio e se constituído em mecanismo de
exclusão.
Em
2012 foram abertas sete (7) turmas de primeiro ano em tempo integral e mais três(3)
turmas no noturno na modalidade regular, aproximadamente 340 alunos. Chegamos a 2014
concluindo seis (6) turmas no noturno e
duas (2) no diurno, aproximando-se de
200 concluintes o que significa uma queda percentual de 44% de evasão no
triênio. Diante deste quadro surgem como imperativas as perguntas e
considerações levantadas por Miguel Arroyo no vídeo sugerido no módulo I da
segunda etapa do curso para os
professores previsto no pacto pelo fortalecimento do ensino médio.
Na entrevista em referência, Arroyo aponta a necessidade de
adaptar a escola ao aluno construindo-a como instituição plural, alterando o
seu currículo.[2] Para que a escola seja percebida pelo aluno
como o “seu lugar” exige transformá-la num espaço humano para aqueles que vem
de lugares desumanos, o envolvimento das famílias com o cotidiano da escola há
que ser ampliado a fim que vejam a escola com confiança superando a ideia
negativa de escola pública. A oferta de educação em tempo integral precisa ser
vista pela comunidade do entorno da escola como um lugar seguro onde os filhos
estejam a salvo das armadilhas que a sociedade desigual cultua com certa
naturalidade.
Na escola os diferentes não podem continuar sendo desiguais e este
processo torna a docência uma arte muito mais difícil do que em outros tempos.
Gestores e professores precisam modificar o referencial que tem da sua
clientela substituindo o conceito de “violentos por violentados”; de
“resistentes por excluídos”. Não é possível continuar admitindo que alunos
nossos frequentem a escola noturna sob o pretexto de trabalhar fazendo isso sem
carteira assinada. É preciso superar o
tratamento que se dá em relação a questões sociais como se fossem casos de
polícia.
Não se pode mais trabalhar como se nossa sociedade tivesse sido
construída com a chegada dos descendentes de europeus que foram a histórica
clientela. As particularidades do jocoso adjetivo “VIP”[3] que se aplica aos
nossos alunos há que ser incorporado no projeto político pedagógico e nas
práticas docentes não apenas como temas transversais. Em resumo nossa escola é
desafiada a reconstruir sua identidade sob a pena de perder credibilidade e
permanecer contando histórias de saudade.
Para fazer jus à bolsa de estímulo à formação do programa de
fortalecimento do ensino médio, nossa sugestão se concentra nas seguintes ações
a serem realizados durante o período de férias/recesso escolar. Organizar
grupos de professores para estudar literatura e legislação dos seguintes
aspectos:
1)
Currículo, Matriz Curricular, Diretrizes Curriculares Nacionais do
Ensino Médio;
2)
Plano Nacional e Estadual de Educação – metas e estratégias;
3)
Política Nacional de Inclusão e diversidade;
4)
Sistemas e modalidades de avaliação, conceitos de avaliação
qualitativa e quantitativa;
5)
Projeto Político Pedagógico; Conselho de Classe.
6)
Plano de curso, Plano de Trabalho Docente, Projetos e
interdisciplinaridade;
7)
Grêmio estudantil, Representantes de turmas e professor regente;
8)
Conselho deliberativo e APP;
9)
Estatuto da Criança e do adolescente, Conselho Tutelar e
organismos de proteção e defesa do adolescente;
10)
Proposta curricular de Santa Catarina.
Durante este período os grupos socializam sua
produção com a respectiva bibliografia e legislação que embasou suas conclusões
as quais poderão se tornar um marco significativo para a organização do
trabalho pedagógico escolar em 2015.
[1] O
contrário do que se chama “família mosaico” onde na mesma casa vivem filhos e
pais frutos de relacionamentos distintos.
[2]
Entenda-se por currículo conceitos, atitudes e procedimentos de acordo com as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
[3]
Vim do interior do Paraná.
OS DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO
Módulo I - Etapa II - página 20
A
história da democracia brasileira está longe de se constituir em espaço de
participação e cidadania. Não obstante o direito de voto universal que garante
a democracia representativa em todas as unidades
federativas, a efetiva participação no governo das instituições, dos estados e
municípios ainda é um sonho distante.
No
que se refere a educação e as escolas a participação é um grande desafio e que
está longe de ser equacionado. Participar de modo efetivo nos destinos da
educação e da escola implica compreender as relações de pluralidade e interação com toda a comunidade escolar com
a respectiva mediação dos conhecimentos e dos recursos disponíveis na sociedade
contemporânea.
Formar
para a democracia e a participação é uma necessidade não compreendida como
parte da formação inicial e continuada.
Imprimir no processo de aperfeiçoamento docente o conceito político de
cidadania e de participação ainda permanece no campo da “esperança”. Questões
relativas a formação intelectual, prática pedagógica, carreira, salário,
jornada de trabalho, número de alunos, sindicalização, infraestrutura, recursos
pedagógicos normalmente não são vistos como elementos que implicam
participação.
O
extraordinário na escola é ver a comunidade escolar como sujeito da escola,
pelo contrário, normalmente o que se vê são alunos, pais, professores, gestão sendo uma
soma de elementos que formam um todo e não uma unidade. No conceito matemático
se diria: são a soma das partes. Esta é
uma situação que clama por mudança à luz
das DCNEM.
Participar e construir uma escola participativa implica reescrever
coletivamente todo o seu cotidiano incluindo aí as instâncias deliberativas e
de identidade da própria escola. Neste contexto se inclui também a legislação
sobre a Política Nacional de Formação de
Profissionais do Magistério da Educação Básica (Decreto 6.755/2009).
As relações de cooperação, no trabalho coletivo começam pela
possibilidade do diálogo com as diversidades de modo a construir coletivamente
os projetos educacionais que tenham em conta direitos e deveres de todos os
envolvidos na vida escolar.
Em atenção à proposta da atividade prevista na página 20 do
primeiro caderno do segundo módulo, realizamos uma conversas com 10 das 15
turmas que trabalhamos na escola. Em uma das turmas uma aluna sabia que foi
convidada para participar do Conselho Deliberativo Escolar, mas nunca
participou de nenhuma reunião e nem tampouco sabia qual a importância e
finalidade deste organismo para a vida escolar.
As críticas ao modo como é realizado o pre conselho e o conselho
de classe são unânimes e nunca ouviram falar em pós conselho e o pior em tudo
isso é que os problemas levantados no pre conselho nunca alcançam solução de
descontinuidade, pelo contrário alguns até pioram depois de apresentados no
conselho. Nossos alunos não sabem qual a importância do Grêmio Estudantil e
pouco conhecem sobre a função dos presidentes de classe, professore regente e
muito menos ouviram falar em PPP.
Diante deste quadro se aplica ao professor e à escola o
conceito atribuído por Bernard
Charlot: “Um trabalhador da contradição, nem herói nem vítima”. Será
precipitado dizer que entre os problemas que precisam ser resolvidos com
urgência na escola está a questão do empoderamento, do qual fala o módulo em
questão. Naturalmente isso acontecerá
mediante uma séria e comprometida formação continuada de docentes conforme se
lê à pagina 18 do módulo I parte II do PNEM: “Ao enfatizar a importância da
formação continuada de professores, coordenadores e gestores escolares,
pretendemos destacar a função da escola como lugar de direitos e de deveres, de
relação com a comunidade,
por entender que é essa escola que pode ensinar cidadania”.
Porém ficam abertas ao diálogo as propostas da atividade a que se
refere esta produção, na qual se propõe as seguintes questões para discutir com
os professores cursistas: a) Quais
são os problemas que precisam ser resolvidos imediatamente na escola? b) O
que já foi feito para resolvê-los? c) Como cada segmento pode contribuir
para mudar essa situação? Destaque as contribuições dos estudantes. Agora,
encaminhe os registros desta atividade ao gestor e ao Conselho Escolar como contribuição
para a reescrita do Projeto Político-Pedagógico.
NÃO ÀS DIFERENÇAS DOS DESIGUAIS
Módulo I - Etapa II - Página 13
Módulo I - Etapa II - Página 13
Nossa escola situada na região central da cidade ostenta o título
de “Octogenária Senhora”. Historicamente a escola educou alunos desde os
primeiros anos da alfabetização ate o final do ensino médio. A localização
geográfica da escola e o status do seu corpo docente facilitava o acesso de uma
clientela privilegiada: branca, de classe média, nascida na região com emprego
fixo, pequenos proprietários rurais e urbanos, oriunda de famílias estruturadas e bem constituídas[1] maioria
descendentes de imigrantes alemães e italianos vindos do Rio Grande do Sul na
primeira metade do século XX.
Na segunda década do século XXI, a escola deixou de oferecer
ensino fundamental concentrando sua clientela apenas no ensino médio. No mesmo
período passou a disponibilizar educação em tempo integral acolhendo um
universo de outros alunos, cuja diversidade foi potencializada em relação ao
modelo homogêneo que marcou sua história. Simultâneo a essa situação a escola
experimenta os ventos de mudança e os apelos de gestão democrática presente em
todas as instâncias da sociedade decorrentes do processo de redemocratização do
país.
O primeiro desafio significativo para a escola consiste em
compreender que a nova leva de sujeitos do seu cotidiano é desconhecida do
ambiente e do corpo docente. Na esteira deste e não menos importante é
compreender que a comunidade escolar é constituída pela massa de desiguais que
acessaram a classe “C”, muitos por conta dos programas de transferência de
renda do Governo Federal. Os mecanismos de controle de matrícula e frequência
relativo ao direito e ao dever da educação básica até os 17 anos também garante
que uma parcela significativa do alunado esteja na escola por força de lei
(Emenda Constitucional nº 59/2009). A inclusão dos alunos com dificuldade de
aprendizado e outras diferenças também faz que a escola tenha outro rosto. Em resumo,
fazemos nossas as palavras de Miguel Arroyo: “Está chegando na escola outro
público”.
Esta realidade não é consenso entre gestores e corpo docente da escola, questões
relativas ao processo de adaptação da escola à sua nova condição social, aos novos
mecanismos de pluralidade que esta escola exige. Conceitos relativos ao que é
currículo, avaliação, promoção,
retenção, participação, democracia, ainda estão longe de fazer parte do
cotidiano da escola. O que deveria ser uma mola propulsora na organização do
trabalho pedagógico tem se mostrado um freio e se constituído em mecanismo de
exclusão.
Em
2012 foram abertas sete (7) turmas de primeiro ano em tempo integral e mais três(3)
turmas no noturno na modalidade regular, aproximadamente 340 alunos. Chegamos a 2014
concluindo seis (6) turmas no noturno e
duas (2) no diurno, aproximando-se de
200 concluintes o que significa uma queda percentual de 44% de evasão no
triênio. Diante deste quadro surgem como imperativas as perguntas e considerações
levantadas por Miguel Arroyo no vídeo sugerido no módulo I da segunda etapa do curso para os professores previsto
no pacto pelo fortalecimento do ensino médio.
Na entrevista em referência, Arroyo aponta a necessidade de
adaptar a escola ao aluno construindo-a como instituição plural, alterando o
seu currículo.[2] Para que a escola seja percebida pelo aluno
como o “seu lugar” exige transformá-la num espaço humano para aqueles que vem
de lugares desumanos, o envolvimento das famílias com o cotidiano da escola há que
ser ampliado a fim que vejam a escola com confiança superando a ideia negativa
de escola pública. A oferta de educação em tempo integral precisa ser vista
pela comunidade do entorno da escola como um lugar seguro onde os filhos
estejam a salvo das armadilhas que a sociedade desigual cultua com certa
naturalidade.
Na escola os diferentes não podem continuar sendo desiguais e este
processo torna a docência uma arte muito mais difícil do que em outros tempos.
Gestores e professores precisam modificar o referencial que tem da sua
clientela substituindo o conceito de “violentos por violentados”; de
“resistentes por excluídos”. Não é possível continuar admitindo que alunos
nossos frequentem a escola noturna sob o pretexto de trabalhar fazendo isso sem
carteira assinada. É preciso superar o
tratamento que se dá em relação a questões sociais como se fossem casos de
polícia.
Não se pode mais trabalhar como se nossa sociedade tivesse sido
construída com a chegada dos descendentes de europeus que foram a histórica
clientela. As particularidades do jocoso adjetivo “VIP”[3] que se aplica aos
nossos alunos há que ser incorporado no projeto político pedagógico e nas
práticas docentes não apenas como temas transversais. Em resumo nossa escola é
desafiada a reconstruir sua identidade sob a pena de perder credibilidade e
permanecer contando histórias de saudade.
Para fazer jus à bolsa de estímulo à formação do programa de
fortalecimento do ensino médio, nossa sugestão se concentra nas seguintes ações
a serem realizados durante o período de férias/recesso escolar. Organizar
grupos de professores para estudar literatura e legislação dos seguintes
aspectos:
1)
Currículo, Matriz Curricular, Diretrizes Curriculares Nacionais do
Ensino Médio;
2)
Plano Nacional e Estadual de Educação – metas e estratégias;
3)
Política Nacional de Inclusão e diversidade;
4)
Sistemas e modalidades de avaliação, conceitos de avaliação
qualitativa e quantitativa;
5)
Projeto Político Pedagógico;
6)
Plano de curso, Plano de Trabalho Docente, Projetos e
interdisciplinaridade;
7)
Grêmio estudantil, Representantes de turmas e professor regente;
8)
Conselho deliberativo e APP;
9)
Estatuto da Criança e do adolescente, Conselho Tutelar e
organismos de proteção e defesa do adolescente;
10)
Proposta curricular de Santa Catarina.
Durante este período os grupos socializam sua
produção com a respectiva bibliografia e legislação que embasou suas conclusões
as quais poderão se tornar um marco significativo para a organização do
trabalho pedagógico escolar em 2015.
CADERNO
VI – ATIVIDADE 2 – PÁGINA 38
No tópico 2 do caderno VI, tem-se
diversos conceitos sobre avaliação, a começar pela distinção entre avaliação
inicial, intermediário e final. No que
se refere a avaliação como processo inicial sugere a sua função diagnóstica o que significa dizer
que o professor via percebendo o processo de aprendizado ao longo do processo.
No que tange a avalição entendida como “intermediário” consiste na revisão de
estratégias e ajustes de atividades de modo contribuir que os alunos sejam
sujeitos de suas aprendizagens. Só depois destas duas etapas vencidas aparece a
avaliação final cuja função somativa determina os resultados.
Não é adequado compreender a
avaliação fora do processo curricular cujo sentido tem a ver com a
finalidade formativa da avaliação e que
é desenvolvida ao longo do ano como garantia da aprendizagem. Longe de
favorecer a meritocracia e a tabulação de dados e números a avaliação
processual implica a capacidade de conhecer as facilidades e as fragilidades do
aluno no seu desenvolvimento como sujeito (MUJIKA, 2009,p.91).
Avaliações que considerem a
aprendizagem permitem perceber quando o aluno progrediu na apropriação dos
saberes, daí a importância de realizar avaliações comparativas fazendo que os
alunos assumam papel ativo no processo de conhecer suas forças e fraquezas.
Daí o reforço que se dá à
necessidade aprimorar as técnicas do processo avaliativo revendo sempre os
instrumentos cujo objetivo é fazer a medição dos saberes de modo que eles
permitam conhecer a totalidade do que foi realmente aprendido no decorrer do
processo avaliativo (RAPHAEL, 1995, p.34). Avaliar implica ainda ter claro
sobre qual a visão de mundo, de práticas sociais, de crenças e da missão da
instituição (SOUSA, 1997, P.27). Avaliar de modo processual é muito mais do que
aprimorar técnicas, mas modificar a sua natureza (NEVO, 1998, p.96).
A intenção do avaliador determina
o caráter daquilo que se faz no sentido que ela pode colaborar com o
aprendizado do aluno, ou simplesmente medir com a intenção de promover ou reter
no processo seriação escolar (HADJI, 2001, P. 20).
Compreender a avaliação e de fato
praticá-la como um ato educacional na perspectiva do sucesso do aluno e não no
sentido punitivo é o maior desafio da prática avaliativa da nossa escola. A
compreensão final aprovação ou reprovação não pode ser o critério do processo
avaliativo, pelo contrário a finalidade das avaliações é reduzir as diferenças
e não ampliá-las. Deste modo quando um aluno não alcança o nível dos demais é
saber por que não alcança e criar mecanismos capazes de vencer esta barreira.
Na Escola de Educação Básica
Professora Adelina Régis, o PPP da escola não foi construído coletivamente, de
modo que tudo o que nele se diz sobre a avaliação não reflete o cotidiano da
escola. A versão 2013 do PPP, que é um documento de gabinete, com 123 páginas,
insiste no processo sistemático e continuou longe das fragmentações em tempos e
espaços.
A prova mais contundente da falta
de conhecimento do PPP pela comunidade escolar consiste precisamente em ser um
documento de gabinete, no ano de 2014 ele se quer foi apresentado ao grupo de
professores e muito menos à comunidade escolar. O íten 5 que trata da avaliação
faz um relato magnífico de como deveria ser o processo avaliativo. À página 63
se lê: “A avaliação será contínua e sistemática de modo que não possa ser
fragmentada em tempos e em espaços rígidos”.
No 5.1 quando trata da recuperação de estudos o PPP afirma que ela será
oferecida sempre que o rendimento for
inferior a sete e será oferecida de forma concomitante aos estudos ministrados
regularmente.
Em 2014, o absoluto
desconhecimento do PPP, de qualquer teoria sobre avaliação e contrariando toda
a legislação em vigor, a direção e professores implantaram uma “semana de
provas bimestrais de recuperação”, para a qual se estabeleceu data e horário
diferenciado. Todos os professores foram obrigados a realiza-la e aos alunos
foi informado que se tratava de um direito do aluno ter um nota melhor, mesmo
que no processo avaliativo o aluno tivesse rendimento superior a 7, para
legitimar essa aberração estabeleceu-se que o professor deveria considerar a
nota mais alta entre uma avaliação do bimestre e a prova de recuperação.
Anexamos a esta atividade as
páginas do PPP que fazem referência à avaliação apenas em caráter ilustrativo para confirmar exatamente o que não deve ser
feito quando se trata de construir coletivamente o cotidiano da escola.
AVALIAÇÃO
EDUCACIONAL: UMA INTRODUÇÃO
ATIVIDADE
1 PÁGINA 18
A legislação brasileira e a literatura sobre avaliação
educacional sugerem a preponderância dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos para todas as formas de avaliação, incluindo aí aquelas de aprendizagem, institucional e avaliação
externa.
No que ser refere à avaliação da aprendizagem a condição
indispensável é que ela se caracterize pelo seu caráter educativo, isso é que
seja um processo de análise do percurso do aluno e do professor no sentido de
identificar as dificuldades e potencialidades.
Diversos instrumentos podem ajudar a melhor desenvolver
esse percurso, entre eles o PPP e o plano de ensino, os quais uma vez
elaborados com a ampla participação da comunidade escolar precisam ser
revisados e reconstruídos frequentemente, sem abrir mão da coletividade.
A legislação brasileira sugere que a avaliação qualitativa
tenha maior importância em relação à quantitativa. Em resumo significa dizer
que avaliar qualitativamente não é a mesma
coisa que medida, prova, classificação, hierarquia. Estes mecanismos decorrem
de uma compreensão da educação como um bem privado e que conduz o sujeito ao
sucesso individual.
Ultrapassar a fronteira
quantitativa da educação implica ter maior clareza do que significa avaliar
qualitativamente, o que consiste em:
Na avaliação qualitativa o
esforço não é mais quantitativo (isso é que nota foi atribuída) mas de análise
dos mecanismos subjacentes e a interpretação que os sujeitos elaboram dos seus
próprios comportamentos. Desta forma se pode dizer que avaliar qualitativamente
consiste em desenvolver um processo diagnóstico. Exemplo: O aluno “X” é hiperativo, fala o tempo inteiro,
não traz caderno para a sala de aula, perambula pela sala, quando faz prova é um
desastre. Porém, no cotidiano de suas relações o aluno é capaz de produzir,
raciocinar, questionar e construir saberes. Esse diagnóstico precisa ser feito
pelo professor. Daí a necessidade que o professor permaneça mais tempo com o
aluno, neste caso vem toda a questão da permanência do aluno na escola e da
permanência do professor com o aluno. Uma vez esclarecido o sentido de
avaliação diagnóstica se torna obvia a compreensão de avaliação formativa e
consequentemente somativa.
Isso resulta claro que demarcar uma forma de
avaliação como prática escolar é um equívoco metodológico no processo de
aprendizado. Neste sentido fica evidente que a avaliação realizada por meio de
provas pontuais não retrata o processo de aprendizado de um sujeito ou de uma
instituição. Avaliar qualitativamente implica despertar interesse da pessoa
envolvida na discussão em questão.
É importante ter clareza que
a avaliação qualitativa significa aprender de forma refinada as diferenças
entre o que a pessoa, a instituição, o contexto macrossocial diz, pensa e faz.
Ter em mente o que se quer ao realizar uma avaliação qualitativa é um dos
pressupostos mais importantes quando se estabelece um processo qualitativo de
avaliação. Deste modo, se um professor quer aprovar ou reprovar aluno, não cabe
no seu plano de ensino a avaliação qualitativa. Porém se o professor tem claro
sua visão de mundo e sua missão enquanto educador ele tratará de realizar avaliações
exploratórias que garantam novos costumes e novo imaginário para o processo de
avaliação.
Avaliar sob a ótica
qualitativa não é o mesmo que considerar comportamentos, hábitos e atitudes de
civilidade, como se aprendeu nas antigas aulas de Educação Moral e Cívica, mas
considerar a superação das fronteiras etapistas da formação dos indivíduos.
Para um quantitativista será
quase impossível compreender a força inerente da avaliação qualitativa que vai juntando pinceladas à totalidade do
quadro social do sistema avaliativo. Avaliar qualitativamente consiste em
realçar a diversidade das ocorrências que um fato social traz nas suas
entrelinhas. Compreender a diversidade de ser e produzir dos avaliados garante
a generalização do processo de aprendizado e que supera, de longe, a atribuição
de notas e conceitos.
Para avaliar coerentemente de
modo qualitativo o professor precisa ser capaz de improvisar. De fato essa
forma de compreensão da realidade implica na exploração de hipóteses que se
supunham conhecidas e de paradigmas instaurados ao longo do tempo. Isso requer
também flexibilidade capaz de mudar as técnicas de avaliação e de
questionamentos.
Para melhor entender o
alcance da avaliação qualitativa o professor precisa levar em conta três
instâncias:
a)
Material
b)
Relações sociais
c)
Instância imaginária
Na instância material ele
terá em mente o que efetivamente o aluno aprendeu, nas relações sócias poderá
considerar o processo das relações de empoderamento do aluno no sentido de
produzir outros saberes, e na instância imaginária a capacidade de traduzir para a prática cotidiana o seu
aprendizado. Por exemplo, na área de linguagens e códigos uma avaliação
qualitativa deverá ter em conta a
capacidade de escrever corretamente um texto, se um aluno avaliado não alcançou
este objetivo todas as regras e técnicas de interpretação de texto não foram além
da quantidade de matéria dada.
Avaliação qualitativa
consiste em colaborar para que as decisões e motivações individuais descrevam o processo concreto de
construção das ações coletivas.
A este mecanismo se dá o nome
de autonomia, ou seja a construção de uma educação crítica e criativa e a
avaliação como um processo formativo que supera a notação destinada a aprovação
ou reprovação. Daí a importância da afirmação de José Dias Sobrinho em seu
artigo: “Autonomia e avaliação”, segundo este autor, cuja compreensão está em
sintonia com a legislação vigente:
Isso só é possível se a educação for
entendida como um processo temporal alargado e se sua avaliação levar em conta
múltiplos Indivíduos e instituições sempre em construção e o que demonstram num
determinado momento resulta de um processo histórico e temporal. Como diz
Barbier, “embora o estado final das capacidades, apresentado por um indivíduo
no fim de uma atividade de formação, constitua a resultante desta atividade,
para falarmos com rigor, ele não constitui o seu produto específico; este é,
exatamente, constituído pela diferença entre o estado inicial e o estado final”
(1990, p. 178). Avaliação é uma fundação de valores, diz R. Barthes (1975: 88).
A avaliação qualitativa rompe com o
ciclo perverso estabelecido nas escolas onde o sujeito vai decidir ao final do
período letivo sobre a progressão ou
retenção de alunos condição enfatizada pela avaliação quantitativa e
simplesmente somativa.
Instituir mecanismos de
avaliação qualitativa nas escolas implica desvincular a atribuição de notas da
aprendizagem. E portanto abandonar a prática da aplicação de provas pontuais,
para as quais o aluno estuda com o único objetivo de “tirar nota”. Desenvolver
avaliação qualitativa na escola implica criar também aportes para uma gestão
democrática da escola o que significa afirmar que a “boa escola” é aquela na
qual todos aprendem.
Não se pode confundir as
avaliações institucionais e avaliações externas, baseadas em questões do
conhecimento com os mecanismos de aprendizagem
estabelecidos pela avaliação qualitativa do desenvolvimento escolar.
Estas últimas levam em conta questões externas e pontuais o que não é o caso da
avaliação qualitativa da aprendizagem durante todo o ensino fundamental e
médio.
Em nossa escola a falta de
conhecimento das discussões pedagógicas da contemporaneidade, o desconhecimento
da legislação atual sobre avaliação, a não construção do PPP pela comunidade
escolar, a compreensão de que o aluno tem direito a tirar uma nota melhor,
levou a escola adotar a absurda “semana de provas bimestrais de
recuperação”, a qual obviamente se mostrou ineficiente e em nada colaborou para
o aprendizado. Compreender a
avaliação qualitativa como um processo
de aprendizagem tem sido a nossa característica no exercício da docência.
Insistimos sempre na possibilidade de avaliar o aluno pelo conjunto da sua
produção e considerando o que ele sabe e não o que deixou de aprender.
Estudar melhor o módulo VI
poderá ser uma alternativa para que os professores alarguem sua estreita e deformada visão de
avaliação, abrindo assim possibilidade para novas formas de aprendizado.
CADERNO V - ATIVIDADE DA PÁGINA 47
O PPP EM
AÇÃO...
Ao longo de todo o caderno
V, a questão da democracia, da gestão e
da participação foi o cerne de todas as discussões, conceitos e estudos.
Concluindo este módulo fica ainda mais clara a ideia que democracia consiste
num exercício permanente de colegialidade. O PPP e o efetivo exercício da
aprendizagem são elementos fundamentais no que se refere a efetiva
democratização da escola.
Conhecer a visão e a missão da
escola é o desafio mais pertinente para todos os envolvidos na aprendizagem,
daí decorre a necessidade de um processo coletivo de construção do PPP. A
efetiva participação na construção do projeto político pedagógico é que fará
ver com clareza a missão da escola com sua relação de forças e os pressupostos
humanos que se quer formar.
Construir o PPP coletivamente
implica em tomada de posição e consenso que é muito mais do que disputa de
poder, voto, eleição, decisão da
maioria.
Segundo grandes estudiosos, entre
eles Ilma Veiga, o PPP é uma ação coletiva e intencional, razão pela qual sua
construção deve ser feita com ampla participação da comunidade escolar e que
esta tenha autonomia para tomar decisões colegiadas e representativas, só desta
forma ele pode ser entendido como participativo.
Uma efetiva participação na
construção do PPP exige percorrer alguns passos:
a)
Ver a
realidade – Conhecer o aluno e a escola
no seu contexto, o que é muito mais
do que levantamento de dados estatísticos;
b)
Conhecer a
legislação sobre o tema – Realizar rodadas de negociação e conhecimento da
legislação pertinente;
c)
Construir o
PPP – construir coletivamente é mais do que realizar votações e disputas
internas, mas estabelecer consenso entre as partes;
Uma vez construído o PPP precisa ser colocado para
apreciação da comunidade escolar, que se renova a cada ano, abrindo para ela a
possibilidade de sua reconstrução.
A história da educação brasileira não é democrática e o
cotidiano das nossas escolas e da gestão da educação como tal também não é.
Construir coletivamente o PPP implica criar mecanismos de participação capazes
de envolver o maior número de pessoas.
Só um PPP construído coletivamente garantirá que a prática
democrática também alcance a sala de aula e um processo de aprendizagem que
respeite as diferenças. Deste modo será possível afirmar que a escola começa a
cumprir o seu papel de garantir formação humana integral e integradora na qual
seja valorizada a auto-organização, o trabalho cooperativo a problematização e a construção do
conhecimento.
A lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) 9394 de dezembro de 1996, em seu artigo 14 estabelece que:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da
gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
A Secretaria
de Estado da Educação de Santa Catarina, fala sobre o PPP com as seguintes
palavras:
“Constitui-se em um documento produzido como resultado do diálogo entre
os diversos segmentos da comunidade escolar a fim de organizar e planejar o
trabalho administrativo-pedagógico, buscando soluções para os problemas
diagnosticados. O PPP, além de ser uma obrigação legal, deve traduzir a visão,
a missão, os objetivos, as metas e as ações que determinam o caminho do sucesso
e da autonomia a ser trilhado pela instituição escolar”.
E garantindo o
cumprimento da legislação vigente sugere que o PPP deva ser elaborado com a
participação de todos os segmentos que constituem a comunidade escolar, para
facilitar, oferece um roteiro em oito passos
e conclui com um lembrete:
O PPP deve ser conciso e explícito (15 páginas são
suficientes para o que se pretende);
• Não se trata de reprodução de documento antigo;
tampouco de um texto excessivamente
detalhista, mas da produção de um texto que trate da realidade
administrativo-pedagógica da escola: do diagnóstico à proposta de metas/ações;
• Trata-se de um documento real que norteará as
ações no âmbito escolar;
No mesma página a Secretaria da Educação fornece um
diagnóstico dos PPP analisados pelo estado:
DIAGNÓSTICO DA ANÁLISE DOS PROJETOS
POLÍTICO-PEDAGÓGICOS DAS
ESCOLAS ESTADUAIS VISITADAS
A partir das avaliações in loco realizadas pelas
equipes da Avaliação da Gestão
Escolar – AGE – durante os anos de 2008-2009 verificou-se que as principais dificuldades identificadas
na construção do PPP são:
1. a grande maioria dos PPPs analisados não condiz
com a realidade e a função social das escolas;
2. as escolas não utilizam o PPP como documento
norteador das ações pedagógicas, administrativas e financeiras;
3. a elaboração do PPP não segue os movimentos
Diagnósticos (“o que temos”); Identidade (“o que queremos”) e Execução (“o que
faremos”).
4. grande parte dos PPPs não está adequada à
legislação vigente;
5. na elaboração do PPP, confunde-se “autonomia”
escolar com “soberania”;
6. o PPP muitas vezes é elaborado sem discussões
democráticas e raramente são aprovados em assembleia com a comunidade escolar;
7. o PPP de diversas escolas está desatualizado e
requer constante reelaboração;
8. há um excesso de teorizações na descrição do
papel da escola e dos objetivos educacionais;
9. às vezes, o PPP é cópia integral ou parcial de
versões anteriores ou de PPPs de outras escolas;
10. não há garantia de espaço para formação
continuada no calendário escolar e no PPP.
Na produção desta atividade nem professores nem
gestores da Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis tem claro sobre
como o PPP da escola foi produzido, é fato que se trata de um documento com
mais de 80 páginas, repleto de
repetições, sem clareza do que se quer e que absolutamente não revela a realidade
da escola nem tampouco é conhecido da comunidade escolar, quanto mais que
tivesse contado com a participação dela na sua construção. Ouve-se uma cantilena frequente: “Está no PPP”,
mas ninguém nunca tem acesso ao processo participativo da sua construção. Uma vez
mais é possível concluir: No que se refere a Gestão Democrática somos todos “Macacos”.
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFESSORA ADELINA RÉGIS
PROFESSOR: ELCIO ALBERTON
CADERNO V
Atividade da página 38
GESTÃO DEMOCRÁTICA ENTRE A ILUSÃO E A
UTOPIA
A palavra utopia na sua etimologia significa uma
possibilidade a ser alcançada, ao contrário de ilusão cujo significado
permanece no campo dos sonhos e do irrealizável. No que se refere à gestão
democrática da educação é pertinente começar por desmontar algumas barreiras que
as práticas antidemocráticas criaram nas diversas instâncias de governo ao
longo da história.
O conceito cristão que expressa o papel de servidor
atribuído aquele que ocupa alguma função de responsabilidade, na história
brasileira foi entendido contrariamente, ou seja, os que ocupam cargos públicos
frequentemente fizeram-se reconhecer como sujeitos a serem servidos e as
instituições a que prestavam serviço eram colocadas a seu interesse, situação que
o caderno V chama de “patrimonialismo”. Não é raro ainda na atualidade que
servidores públicos usem do seu posto de serviço para exercer poder e desfrutar
de influência social, exigindo obediência e respeito. Por sua vez a sociedade,
que não foi habituada e raramente respeitado o seu direito à participação também
seu curva a esse tipo de comportamento e interesse entendendo o papel do
servidor e da instituição como um favor que lhe é devido e não como um direito
que lhe é garantido.
A redemocratização do País, as garantias
constitucionais, o papel dos conselhos paritários fizeram modificar
significativamente essa compreensão e prática, mas ela ainda esta presente no
inconsciente coletivo e nas equívocas interpretações da legislação ou no
desconhecimento delas por uma parcela significativa da população.
Ao contrário de patrimonialismo, espera do servidor
e das instituições o desenvolvimento da autonomia que não pode e nem deve ser
confundida com “anarquia” ou falta de regulação, mas capacidade de caminhar em
direção à sua meta respeitada a visão e a missão que lhe é própria ou para a qual foi instituída na sociedade.
No caso da educação um espaço significativo de
participação na sua gestão se deu com a realização da Conferência Nacional de
Educação (CONAE) que redundou no Plano Nacional de Educação (PNE 2014 – 2024).
O PNE, uma vez aprovado precisa ser acompanhado pela
sociedade a fim de que suas metas sejam efetivadas em todos os níveis das
unidades federadas.
Esse é um processo que precisa envolver a todos e
ser entendido como uma conquista e não como um favor. Todavia a falta de
democracia na gestão da escola, instituição ainda marcada pelo corporativismo,
pelas disputas internas, pelos grupos de interesses, pela hierarquização, no
interior das escolas e da educação nos estados e municípios, outras vezes
resultados da insuficiente preparação humana e intelectual e da falta de
investimento na preparação dos sujeitos para relacionamentos interpessoais.
A excessiva hierarquização das instituições públicas
que são também ralos burocráticos ainda permite aos diretores de escola deter o
controle por meio da “última palavra”, ou do “manda quem pode, obedece quem tem
juízo”. Neste sentido é comum a falta de responsabilidade coletiva em
detrimento do cumprimento de responsabilidades individuais.
Outro problema na gestão da educação são os grupos
corporativos que se formam no interior das instituições, os quais em lugar de
espaços democráticos se juntam em torno de interesses cuja finalidade é fazer
predominar a sua perspectiva.
Neste contexto o maior desafio para uma gestão
democrática é criar oportunidades de participação de modo sistemático com todos
os seus envolvidos. Sobretudo, os pais, apresentam dificuldades de participação
em decorrência das situações econômicas, culturais, e institucionais, (Paro
1997, p.54) ambos os fatores empurram os pais para o silêncio, pois fazem com
que se considerem inferiores no interior das instituições.
Desenvolver nos pais o conceito de participação
ativa é uma necessidade imperiosa para superar a prática patrimonialista
presente também no cotidiano das unidades escolares em Santa Catarina bem como
nas Gerências Regionais de Educação.
Na Escola de Educação Básica Professora Adelina
Régis algumas práticas patrimonialistas já foram enumeradas no que se refere a
constituição dos conselhos e a efetivação do grêmio estudantil. Aqui também os
pais não são estimulados para a participação, quando chamados para a
escola a convocação é de caráter
patrimonialista cuja finalidade é informa aos pais que “seu filho é
indisciplinado” ou “não está cumprindo o regimento escolar”. Nas ocasiões em
que os pais são convocados para reuniões são reunidos num grande auditório onde
assistem passivamente a uma palestra sobre temas que algumas vezes são alheios
à educação. E em seguida recebem as informações sobre as normas da escola e o calendário.
Nossa escola não tem um regimento interno, o
contrato pedagógico não foi feito com a participação da comunidade escolar e o
PPP é constituído por uma colcha de retalhos com repetições inúteis e
incompreensíveis para muitos, tanto quanto desconhecido por boa parte dos
professores.
Romper com esta cultura viciada e arcaica implica
antes de tudo formação dos docentes e gestores para a participação e para a
democracia.
GRÊMIO ESTUDANTIL OU CENTRO CÍVICO?
Caderno V página 29
Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis - Videira - SC
Cursista: Elcio Alberton
Parte significativa do atual corpo docente das escolas é
egresso do sistema de ensino vigente durante a ditadura militar. Não é estranho
que reproduzam conceitos e práticas antidemocráticas, já que são frutos do
cerceamento de liberdades característicos daquele período. Em relação ao Grêmio
Estudantil facilmente poderá ocorrer uma confusão das suas funções, finalidades
e a própria constituição com similaridade ao que eram os Centro Cívico das
escolas da ditadura.
No caso do Grêmio Estudantil, diferente dos conselhos
escolares, cuja regulamentação ficou por conta dos estados e municípios, o
Grêmio estudantil é legislado pela Lei 7.398 de 04/11/1985, e pela lei 8.069 de
13/07/1990 (ECA) no seu artigo 53 item IV: “– Direito de organização e
participação em entidades estudantis”.
A novidade desta regulamentação reside no fato que a
constituição do Grêmio Estudantil é uma iniciativa do próprio aluno que contará
apenas com o estímulo dos professores, neste caso o sujeito e protagonista é o
estudante.
Um dos maiores equívocos do Grêmio estudantil é a redução
da sua atividade a realização de eventos e promoções. Facilmente o grêmio
esquece sua responsabilidade de promoção de debates sobre o projeto pedagógico
da escola e sobre a vida cidadã dos estudantes e das suas famílias.
Incentivar e facilitar a organização de processos democráticos
é também um processo de compreensão do sentido participativo da gestão de uma
unidade escolar. Certamente a finalidade mais importante da organização
estudantil é o desenvolvimento de uma ampla e livre participação na tomada de
decisão da sua escola.
No caso da Escola de Educação Básica Professora Adelina
Régis – Videira, mais uma vez a discussão entre professores redundou numa
significativa falta de democracia e desconhecimento das finalidades e
regulamentação deste órgão representativo. Consta que em algum tempo da
história recente da unidade educacional, o grêmio existiu, mas foi “deixado morrer”. No plano
de gestão apresentado pela atual diretora como proposta da sua atividade
gestora da unidade consta como uma das ações democráticas da dimensão
administrativa da escola: “Articular com a equipe de Assistentes Técnicos
Pedagógicos a eleição do Grêmio Estudantil”.
Tal proposição não precisa grandes explicações para compreender que
revela uma absurda falta de compreensão do que é gestão democrática bem como da legislação e da literatura que regulamenta a
constituição do grêmio estudantil.
CONSELHOS ESCOLARES
ATIVIDADE
DA PÁGINA 23
Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis - Videira - SC
Cursista: Elcio Alberton
O processo de participação popular na gestão das
instituições públicas é um processo que o Brasil recomeçou a aprender com o
declínio da ditadura no final dos anos 1970. As greves do ABC e a constituição
dos sindicatos e das Centrais Sindicais no início dos anos 1980 foram o germe
dos conselhos paritários previstos na Constituição de 1988. No caso dos
conselhos escolares, estes tem sua legislação prevista na LDB de 1996 que
deixou aos estados e municípios a responsabilidade pela sua regulamentação e
funcionamento.
Em Santa Catarina os conselhos deliberativos foram
instituídos pelo DECRETO nº
3.429, de 08 de dezembro de 1998, no artigo 2 o decreto prevê que sua
constituição seja feita por representantes de todos os segmentos da comunidade
escolar. O decreto estabelece como funções do Conselho: Deliberar diretrizes e
metas do PPP, propor alternativas para melhorar a qualidade do trabalho
escolar, coordenar a elaboração do regimento escolar e o cumprimento do PPP,
apreciar e emitir parecer sobre o desempenho das metas, articular mecanismos de
execução das políticas educacionais, recorrer a instâncias superiores quando
não se julgar apto para propor soluções.
O decreto prevê a
proporcionalidade representativa entre os segmentos a qual deve ser garantida
por meio de eleição direta e secreta.
No caso da Escola de Educação
Básica Professora Adelina Régis em Videira – SC, os professores cursistas
tiveram acesso ao livro atas de constituição do Conselho Deliberativo da
Escola, o qual foi constituído a primeira vez no início da década de 2000, e
depois, segundo diálogos estabelecidos entre os cursistas, “deixado morrer”
porque não estava cumprindo sua função.
No início do ano de 2013,
encontra-se uma ata de constituição do Conselho Deliberativo. A ata descreve a
reunião de alguns membros da comunidade escolar com a diretora da escola que
nomeou o Conselho Deliberativo, o qual não fez nenhuma reunião desde a sua
instalação. A segunda ata desta nova etapa do conselho é a fotocopia de uma ata
de reunião que teria sido realizado pelo conselho sob a presidência da Gerente
Regional de Educação, cuja finalidade foi confirmar os nomes dos novos
assessore de direção da escola que já haviam sido nomeados para o ano letivo de
2014 por indicação político partidária.
Note-se que a existência deste
conselho comprova mais uma vez que a gestão democrática da escola, nestas
condições é um sonho impossível. E mesmo existindo legalmente o Conselho
Deliberativo ele não tem legitimidade.
Chama a atenção nas discussões
sobre a constituição e o papel do conselho a falta de clareza sobre a
importância e papel desta instância no cotidiano da escola e pior que isso
mesmo professores que supostamente conhecem tudo sobre democratização e
participantes da direção do sindicato dos professores afirmarem que é inútil
convocar a comunidade para a participação, pois “ninguém quer nada com nada”.
Neste contexto não é estranho que qualquer voz dissonante seja entendida como
“mosca que pousou na sua sopa”
Nota-se no caso em referência que
a existência do Conselho, como afirma o módulo V, não é uma garantia de
democratização da gestão, já que o processo mediante o qual foi constituído
nada tem de participativo e nenhuma decisão foi tomada mediante consulta e
expressão dos representados. O módulo V também fala da possibilidade de
manipulação e legitimação de decisões autoritárias dos grupos que detém o
poder.
Certamente a primeira medida a ser
tomada é estabelecer processo de transparência a capacidade de tomar decisões
coletivas e quebrar os limites autoritários que se escondem nas práticas
supostamente participativas.
Compreender os conselhos como
espaço pedagógico é ainda um longo caminho para a gestão democrática da
educação em Santa Catarina.
SITUAÇÕES VIVIDAS NA ESCOLA QUE PODEM SER OBJETO DE DECISÕES COLETIVAS
(Caderno V página
18)
Cursista: Elcio Alberton
Fazer acontecer gestão democrática, como já se disse no
início deste caderno V, repetindo afirmações já feitas no caderno II embasadas
na legislação vigente, implica mais do que colocar em prática o que determina a
lei. No processo de formação inicial dos docentes e na formação continuada
falta a percepção de que formação docente não pode se limitar a técnicas
didáticas, pedagógicas e conhecimento de leis e princípios. Um dos sérios
limites na educação é a formação humana, questões relativas ao SER do
professor, à pessoa com suas limitações e necessidades humanas.
A capacidade de organizar reuniões e discussões que
redundem em discussões produtivas e evitem posturas corporativas e a criação de
grupos internos. Isso significa facilitar aos envolvidos a disposição para
conversar sobre problemas do cotidiano com maturidade que não envolva
interesses pessoais e favoritismos. Gestão democrática não se resume a
realização de reuniões que não chegam a lugar nenhum. As discussões coletivas
exigem capacidade de argumentação com conhecimento de causa, não basta todo
mundo falar tudo, é precisa falar sabendo o que se diz, com fundamentos legais
pedagógicos e humanos.
A função de quem
dirige uma instituição escolar consiste também na capacidade de criar diálogo sincero
entre as partes. Gestão democrática não permite “puxação de tapete”, “culto ao
ego do chefe”, “insensação de personalidades”, “desconstrução da imagem alheia”.
Gestão democrática
pede muito mais do que respostas rápidas, superficiais, atribuição de culpas e
punições. Não faltam motivos para que se estabeleçam processos de gestão
democrática coletiva e obviamente o primeiro deles reelaborar coletivamente e
com ampla participação o PPP da Escola.
Em nossa escola
algumas situações clamam por participação que se sobreponha a realização de
reuniões onde todo mundo fala e se toma decisões corporativas. Para elencar algumas conforme pede a tarefa:
1)
O que você sabe sobre a construção do
plano de gestão escolar que foi apresentado pela diretora em abril de 2014?
2)
Como se deu o processo de escolha dos
membros do Conselho Deliberativo da Escola? Quando ocorrem as reuniões quais
foram os últimos encaminhamentos?
3)
Como se desenvolveu o processo de
seleção dos professores orientadores de estudo no programa do SISMEDIO?
4)
Quem e com que critérios foram promovidos
a discussão para implantação das “Provas de Recuperação Bimestral”. Do modo
como estão sendo aplicadas contraria a resolução 158 do Conselho Estadual de
Educação, sobre avaliação escolar. O Plano de Gestão Escolar (PGE) apresentado
por nossa escola foi reprovado também neste particular.
5)
Houve alguma consulta à comunidade escolar
para a criação do Grêmio Estudantil? Também neste ponto o PGE recebeu avaliação
negativa.
6)
Quais critérios foram levados em
conta na organização da comemoração dos 80 anos da escola que, embora impecável
do ponto de vista organizacional, foi um desastre em termos de inclusão e de
participação dos interessados?
7)
Nossa escola repete problemas há anos
para os quais se apresentam as mesmas sugestões dadas pelas mesmas pessoas e
aplicadas nos mesmo moldes que se mostram ano após ano ineficaz. O que fazer?
A
conclusão desta reflexão não poderia ser de outra forma se não repetir a pergunta
que encerra a atividade da página 18:
Que sugestões esse grupo poderia oferecer para que, em
novas situações ocorridas na escola, o
processo de discussão e de deliberação possa acontecer?
A meu modo de ver a criação de espaços onde a palavra seja
ouvida integralmente com conclusões firmadas em princípios legais e com
capacidade para vencer os estrelismos e favoritismos muito presentes no
cotidiano da escola, em que algumas situações beiram o ridículo da “lei de
Gerson”.
GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO OU GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA
(Caderno V página 12)
Cursista: Elcio Alberton
Gerir democraticamente a escola,
num contexto onde falta democracia na gestão da educação é um desafio que
precisa ser superado com criatividade e competência. Envolver a comunidade
escolar é muito mais do que fazer
reuniões onde todo mundo fala o que quer. Gerir democraticamente a educação
implica exercitar o diálogo respeitando as diferenças em vista de processos que
sejam efetivados no cotidiano onde não tenha lugar para estrelismos e
exclusões. (Cf. BRASIL/MEC/SEB. 2004.p.26).
As ações executadas merecem
passar por avaliação, o que não significa discussão sem propósitos, ataques
pessoais, ou desvalorização do trabalho, mas oportunidade para que as próximas
atividades não incorra nos mesmos erros.
Fazer da participação uma ação
democrática significa dialogar e deliberar coletivamente com respeito às
posições divergentes. Criar mecanismos de participação supõe ultrapassar a
fronteira da conversa piedosa sem chegar ao discurso raivoso da superposição de
uns sobre outros onde existam vencedores e vencidos.
Gestão escolar implica criar e
dar voz às instâncias deliberativas e de
representação de classe capazes de criar espaço de responsabilidade coletiva.
HISTORIANDO COM UMA OCTOGENÁRIA SENHORA
(Caderno
IV página 45)
Cursista: Elcio Alberton
Justificativa:
A
Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis, completa em 2014 80 anos de
serviço à educação e à cultura videirenses. O resgate desta história pode
passar sim pelos prédios e construções deste período. Mas muito mais importante
que isso seria fazer um apanhado histórico que levasse em conta o contexto
histórico, econômico, sociológico no qual esta escola esteve inserida.
Em
busca de Joaquim Venâncio poderia inspirar um resgate histórico sobre as razões
para uma escola pública na vila de
Perdizes onde no mesmo ano se instalava a grande empresa Ponzoni e Brandalise,
que deu origem à Perdigão e atualmente brf.
Não
demorou muito tempo para que a Escola se tornasse o ponto de referência na educação
dos videirenses.
O resgate
histórico de fatos que envolveram a escola, nome e situação do corpo docente,
alunos que passaram pela instituição, disciplinas, currículo, tempo de
permanência na escola, conteúdos disciplinares e modalidades de ensino
oferecido. Seria uma boa proposta curricular interdisciplinar para este
processo de historiar.
Uma
proposta como essa interessaria a todas as
áreas temáticas com conteúdos específicos para cada disciplina. Mais do
que prédios, paredes, incêndio, é importante considerar as vidas que passaram
pela Escola nestes 80 anos.
O Desenvolvimento
econômico, social e populacional de Videira fez com que a Escola se tornasse o
sonho de consumo de muitos, que acabou restrito à camada social mais
privilegiada da sociedade. Sua localização na área central da cidade, o número
de vagas, a falta de transporte público das regiões mais afastadas deram ao Adelina
Régis o status de uma escola de elite. Compreensão
difícil de ser alterada agora que as camadas populares tem acesso ao ensino
médio.
“Quem
mexeu no meu queijo” é uma pergunta que não encontra resposta para uma escola
em tempo integral na qual o PPP, a proposta curricular, os conselhos e as
instituições representativas estão longe de levar em conta o tempo político, o
tempo institucional, e o tempo escolar.
Historiando
com uma Octogenária Senhora poderia ser um desafio curricular para melhorar a
comunicação, incrementar a adesão voluntária e a participação da comunidade no
cotidiano da escola.
Discutir
a história da escola exige de toda que toda a comunidade escolar seja ouvida
nos processos de sistematização e construção do conhecimento histórico, e que
está dentro de um contexto muito mais amplo capaz de abranger todas as áreas de
conhecimento.
Isto significa capacidade para pensar, discutir, e realizar coletivamente o que se faz, sem as
aberrações que beiram a compreensão de que uma parte da escola é “macaco”.
ELEIÇÕES GERAIS NO BRASIL EM 2014
Atividade do caderno IV página 37
Elaboração de uma proposta curricular
integrada
CURSISTA: ELCIO ALBERTON
ELABORAÇÃO
|
RESULTADO
|
As eleições de 2014, no Brasil se constituem no
mais importante processo de redemocratização do País desde a década de 1980.
Neste processo está presente o voto facultativo aos jovens entre 16 e 18 anos
que vem criando uma cultura de
participação envolvendo questões econômicas como o financiamento de
campanhas, a adoção da urna eletrônica e do voto digital. No processo
eleitoral são discutida a ocupação e distribuição do solo, bem como a
produção e distribuição de renda.
|
1)
Estudar os momentos na história do País em que
houve eleições livres;
2)
Tratar da participação da sociedade e da importância
dos MCS no processo de decisão do voto;
3)
Realizar cálculos a partir dos números e das
pessoas envolvidas e beneficiadas com os financiamentos de campanha;
4)
Tratar das questões da produção com
preservação e distribuição de renda;
5)
Analisar do ponto de vista gramatical os
discursos e aforismos dos candidatos;
6)
Estudar as repercussões internacionais dos
fatos que marcam vida política
nacional;
|
Fundamentação teórica, com base na pesquisa
bibliográfica sobre os temas.
|
Estudar questões relativas à democracia,
cidadania, teorias de trabalho e emprego, percentagem e cálculos, implicações
físicas das mudanças climáticas decorrentes da infraestrutura básica para o
País, semântica, interpretação de texto, densidade demográfica, leis da
inércia.
|
Considerar quais componentes curriculares precisará
dedicar mais tempo em cada área temática para o estudo do fato.
|
Associar os conteúdos propostos com o envolvimento dos
alunos e da comunidade escolar no processo de delegação de poder aos
candidatos que se apresentaram para os diversos cargos no pleito.
|
Facilitar aos educandos compreender as questões da
democracia, da cidadania, da escola, com a gestão democrática da escola,
grêmios e órgãos representativos dos estudantes, das associações de moradores
e clubes de serviço.
|
Levar os educandos a interagir com o processo eleitoral
e com os diversos processos de gestão democrática que estão ou deveriam estar
presentes no seu cotidiano.
|
Perceber que além dos aspectos já tratados no todo desta
compreensão conceitual, outras áreas do conhecimento também podem ter sua
participação neste aprendizado.
|
Promover com os estudantes um debate sobre gestão
democrática na escola e organização de organismos representativos da
comunidade escolar.
|
CARTA AOS ESTUDANTES
ATIVIDADE RELATIVA AO CADERNO II PÁGINA 60
CURSISTA: ELCIO ALBERTON
Olá bonito(a)!
Hoje quero falar com Você.
Você aluno(a) é inteligente e capaz de perceber o esforço que o professor tem feito para estar próximo das suas necessidades. Você sabe que muitas vezes tento aproximação com uma palavra que até parece “deboche”. Outras vezes arrisco uma proximidade física, tento acariciar seu rosto, brincar com seu cabelo, bater no seu ombro. Não poucas vezes fui mal interpretado em todas essas iniciativas.
Você também sabe que tenho feito esforço significativo para compreender suas dificuldades e particularidades, mas que também sou exigente e algumas vezes intransigente. Prazos, qualidade das atividades, cumprimento de horários, cuidado com o material didático para a matéria são quase uma obsessão para mim.
Para quem foi meu aluno em 2013, percebeu que fiz uma mudança radical no modo de me relacionar com os alunos e na didática das aulas. Neste ano a preparação dos conteúdos, os exercícios, o contrato pedagógico que estabelecemos no início do ano, a alteração do contrato no segundo semestre com a organização das equipes de trabalho foram todas iniciativas que ajudaram no desempenho de nossa atividade e na melhora das relações entre nós.
Mas, apesar disso percebo que ainda estamos com dificuldade de falar a mesma linguagem, algumas vezes parece que falo “grego” ou “mandarim”. Tenho muita vontade de conhecer melhor você, saber das suas dificuldades e ser um “ombro amigo”. Ganhar sua confiança!
Você sabe que sempre fui um entusiasta em relação ao uso das tecnologias digitais de comunicação. Vou lhe fazer um desafio e confiar na sua seriedade. Ao final desta carta faça comentários, pode ser anônimo. Diga o que Você quer que o professor modifique no seu modo de trabalhar para ajudá-lo, bem como para colaborar com as próximas gerações de alunos que terão contato conosco.
Afinal de contas o principal objetivo do professor e da escola é facilitar ao aluno(a) aprender e que permanecendo na escola ele(a) conclua com sucesso o ensino médio. Vamos procurar juntos um caminho para ter mais êxito nessa empreitada.
Conto com Você!
Professor Elcio Alberton
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFESSORA ADELINA RÉGIS
VIDEIRA –SC
PACTO PELO FORTALECIMENTO DO
ENSINO MÉDIO
CURSISTA: ELCIO ALBERTON
ATIVIDADE DO CADERNO IV –
Página 17
EDUCAÇÃO
ALIMENTAR UMA LIÇÃO DE VIDA
Justificativa:
Dentre as finalidades do ensino
médio, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio
(DCNEM), destaca-se a continuidade dos estudos, a preparação para o trabalho e
o exercício da cidadania. Neste sentido, tratar da Educação Alimentar e
Nutricional se constitui numa forma de exercício da cidadania.
Objetivo Geral:
Desenvolver de forma integrada
na unidade escolar um projeto de educação alimentar e nutricional que facilite
a superação de políticas curriculares fragmentadas e que seja capaz de promover
uma reflexão crítica sobre os padrões culturais da comunidade escolar.
Objetivos Específicos:
Provocar nos alunos
o interesse pelo conhecimento dos produtos que compõe a alimentação escolar;
Estimular na
comunidade escolar a preocupação com o trabalho que envolve a produção do que é
oferecido na alimentação escolar;
Valorizar a
alimentação escolar como instrumento promotor de educação alimentar;
Proporcionar a
análise crítica sobre custos de produção e valor nutricional dos alimentos que
compõe o cardápio da alimentação escolar;
Estratégias:
Por meio de uma
palestra com alunos e professores da unidade escolar sobre o papel da
agricultura familiar na alimentação escolar. Na continuidade solicitar à
nutricionista da empresa fornecedora da merenda escolar uma entrevista sobre os
valores nutricionais da merenda escolar. Neste contexto garantir aos alunos o
acesso aos produtos disponibilizados para o cardápio da merenda escolar
permitindo que conheçam os componentes in
natura e que serão oferecidos processados e cozidos para as refeições na
escola.
Atividades:
1)
Palestra com o
Coordenador do Sindicato da Agricultura Familiar de Dionísio Cerqueira;
2)
Realização de
entrevista com a nutricionista da empresa NUTRIPLUS;
3)
Assistir ao vídeo
O caminho da segurança alimentar no Brasil;
4)
Produção de um
vídeo com depoimentos de alunos, professores, gestores e merendeiras da escola
sobre a alimentação escolar;
Áreas envolvidas
Ciências Humanas:
(Sociologia, Filosofia, História e Geografia) – organização da palestra e dos
espaços para o evento. Proporcionar espaço de discussão sobre a história da
agricultura familiar os espaços geográficos ocupados por esta forma de produção
alimentar. Questionar com a comunidade escolar as implicações sociais e
laborais da população envolvida na agricultura familiar.
Matemática: Realizar
cálculos com percentuais dos valores nominais da produção e comercialização dos
produtos da agricultura familiar, incluindo áreas onde são produzidos e
importância para a economia local;
Ciências da
Natureza: (Química, Física, Biologia) – Estudar com os alunos a composição
nutricional dos alimentos em física considerarem os processos de aceleração e
movimentos no processo de produção, transporte e armazenamento da alimentação
escolar. Em química tratar questões relativas massa molar, volume molar,
quantidade de matéria e cálculos estequiométricos.
Avaliação:
Produzir com a
comunidade escolar uma proposta de cardápio para a alimentação escolar
considerando os hábitos alimentares da comunidade local e que leve em conta a utilização
dos produtos da agricultura familiar na região.
Publicar o cardápio
no blog da escola permitindo que sua socialização provoque comentários sobre os
temas tratados em sala de aula.
Bibliografia:
1)
CONSUMO
SUSTENTÁVEL: Manual de educação. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf,
acesso em 11/10/2014. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/ IDEC, 2005.
160 p.
2)
REVISTA MUNDO
JOVEM, Porto Alegre, PUCRS, Agosto de 2014, página 17.
3)
O caminho da
segurança alimentar no Brasil. https://www.youtube.com/watch?v=1sHrxvC73GE,
acesso em 10/10/2014
CURRÍCULO ENSINADO E CURRÍCULO VIVENCIADO
Caderno
III – página 44
“Organize uma roda de diálogo com os
jovens alunos da escola e com seus colegas professores; – sobre o currículo da
escola; sobre o currículo vivido por estes alunos; sobre o sentido do conhecimento
escolar, das experiências vividas mediadas por esse conhecimento e sobre a
necessidade de outros conhecimentos e abordagens; conduza de modo a fazer
emergir propostas, sugestões de outros encaminhamentos para o currículo, para as
disciplinas e para outros arranjos curriculares, considerando as dimensões do
trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia”.
Um
dos desafios mais pertinentes das comunidades escolares reside na efetiva
participação dos sujeitos no processo de construção da escola e da gestão
escolar. Também no que se refere ao currículo no sentido de experiências vividas e construídas pelos
interessados no processo igualmente se apresenta enorme defasagem histórica e pedagógica.
Normalmente os projetos e programas educacionais são
desenvolvidos para os alunos e raramente com eles. Mesmo em escolas onde
acontecem diversos projetos de interação multidisciplinar estas ações podem se
enquadrar na máxima romana do “pão e circo”. Em outra dimensão elas são apenas
ações culturais destinadas a oferecer aos alunos oportunidades diferenciadas de
estar na escola.
A rigor o problema da participação é o maior gargalo das
propostas e matrizes curriculares e disciplinares nas unidades escolares. Antes
mesmo que os alunos iniciem o processo de construção de arranjos curriculares
nas dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia há que se
construírem espaços de gestão democrática.
A despeito do foco oferecido pelo texto dos cadernos de
formação do SISMEDIO, nenhuma das atividades sugeridas pelos cadernos foi
desenvolvida pelo grupo de cursistas, nem mesmo em caráter precário.
ENSINO/APRENDIZAGEM
PARA A VIDA
Caderno III – página 35
“Em vista dessa consideração, escreva
um texto no qual você evidencie as contribuições do que você ensina para o
desenvolvimento da autonomia intelectual e moral de seus alunos”.
Considerando as finalidades do Ensino Médio (EM) na
disciplina de filosofia procuramos ler e analisar os temas e textos da história
da filosofia com o cotidiano dos alunos. O resgate dos textos de diversos
filósofos a reflexão deles de forma não linear estabelecendo uma interconexão
com o cotidiano do aluno, respeitando a interdisciplinaridade dentro da própria
área temática e com as demais disciplinas tem sido uma constante no programa de
conteúdos da disciplina de filosofia durante todo o ano de 2014.
O respeito pela matriz curricular e a avaliação das atividades levando em conta o
comprometimento do aluno na realização de cada uma delas de modo a contemplar um
conjunto orgânico da vida do aluno para
vida dele na sociedade.
Tanto os momentos presenciais quanto as produções dos alunos
em sala de aula e extraclasse são diversificadas utilizando diferenciadas
formas de linguagem com uso frequente das Tecnologias Digitais de Comunicação e
Informação.
Como não poderia deixar de ser o desenvolvimento do
pensamento crítico e do raciocínio lógico com perguntas que relacionam os
saberes teóricos com os desafios da vida profissional em que estão inseridos os
alunos.
ATIVIDADE DO SISMEDIO MÓDULO III PÁGINA 27
CONVERSANDO
SOBRE AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS
Quais as proposições que mais geraram
debate? A que você atribui que tenham sido essas as questões mais polêmicas?
Faça o registro dessa atividade e
socialize com os demais professores cursistas.
Compreender a educação como um
processo de produção e socialização da cultura e da vida é um dos desafios mais
pertinentes no cotidiano das escolas. Compreender a escola não como uma “alfândega”
repleta de regras, normas, de segmentos e uniformemente pensada que não permite
adequação dos modos de aprendizagem é uma meta que mira a reinvenção ou
ressignificação da escola.
Centrar a escola no diálogo, na
colaboração, nas pessoas e na aprendizagem implica estabelecer novos
referenciais que valorizem e reconheçam as diferenças tendo foco no Projeto
Político Pedagógico (PPP) construído com ampla participação de todos os
segmentos da comunidade escolar.
A superação da fragmentação
curricular e a garantia da permanência, da aprendizagem vislumbrando a
conclusão dos estudos ainda estão longe
da unanimidade pensante no mundo da educação. Promover a reflexão crítica com
apropriação de referências capazes de mirar a continuidade dos estudos e a
preparação básica para o trabalho com exercício da cidadania.
A compreensão do que seja transversalidade
entre eixos temáticos, disciplinas e áreas do conhecimento sem dilui ou excluir
os componentes curriculares mas
garantindo a construção de relações fortalecidas da ciência com a cultura e a
realidade, continuam sendo desafios para aplicar a DCNEM.
ATIVIDADE DA PÁGINA 17 DO MÓDULO III – DO SISMEDIO
Que relações existem entre o que eu
ensino e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia da cultura? Registre
esse debate e compartilhe as
conclusões
em suas redes de contato.
DCNEM:
Art. 13. As unidades escolares devem
ter presente na organização curricular:
I - as dimensões do trabalho, da ciência,
da tecnologia e da cultura como eixo integrador
entre os conhecimentos de distintas
naturezas, contextualizando-os em sua dimensão histórica
e em relação ao contexto social
contemporâneo;
No cotidiano da escola a relação de conteúdos dados como
informação aos alunos está completamente alheio á realidade do mundo do
trabalho. Não obstante a matriz curricular do ensino médio inovador contemplar
a disciplina de “Empreendedorismo”, nem alunos nem o corpo docente de clareza
da sua finalidade e das implicações que esta temática tem para o cotidiano da
escola e da comunidade escolar.
É quase impossível fazer uma relação entre empregabilidade
e educação. Mesmo constatando diariamente a perca de alunos do ensino médio em
tempo integral que trocam de escola ou turno para ingressar no mercado de
trabalho, os professores continuam afirmando que um dos problemas do País é a
falta de emprego. Não é raro, na escola que oferece ensino médio em tempo integral,
encontrar nos corredores, nas salas de aula e nos murais avisos com estas
palavras: “Contrata-se jovens maiores de 16 anos para trabalho temporário”.
Nem mesmo na disciplina de sociologia se faz qualquer
trabalho sobre a relação emprego, trabalho, remuneração, direito trabalhista e
garantias sociais. Nossos alunos e poucos professores sabem falar com
desenvoltura sobre a carga tributária que incide sobre a folha de pagamento.
Raramente um professor sabe falar sobre garantias sociais na relação trabalho e
emprego.
Em relação à tecnologia, recente pesquisa, realizada na
escola constatou que nem alunos, nem professores utilizam os recursos
tecnológicos para a produção de conhecimento ou para o intercâmbio cultural. A
maioria absoluta constatou que usa a internet para pesquisa genérica.
Curiosamente o próprio SISMEDIO que oferece todo o
material na forma digital, algumas vezes tem dificuldade de ser realizada uma
fase presencial, porque as apostilas não foram impressas. Note-se que um grupo
com mais de 60 professores participando do projeto, não há socializações
virtuais do conhecimento produzido.
Diante destas evidências não parece temeroso afirmar que
entre o que se ensina, o mundo do trabalho, a ciência e a tecnologia a relação
está há anos luz.
OPS, VAMOS TECLAR?
(Atividade relativa ao
Caderno II página 29)
As discussões sobre
o conflito de gerações são um tema muito querido por psicólogos,
psicoterapeutas, educadores familiares, religiosos e uma infinidade de outros
profissionais que lidam com relações familiares.
O pano de fundo desta que é uma situação delicada para a vivência
cordial e responsável no interior das famílias ganhou um inimigo muito poderoso
com o advento das redes sociais.
Dá para contar nos dedos a família que não tenha pelo
menos 2 aparelhos celulares em casa. O acesso às redes sociais é também uma realidade
em pelo menos 85% das residências brasileiras.
Não precisa ser muito instigador para dar-se conta que
qualquer aglomerado de jovens está permeado pela troca de informações digitais.
Esta fantástica forma de comunicação revela personalidades e esconde interesses
que são maquiados pelos bordões característicos dos grupos.
Raramente uma pessoa que não faz parte do grupo consegue
entrar na roda de conversas e muito menos entender as gírias utilizadas por
eles. Com muita insistência pode ser que um adulto consiga trocar qualquer
informação que seja restrita aos grupos.
Com boa dose de habilidade será possível estabelecer
alguma relação e eventualmente falar sobre temas relativos ao cotidiano da
escola e do dia a dia dos estudantes bem como sua relação com a comunidade
escolar.
O uso das redes sociais pelos professores para contato com
alunos quase sempre é entendida como uma invasão na sua privacidade. É muito comum as turmas
organizarem grupos entre si, mas não aceitar neles a presença dos professores e
dos pais.
Sem querer os pais acabam facilitando a falta de diálogo
entre os pares. Recentemente ouvi uma
mãe empolgada dizendo que havia finalmente entrado na cultura digital e que
agora se sentia muito bem pois, pela manhã e no horário das refeições enviava
um whatsapp para os filhos que
estavam em distintos ambientes da casa,
informando e convidando-os para o evento em referência.
De algum modo, a sociedade que se diz madura e responsável
pelos jovens também perdeu a importância do diálogo presencial e facilitou a
comunicação que “aproxima o que está longe e isola quem está perto”.
A Experiência com a dança do passinho foi uma maneira
encontrada para fazer convergir as diferentes linguagens na escola repleta de
muitos saberes. Sintonizar os interesses dos vários membros da comunidade
escolar continua sendo um dos grandes desafios para a escola e para os
educadores.
Muito mais difícil ainda é descobrir o ponto de partida,
ou seja, aquilo que os alunos já sabem, e muitas vezes, mais que os
professores, para proporcionar uma socialização de outros saberes que façam
convergir os diversos interesses.
NA PÁGINA PRINCIPAL DESTE BLOG, VOCÊ ENCONTRA OS SEGUINTES ARTIGOS:
1) Da Escola que temos para a Escola que queremos;
2) Ensino Médio para todos público, gratuito e de qualidade;
3) Buscas e Sonhos de Adolescentes;
4) Participar, opinar e votar é tudo a mesma coisa?
5) Quem é quem na escola?
Todas produções nossas escritas a propósito do Curso do SISMÉDIO
Confira e comente...
Muito interessante suas reflexões e análises sobre as atividades propostas no Curso do Pacto/SISMÉDIO. Hoje também concluímos a etapa 1. Esperamos mudanças, mesmo que a passos lentos, nem todos tem comprometimento para com uma educação de qualidade. Um abraço ... Loureni
ResponderExcluirMuito interessante suas reflexões e análises sobre as atividades propostas no Curso do Pacto/SISMÉDIO. Hoje também concluímos a etapa 1. Esperamos mudanças, mesmo que a passos lentos, nem todos tem comprometimento para com uma educação de qualidade. Um abraço ... Loureni
ResponderExcluir