ATIVIDADES DO CURSO DO SISMEDIO - PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO




ATIVIDADE III - CADERNO II - ETAPA II  
Página 36

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFESSORA ADELINA RÉGIS
PROJETO IDENTIDADE/2015
I - OBJETIVOS:
Despertar na comunidade escolar o interesse por sua história e pela história que o cerca, por meio da qual a pessoa vai se construindo e construindo suas relações, trocando e produzindo saberes.
Criar na comunidade escolar uma identificação com a unidade escolar de tal modo que todos se sintam envolvidos com o cotidiano escolar e o projeto pedagógico.
Investigar desafios enfrentados pelos estudantes na sua relação consigo mesmo, com a escola, com as famílias e a comunidade em geral de modo a valorizar a pessoa do estudante e sua autonomia na produção de conhecimentos.

II - JUSTIFICATIVAS:

A atualização da Proposta Curricular de Santa Catarina foi pautada pela teoria histórico-cultural (Compreensão do ser humano como um sujeito em construção).
Sob esta ótica o Projeto Identidade, desenvolvido já há alguns anos pela Escola Adelina Régis, necessita de uma repaginação no modelo como vem sendo desenvolvido.
A última atividade do Caderno I, etapa II do Curso do SISMEDIO, sugere a criação de uma proposta de ação curricular na área de Ciências Humanas baseada na formulação de um problema a ser investigado.
Uma vez que o projeto foi repaginado ele pode ser aplicado para todas as turmas da escola, inclusive noturno e regular vespertino.

III - ESTRATÉGIAS:

- Apresentar o roteiro para a construção do projeto aos professores e gestores da unidade escolar.
- Depois de aprovado e devidamente corrigido, alterado, modificado, apresentar aos estudantes e demais membros da comunidade escolar.
- Reunir os pais dos alunos envolvidos no projeto e apresentar também a estes os passos que serão seguidos na construção, produção e sistematização de todos os dados.
- Concluir a sistematização dos dados, transformando-os em pequenos vídeos produzidos pelos próprios alunos e por seus familiares.
- Editar os projetos de cada turma em forma de livro que poderá ser adquirido pelos alunos e por seus familiares.

IV - PRAZOS:

Março realizar as reuniões com os grupos envolvidos (professores, gestores, funcionários alunos e pais, Conselho Deliberativo, APP).
Abril realizar uma palestra sobre o tema identidade pessoal e comunitária e construção da pessoa e suas relações. (Palestrantes sugeridos: Professor universitário e psicólogo padre Deolino Baldissera e com o professor universitário Ivan Lago).
Maio tempo de pesquisa e produção do projeto pelos alunos e seus familiares.
Junho correção ortográfica, artística, histórica da produção.
Julho sistematização do projeto e construção dos vídeos familiares com a história pessoal.
Agosto diagramação do projeto para editoração do livro.
Setembro publicação da primeira edição do livro: Adelina Régis – Identificação e história.

V – RESPONSABILIDADES

Apresentação do projeto aos professores – ATP e Orientação Educacional;
Reunião com os pais, APP, e conselho deliberativo – Professores de Filosofia;
Organização das palestras – Equipe gestora da Escola;
Organização da pesquisa – aplicação aos alunos:
a)                  Professores de Sociologia – Biografia pessoal.
b)                 Professores de Biologia e química – Biografia Genética.
c)                  Professores de Língua Portuguesa e Literatura – Histórico de leitura.
d)                 Professores de Educação Física – Esportes e hobbies.
e)                  Professores de  Arte, música e dança – Arte, música e dança.
f)                  Professores de história – História social.
g)                 Professores de Filosofia – Tensões e realizações pessoais.
h)                 Professores de Matemática  e Física – Biografia profissional e sonhos que quer realizar.
i)                   Professores de Inglês – Redação do texto que será publicado em Inglês no projeto identidade.
j)                   Professores de Língua Portuguesa e Literatura – Correção da produção dos alunos.
k)                 Professores de Informática, Artes e Orientador de Convivência – Diagramação da produção e construção da capa do livro.

ROTEIRO PARA CONSTRUÇÃO DO PROJETO

A vida de cada pessoa é uma história que começa com o seu nascimento, entretanto o mundo que o circundará a partir deste fato, já estava aí. Entrando para a história a pessoa humana vai construindo e sendo construída numa teia de relações que vai perdurar por toda a sua existência.

I – BIOGRAFIA PESSOAL
Nome:                                                            Data de Nascimento:
Filiação:
Avós:
Neste momento da minha história resido com:
Na sua casa residem: (   ) irmãos  (   )meio irmãos   (   )irmãos de criação (   )tios (  ) avós
Na ordem dos irmãos qual a posição que você ocupa?
Profissão do seu Pai:
Profissão da sua mãe:
Caso você esteja morando com outras pessoas que não seu pai e sua mãe, descreva abaixo (nome, parentesco, e profissão de cada um deles).
Naturalidade: (cidade e estado) Nasceu e cresceu na cidade ou no campo?
Na sua casa quem mandava mais: (  )pai  (   )mãe  (  )Irmão  (  )irmã  (  )avô  (  )avó  (  )padrasto  (  )Madrasta   (   ) outra pessoa.
Você cresceu até os 10 anos morando com quem?

II - BIOGRAFIA GENÉTICA

Descreva a cor dos seus olhos, cabelos, da pele, seu tipo sanguíneo. É portador de alguma doença crônica ou genética. Na sua família algum membro tem doença crônica ou hereditária. Tem algum histórico de obesidade na família. Alergia ou intolerância a determinados alimentos. Na sua casa alguém ou você faz uso contínuo de medicamentos e como esses medicamentos chegam à sua casa. É portador de necessidades especiais com laudo médico que recomenda inclusão social.

III - HISTÓRIA DE LEITURA

Descreva o que você sabe sobre o tempo, que seus pais frequentaram a escola: (onde, quantos, anos, como era o transporte escolar, etc...).
Escreva, utilizando imagens e fotos, sua história de leitura: com quantos anos foi alfabetizado, quais eram suas leituras preferidas, na sua casa alguém tinha o hábito de leituras de jornais, revistas, livros, etc.
Você conheceu cinema, internet, telefone celular e outros meios de comunicação com que idade. Como foi sua relação com estes MCS.
Relate sua história escolar, pontos positivos e negativos da sua vida estudantil até a presenta data.
Você e sua família falam habitualmente sobre sua vida escolar. Com que frequência seus pais visitam a escola onde você estuda. O uso do uniforme escolar é um assunto que ocupa as rodas de conversa na sua casa e com seus amigos. Cite pontos importantes para uso do uniforme e pontos negativos.
Você escolheu a EEB Adelina Régis para fazer o ensino médio, descreva pelo menos quatro razões para isso. Você recomendaria a escola para seus amigos e conhecidos? Cite pelo menos duas razões.

IV  - ESPORTES E HOBBIES

Sua família tem histórico na prática de esportes? Quais?
Você costuma praticar quais esportes regularmente?
Jogo em algum time de futebol ou outra equipe de competições esportivas na escola ou fora dela? Qual sua reação quando seu time vence e quando perde algum jogo ou competição?
Torce por algum time de  futebol, equipe, ou desportista de renome nacional?  Qual sua reação diante do sucesso ou do fracasso do seu time/equipe/pessoa preferida.
Cultivou ou cultiva algum ídolo do esporte? Quais as qualidades que o levaram a idolatrar esta pessoa?
Sente ou sentiu alguma vez vontade de imitar ou desenvolver as qualidades ou virtudes do seu ídolo?

V - ARTES, MÚSICA E DANÇA

Você ou alguém da sua família participa de algum grupo de teatro, musica ou dança? Qual seu estilo de música preferida. Na sua casa qual o estilo musical preferido. Ouve-se rádio com regularidade. Qual a média diária em horas que a TV fica ligada na sua casa. Sua família costuma assistir juntos alguma programação televisa. Descreva como acontece este hábito familiar.

VI - HISTÓRIA SOCIAL

Descreva o lugar (lugares) onde você viveu até completar 10 anos de idade:
Procure lembrar quem eram seus(uas) amigos(as) preferidos(as):
Conte alguma lembrança significativa dos seus amigos:
Seus pais praticam ou praticavam alguma religião?
O que você sabe/ia sobre a religião dos seus pais?
Seus pais e você mesmo ainda acham importante a prática de alguma religião? Descreva dizendo os porquês.
Cite alguns aspectos da sua trajetória pessoal que tenha marcado a sua vida:
Se você pudesse o que modificaria na educação que recebeu em casa:
Descreva pelo menos duas dificuldades que encontrou na sua trajetória pessoal até o presente momento:
Descreva três sonhos que você desejava realizar quando criança:
Conte uma realização pessoal  que você já teve até o momento:
Descreva algum sofrimento que sua família experimentou e que deixou marcas na sua vida:

VII - TENSÕES E REALIZAÇÕES PESSOAIS

Descreva sua vida afetiva, o que você pensa destacando aspectos positivos e negativos da sexualidade para os adolescentes e jovens.
Fale sua opinião sobre o casamento e as relações entre o casal e os namorados.
Nas relações familiares e de namoro descreva alguns valores, contra valores, medos e angústias que você cultiva.
Descreva três sonhos que você ainda cultiva para o seu futuro

VIII - BIOGRAFIA PROFISSIONAL

Sua família tem situação econômica que Você considera digna. As pessoas de sua família tem trabalho fixo e garantido. Você gostaria de seguir a profissão dos seus pais ou de pessoas  próximas da sua família. Descreva sua situação habitacional, de mobilidade, e hábitos de viagem e férias. Fale sobre suas expectativas profissionais e vocacionais

IX - SONHOS QUE QUER REALIZAR
Imagine-se num disco voador sendo levado para um ponto após o fim de sua vida. Lá você estará assistindo um clip com toda a sua história de vida, descreva rapidamente o que você gostaria de mudar se tivesse oportunidade de fazer. 



ALIMENTAÇÃO ESCOLAR -  MITOS E VERDADES
Caderno II - Etapa I I - Página 44
OBJETIVOS:
Verificar os hábitos alimentares da comunidade escolar e sua relação com a alimentação escolar;
Provocar um estudo mais aprofundado sobre a qualidade nutricional da alimentação escolar e das necessidades de consumo diário para o ser humano;
Desmistificar a ideia de que a alimentação escolar é um problema para a ser considerado no que se refere a permanência dos alunos na unidade escolar em período integral;
Conhecer a composição da alimentação escolar, a origem e a qualidade do que é servido no almoço da escola e na refeição do noturno;
Verificar a procedência da alimentação escolar e sua adequação à legislação vigente;

JUSTIFICATIVAS:
A frequente queixa da comunidade escolar em relação a qualidade da alimentação tem se tornado uma dificuldade para convencer parte significativa dos alunos a se alimentar diariamente na escola.
A falta de transparência por parte da empresa licitada para o fornecimento da alimentação escolar e o desconhecimento do contrato e responsabilidade pela elaboração do cardápio  diário da alimentação servida na escola.
Atender a necessidade de realização de atividade avaliativa do programa de formação continuada do Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio.

ESTRATÉGIAS:
Pesquisar as variedades da alimentação servida na escola,  fazer uma pesquisa bibliográfica utilizando a rede mundial de computadores sobre o valor nutricional destes alimentos;
Realiza estudo sobre os valores de referência que um organismo necessita consumir diariamente como condição para uma alimentação saudável, para isso servir-se dos recursos das TDIC;
Realizar pesquisa sobre as normas relativas a alimentação escolar estabelecidas por lei federal, neste caso acesso sites e páginas do governo federal;
Realizar painel digital com fotos dos alimentos servidos nas refeições escolares e na residência das famílias (neste ponto as fotos devem ser datadas);
Realizar entrevistas com as famílias dos estudantes e outras pessoas da comunidade sobre os hábitos alimentares (neste caso utilizando aparelhos celulares, produzindo vídeos com os entrevistados);
Entrevistar alunos e produzir vídeos considerando as razões pelas quais se alimentam ou deixam de se alimentar na escola;
Entrevistar  e produzir vídeo com a nutricionista da empresa NUTRIPLUS, licitada para o fornecimento da alimentação escolar;
Visitar e produzir um acervo fotográfico digital do depósito com os alimentos armazenados na escola e que serão servidos na alimentação escolar;
Visitar, fotografar e entrevistar os responsáveis pelo fornecimento da alimentação escolar oriunda da agricultura familiar;
Conhecer o contrato firmado entre o estado e a empresa licitada para o fornecimento a alimentação escolar bem como os critérios para composição do cardápio diário.

PRAZOS:
Março e abril - Realização da pesquisa bibliográfica;
Maio - Realização do levantamento fotográfico a que se referem as justificativas e realização das entrevistas com alunos, familiares, nutricionista e comunidade;
Maio- Pesquisa sobre a legislação, o contrato e a elaboração do cardápio;
Junho - Confrontação entre o resultado da pesquisa bibliográfica, com o contrato e a contratante, o cardápio e o que é servido na escola durante o mês;
Julho – Redação final do projeto e exposição dos resultados em painéis escritos e na forma de Power point no refeitório da escola durante as refeições;
Julho – Publicação dos resultados nos espaços digitais mantidos pela escola (Face, blog, rádios e jornais).

RESPONSABILIDADES:
Pesquisa bibliográfica sobre os valores nutricionais – Professores de biologia e química.
Pesquisa sobre a legislação referente a merenda escolar – professores de sociologia e filosofia.
Levantamento fotográfico e pesquisa de campo – Professores de Artes, Geografia e história.
Realização das entrevistas – Professores de Educação Física, Música e Dança, Orientadores de Convivência.
Sistematização e confrontação dos dados e elaboração dos gráficos – Professores de física e matemática e informática.
Redação final do projeto – Professores de Língua Portuguesa e Literatura e Língua Estrangeira (Inglês) e informática.

CONCLUSÃO

A partir dos resultados alcançados, os professores podem apresentar questionamentos e análises complementares, como por exemplo: a qualidade dos alimentos consumidos, suas influências nas condi­ções de vida e de saúde, o impacto dos hábitos alimentares no meio ambiente, as relações entre alimenta­ção e cultura, a diversidade dos hábitos alimentares entre grupos e sociedades ao longo da história, o pro­blema da fome, as relações entre interesses econômicos, produção e comércio de alimentos, entre outros.

Na verdade, o que propomos é que vocês, professores e professoras, criem uma investigação cien­tífica geradora de conhecimentos significativos, valorizadora da autonomia dos estudantes e propiciadora de possíveis mudanças nas atitudes dos estudantes. Para isso, é fundamental que haja interdisciplinaridade e integração de saberes.


ATIVIDADE II - CADERNO II - ETAPA II 

SÍNDROME DE GABRIELA
“Eu nasci assim,
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim”

Caro aluno, Você já tem uma história de vida e tem consciência da sua trajetória. Percebeu que já realizou muitos projetos, mas também que tantos outros permaneceram no campo dos sonhos.
Dê agora, asas a sua imaginação, pense que a realização dos seus sonhos vai depender de como está construindo o presente. Imagine-se que você está impregnado da sua realidade como a água do mar está impregnada de sal. Para dessalinizar esta água terá que realizar um processo que significa perder sua identidade e construir uma nova.
Descreva, de forma criativa, quais são seus valores atuais, seus planos para o futuro, e como se imagina daqui a 10 anos. Certamente você já teve sonhos e desejos que gostaria de realizar.

Sugiro que Você se imagine num disco voador sendo levado para um ponto imaginário daqui a 10 anos. Lá você poderá assistir a um curta metragem com toda a história da sua vida na última década. Imagine-se contando sua história para uma pessoa que está interessada em saber sua história. Não se preocupe com a estrutura das frases e a ortografia, mas inclua tudo o que você acha realmente importante.

Resultado do trabalho realizado com
os alunos da EEB Adelina Régis














CERCO DE JERICÓ
Atividade I -  caderno II - Etapa 2  
Página 26

A minha escola não tem personagem
A minha escola tem gente de verdade
Alguém falou do fim do mundo,
O fim do mundo já passou
Vamos começar de novo:
Um por todos, todos por um.
(Vamos fazer um filme. Legião Urbana).


A expressão que é utilizada por grupos católicos fundamentalistas e que interpretam de modo descontextualizado o capítulo 6 do livro de Josué na Bíblia Sagrada, pode ser parafraseado no que se refere às questões de interdisciplinaridade na concepção curricular contemporânea.  A ideia de disciplinas estanques e que se bastam a si mesmas foi de tal modo cristalizada durante o século XX, que romper esta muralha é uma ação comparável ao “Cerco de Jericó!” Para que aconteça  o processo de interdisciplinaridade será necessário que “valentes guerreiros” contornem todo o processo pedagógico e reinventem a escola e o seu modelo de ensino.
A iniciativa de agrupar em áreas afins os componentes curriculares se constitui um passo para compreender que não existem fronteiras, mas este processo ainda pode ser equiparado ao conceito Freudiano de “camadas”  sobrepostas sem, contudo permitir que aconteça a integração entre elas.
As longas e intermináveis discussões sobre interdisciplinaridade esbarram na compreensão departamentalista que  ainda impera nos diversos níveis da educação básica e superior.   Faz parte do discurso comum da quase totalidade de experiências da formação docente a preocupação e a indicação de pistas para a superação do individualismo pedagógico, entretanto, entre o discurso e a prática ainda permanece uma  “Jericó, cidade murada, tinha se fechado diante dos israelitas, e ninguém saía dela nem podia entrar”. 
As escolas e seu corpo docente ainda estão distantes da compreensão de que a escola não tem personagem e nas quais um é por todos e todos por um.
Na perspectiva de um trabalho interdisciplinar e tendo foco na atualização da Proposta Curricular de Santa Catarina, pode-se tomar o conceito de “Ética” desdobrando-o numa ação interdisciplinar facilitando ao estudante apropriar-se dele conectando-o com o seu cotidiano e a realidade na qual está inserido.
Para efeito didático facilita a apresentação do conceito dispondo-o numa tabela, embora na prática pedagógica a grade não pode se constituir em espaço determinado para ação.


CONCEITO FUNDAMENTAL – APLICAÇÃO NOS DISTINTO COMPONENTES
ÉTICA
Filosofia
Compreensão dos diversos filósofos ao longo da história.
História
Questões éticas nos diversos sistemas de governo.
Geografia
Ética ambiental e de preservação do solo.
Sociologia
Questões de ética na política contemporânea.
Matemática
Números e cálculos relativos à falta de ética no cotidiano.
Biologia
Bioética,  Transgenia e pesquisas.
Língua Portuguesa
Interpretação de texto com temas de ética nos diversos momentos da história. Trabalhar concordância, acentuação, pontuação na produção de textos sobre ética.
Língua estrangeira
Tradução e interpretação de texto sobre ética nas relações internacionais contemporâneas.
Educação Física
Ética nos esportes, cartolagem.
Artes
Manifestações de ética na arte.
Música e dança pode ser trabalhado questões éticas relativas a diversidade e inclusão das minorias.

Como conclusão do trabalho o texto citado na página 9 da caderno I da segunda etapa permite compreender melhor o significado e a urgência desta ação transdisciplinar para a educação contemporânea:
“ Se as humanidades tem um futuro... será um futuro que envolve retornar ao passado e habitar este momento interdisciplinar pré-disciplinário. Não para se afastar da história  do contexto e da cultura, mas ao contrário disso para fazer justamente o oposto: Concluir que Freud estava mais  certo do que ele mesmo poderia supor quando imaginou a mente humana como sendo uma cidade tal como Roma, camada sobre camada, não substituindo umas às outras, mas coabitando com o passado. Neste momento enquanto estudiosos nossa tarefa é reimaginar as fronteiras do que chegamos acreditar serem as disciplinas  e ter a coragem de repensá-las”.  (Garber 2001 – p. 95 – 96)
Isso é o que parece se constituir num “cerco de Jericó” capaz de romper as muralhas organizadas em camadas intransponíveis para uma educação aberta e com olhar no horizonte.




MUDAR É PRECISO...
Módulo I - Etapa II - Páginas 31 a 40

O Papa Francisco, em seu livro:  Educar - Exigência e Paixão,  escreve: “Não resta dúvida que estamos vivendo uma época de mudanças profundas. Podemos dizer que é um tempo de crise”(Bergoglio 2013, p.65). Naturalmente que diante da crise é também hora de encarar a mudança. Poderia ajudar nesta reflexão a parábola da Vaquinha: “Empurre sua Vaquinha”! Isto é, empurre suas certezas e “Agarre seu medo do futuro e pergunte: Que posso fazer sobre isso já? Não tem que deixar o medo controlar você” porque “Sempre é possível colocar mais água no feijão!”
 A última parte do primeiro módulo desta segunda etapa trata do papel do gestor e do coordenador pedagógico na reconfiguração da escola e aponta como desafio fortalecer os espaços educativos por meio de diálogos interativos.  O  caderno aponta o trabalho pedagógico em sua natureza e especificidade e afirma: “Na escola, a organização do trabalho pedagógico é ancorada nos fundamentos legais (Leis, Decretos, Portarias e Pareceres) e nos fundamentos filosóficos, sociológicos, políticos, antropológicos e pedagógicos que se materializam nas políticas educacionais que constituem as bases do Projeto Político-Pedagógico, da Proposta Pedagógica Curricular e do Plano de Trabalho Docente. (p. 33).
Este parece ser o nó górdio que precisa ser desatado em relação à gestão democrática da educação e da escola:  “Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares. (BRASIL, 2014) (p 34).
Dentre as respostas que a escola precisa ter com maior clareza fica posta a questão: “O Conselho de Classe precisa responder a alguns questionamentos: O que o estudante aprendeu, o que ele ainda não aprendeu, o que foi realizado para que ele aprendesse e, finalmente, o que pode se realizar para que ele ainda aprenda. (BRASÍLIA-DF, 2014). (p 38).
O Conselho de classe da nossa escola é mais uma instância que se realiza de modo precário, nenhum aluno ouviu falar que o conselho tem um antes, um durante e um depois. O pré-conselho que se realiza até levanta alguns problemas,  mas não encaminha proposições. Muitas das questões levantadas são queixas em relação ao professor X,  ao aluno Y, à situação tal. O processo do conselho não trata com profundidade as questões de aprendizagem, e a maioria das queixas se repetem a cada bimestre e algumas retornam todos os anos.
A solução clássica para as queixas se resumem em “dar uma bronca na turma” ou “chamar o aluno em questão”, algumas vezes falar com o professor X. Porém a sequência de queixas continua voltando a baila em cada conselho.
Como sugestão retomamos o que sugerimos na primeira atividade deste módulo: Organizar grupos de professores para estudar literatura e legislação dos seguintes aspectos:
1)                  Currículo, Matriz Curricular, Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio;
2)                  Plano Nacional e Estadual de Educação – metas e estratégias;
3)                  Política Nacional de Inclusão e diversidade;
4)                  Sistemas e modalidades de avaliação, conceitos de avaliação qualitativa e quantitativa;
5)                  Projeto Político Pedagógico; Conselho de Classe.
6)                  Plano de curso, Plano de Trabalho Docente, Projetos e interdisciplinaridade;
7)                  Grêmio estudantil, Representantes de turmas e professor regente;
8)                  Conselho deliberativo e APP;
9)                  Estatuto da Criança e do adolescente, Conselho Tutelar e organismos de proteção e defesa do adolescente;
10)              Proposta curricular de Santa Catarina.

Esta proposta encontra respaldo no texto já citado da página 33 do módulo onde afirma que a especificidade do trabalho pedagógico consiste em conhecer os fundamentos legais e a literatura sobre o tema. É claro que a amplitude destas questões não permite que sejam estudadas no curto espaço de uma reunião pedagógica. Nossa sugestão é que se faça durante as tardes de planejamento e nos momentos de hora atividade conforme prevê a lei.
Para isso será necessário transformar a sala dos professores num espaço de estudo e não de encontro para bate papo, ou então organizar na escola uma sala para estudo com vistas ao cumprimento das horas atividades e de planejamento. 


FORMAÇÃO DE PROFESSORES O GARGALO DA CONTINUIDADE
Módulo I - Etapa II - Página 20 a 30

Os temas tratados pelo módulo I da segunda etapa do curso de formação continuada previsto no pacto pelo fortalecimento do Ensino médio, nos tópicos a que se referem a sessão das páginas 21 a 31 e descritas nos títulos:
1 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM): as bases conceituais para o redesenho curricular;
2. Valorização e interpretação do planejamento participativo: Projeto Político-Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular, Plano de Trabalho Docente, Regimento Escolar e Estatuto(s) como mediações para a Organização do Trabalho Pedagógico Escolar;
2.1. A construção do trabalho pedagógico: instrumentos e fundamentos;
2.2. Projeto Político-Pedagógico: o impacto da legislação na organização do trabalho coletivo escolar;
2.3 Proposta Pedagógica Curricular – a construção da autonomia escolar;
2.4 Plano de Trabalho Docente: a articulação necessária entre Projeto Político- Pedagógico e Proposta Pedagógica Curricular;
2.5 Regimento Escolar e Estatuto: normatizando as ações educativas;
Tocam no cerne dos problemas que impedem melhorar a qualidade da educação no Ensino Médio. Sem uma intervenção no núcleo dos problemas vamos continuar tomando medidas paliativas para solucionar problemas antigos que sempre  reaparecem.

REFLEXÃO E AÇÃO
Faça uma reflexão acerca do esquema apresentado como síntese desta unidade do Caderno. A se­guir, em pequenos grupos, discuta com seus colegas e escreva os principais problemas da escola (Ensino Médio) na coluna da tabela. Analise os impactos desses problemas na escola. Agora, proponha ações para mudar essa realidade. Socialize os resultados desta atividade como contribuição para a reescrita do PPP.
PROBLEMA
(O que precisa ser mudado)


IMPACTOS NEGATIVOS (Do Problema)
AÇÕES
(Para resolver o problema)
Minimização das questões relativas à diversidade que compõe a escola.
Estamos continuamente insistindo em “Vestir nossas roupas de Crianças” Em outras palavras: apontamos velhas soluções para novos problemas e insistimos não perceber que estamos dentro de outra escola, muito diferente daquela que foi historicamente construída.

Estudar com mais profundidade a nova constituição da escola com sua clientela
Desconhecimento de legislação e literatura sobre democratização da educação.
Ações previstas e realizadas em desconformidade com a lei e muitas ações não realizadas, ficando apenas nos projetos.
Promover uma sólida formação do corpo docente e da equipe gestora sobre esses temas.
Modelo de escola centrado na pessoa do gestor e sem real participação da comunidade no destino da escola.
Baixíssimo envolvimento da comunidade escolar na condução dos problemas e soluções para a escola
Promover uma clara compreensão do que é Gestão democrática da Educação e da Escola.
Desatualização do PPP que há cerca de uma década foi  construído coletivamente e nunca mais foi reescrito com a participação da comunidade escolar.
Frequentemente se propõe soluções e alternativas paliativas para cada novo problema.
Construção coletiva do PPP, depois de estudar melhor a literatura e a legislação bem com  sua finalidade e importância.
Inexistência, ou descontextualização do regimento escolar e da Proposta Pedagógica Curricular.
Grupo de docentes que trabalha muito com distintas atividades sem ter um norte para as ações.
Construir coletivamente a proposta pedagógica da escola
Constituição do Conselho Deliberativo Escolar em desacordo com a lei.
O Conselho que foi nomeado não tem ação adequada para a sua finalidade. E boa parte dos componentes não sabem o que precisam fazer na função que ocupam.
Estudar e constituir na forma da lei um Conselho Deliberativo Escolar.
Inexistência do Grêmio Estudantil e pouca eficiência do Conselho de Classe.
Os alunos não participam de modo efetivo do cotidiano da escola.
Motivar os alunos para a constituição do Grêmio ajudando-os a compreender o papel do conselho de classe nas suas três etapas.

NÃO ÀS DIFERENÇAS DOS DESIGUAIS
Módulo I  - Etapa II - Página 13


Nossa escola situada na região central da cidade ostenta o título de “Octogenária Senhora”. Historicamente a escola educou alunos desde os primeiros anos da alfabetização ate o final do ensino médio. A localização geográfica da escola e o status do seu corpo docente facilitava o acesso de uma clientela privilegiada: branca, de classe média, nascida na região com emprego fixo, pequenos proprietários rurais e urbanos, oriunda  de famílias estruturadas e bem constituídas[1] maioria descendentes de imigrantes alemães e italianos vindos do Rio Grande do Sul na primeira metade do século XX.
Na segunda década do século XXI, a escola deixou de oferecer ensino fundamental concentrando sua clientela apenas no ensino médio. No mesmo período passou a disponibilizar educação em tempo integral acolhendo um universo de outros alunos, cuja diversidade foi potencializada em relação ao modelo homogêneo que marcou sua história. Simultâneo a essa situação a escola experimenta os ventos de mudança e os apelos de gestão democrática presente em todas as instâncias da sociedade decorrentes do processo de redemocratização do país.
O primeiro desafio significativo para a escola consiste em compreender que a nova leva de sujeitos do seu cotidiano é desconhecida do ambiente e do corpo docente. Na esteira deste e não menos importante é compreender que a comunidade escolar é constituída pela massa de desiguais que acessaram a classe “C”, muitos por conta dos programas de transferência de renda do Governo Federal. Os mecanismos de controle de matrícula e frequência relativo ao direito e ao dever da educação básica até os 17 anos também garante que uma parcela significativa do alunado esteja na escola por força de lei (Emenda Constitucional nº 59/2009). A inclusão dos alunos com dificuldade de aprendizado e outras diferenças também faz que a escola tenha outro rosto. Em resumo, fazemos nossas as palavras de Miguel Arroyo: “Está chegando na escola outro público”.
Esta realidade não é consenso entre  gestores e corpo docente da escola, questões relativas ao processo de adaptação da escola à sua nova condição social, aos novos mecanismos de pluralidade que esta escola exige. Conceitos relativos ao que é currículo,  avaliação, promoção, retenção, participação, democracia, ainda estão longe de fazer parte do cotidiano da escola. O que deveria ser uma mola propulsora na organização do trabalho pedagógico tem se mostrado um freio e se constituído em mecanismo de exclusão.
Em 2012 foram abertas sete (7) turmas de primeiro ano em tempo integral e mais três(3) turmas no noturno na modalidade regular, aproximadamente 340 alunos. Chegamos a 2014 concluindo  seis (6) turmas no noturno e duas  (2) no diurno, aproximando-se de 200 concluintes o que significa uma queda percentual de 44% de evasão no triênio. Diante deste quadro surgem como imperativas as perguntas e considerações levantadas por Miguel Arroyo no vídeo sugerido no módulo I da segunda  etapa do curso para os professores previsto no pacto pelo fortalecimento do ensino médio.
Na entrevista em referência, Arroyo aponta a necessidade de adaptar a escola ao aluno construindo-a como instituição plural, alterando o seu currículo.[2]  Para que a escola seja percebida pelo aluno como o “seu lugar” exige transformá-la num espaço humano para aqueles que vem de lugares desumanos, o envolvimento das famílias com o cotidiano da escola há que ser ampliado a fim que vejam a escola com confiança superando a ideia negativa de escola pública. A oferta de educação em tempo integral precisa ser vista pela comunidade do entorno da escola como um lugar seguro onde os filhos estejam a salvo das armadilhas que a sociedade desigual cultua com certa naturalidade.
Na escola os diferentes não podem continuar sendo desiguais e este processo torna a docência uma arte muito mais difícil do que em outros tempos. Gestores e professores precisam modificar o referencial que tem da sua clientela substituindo o conceito de “violentos por violentados”; de “resistentes por excluídos”. Não é possível continuar admitindo que alunos nossos frequentem a escola noturna sob o pretexto de trabalhar fazendo isso sem carteira assinada.  É preciso superar o tratamento que se dá em relação a questões sociais como se fossem casos de polícia.
Não se pode mais trabalhar como se nossa sociedade tivesse sido construída com a chegada dos descendentes de europeus que foram a histórica clientela. As particularidades do jocoso adjetivo “VIP”[3] que se aplica aos nossos alunos há que ser incorporado no projeto político pedagógico e nas práticas docentes não apenas como temas transversais. Em resumo nossa escola é desafiada a reconstruir sua identidade sob a pena de perder credibilidade e permanecer contando histórias de saudade. 
Para fazer jus à bolsa de estímulo à formação do programa de fortalecimento do ensino médio, nossa sugestão se concentra nas seguintes ações a serem realizados durante o período de férias/recesso escolar. Organizar grupos de professores para estudar literatura e legislação dos seguintes aspectos:
1)                  Currículo, Matriz Curricular, Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio;
2)                  Plano Nacional e Estadual de Educação – metas e estratégias;
3)                  Política Nacional de Inclusão e diversidade;
4)                  Sistemas e modalidades de avaliação, conceitos de avaliação qualitativa e quantitativa;
5)                  Projeto Político Pedagógico; Conselho de Classe.
6)                  Plano de curso, Plano de Trabalho Docente, Projetos e interdisciplinaridade;
7)                  Grêmio estudantil, Representantes de turmas e professor regente;
8)                  Conselho deliberativo e APP;
9)                  Estatuto da Criança e do adolescente, Conselho Tutelar e organismos de proteção e defesa do adolescente;
10)              Proposta curricular de Santa Catarina.
Durante este período os grupos socializam sua produção com a respectiva bibliografia e legislação que embasou suas conclusões as quais poderão se tornar um marco significativo para a organização do trabalho pedagógico escolar em 2015.




[1] O contrário do que se chama “família mosaico” onde na mesma casa vivem filhos e pais frutos de relacionamentos distintos.
[2] Entenda-se por currículo conceitos, atitudes e procedimentos de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
[3] Vim do interior do Paraná.



OS DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO
Módulo I - Etapa II - página 20 

A história da democracia brasileira está longe de se constituir em espaço de participação e cidadania. Não obstante o direito de voto universal que garante a democracia representativa em todas  as unidades federativas, a efetiva participação no governo das instituições, dos estados e municípios ainda é um sonho distante.
No que se refere a educação e as escolas a participação é um grande desafio e que está longe de ser equacionado. Participar de modo efetivo nos destinos da educação e da escola implica compreender as relações de pluralidade  e interação com toda a comunidade escolar com a respectiva mediação dos conhecimentos e dos recursos disponíveis na sociedade contemporânea.
Formar para a democracia e a participação é uma necessidade não compreendida como parte da formação  inicial e continuada. Imprimir no processo de aperfeiçoamento docente o conceito político de cidadania e de participação ainda permanece no campo da “esperança”. Questões relativas a formação intelectual, prática pedagógica, carreira, salário, jornada de trabalho, número de alunos, sindicalização, infraestrutura, recursos pedagógicos normalmente não são vistos como elementos que implicam participação.
O extraordinário na escola é ver a comunidade escolar como sujeito da escola, pelo contrário, normalmente o que se vê são  alunos, pais, professores, gestão sendo uma soma de elementos que formam um todo e não uma unidade. No conceito matemático se diria: são a soma das partes.  Esta é uma situação que clama por mudança  à luz das DCNEM.
Participar e construir uma escola participativa implica reescrever coletivamente todo o seu cotidiano incluindo aí as instâncias deliberativas e de identidade da própria escola. Neste contexto se inclui também a legislação sobre  a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica (Decreto 6.755/2009).
As relações de cooperação, no trabalho coletivo começam pela possibilidade do diálogo com as diversidades de modo a construir coletivamente os projetos educacionais que tenham em conta direitos e deveres de todos os envolvidos na vida escolar.
Em atenção à proposta da atividade prevista na página 20 do primeiro caderno do segundo módulo, realizamos uma conversas com 10 das 15 turmas que trabalhamos na escola.  Em  uma das turmas uma aluna sabia que foi convidada para participar do Conselho Deliberativo Escolar, mas nunca participou de nenhuma reunião e nem tampouco sabia qual a importância e finalidade deste organismo para a vida escolar.
As críticas ao modo como é realizado o pre conselho e o conselho de classe são unânimes e nunca ouviram falar em pós conselho e o pior em tudo isso é que os problemas levantados no pre conselho nunca alcançam solução de descontinuidade, pelo contrário alguns até pioram depois de apresentados no conselho. Nossos alunos não sabem qual a importância do Grêmio Estudantil e pouco conhecem sobre a função dos presidentes de classe, professore regente e muito menos ouviram falar em PPP.
Diante deste quadro se aplica ao professor e à escola  o  conceito atribuído por  Bernard Charlot: “Um trabalhador da contradição, nem herói nem vítima”. Será precipitado dizer que entre os problemas que precisam ser resolvidos com urgência na escola está a questão do empoderamento, do qual fala o módulo em questão.  Naturalmente isso acontecerá mediante uma séria e comprometida formação continuada de docentes conforme se lê à pagina 18 do módulo I parte II do PNEM: “Ao enfatizar a importância da formação continuada de professores, coordenadores e gestores escolares, pretendemos destacar a função da escola como lugar de direitos e de deveres, de relação com a comunidade, por entender que é essa escola que pode ensinar cidadania”.
Porém ficam abertas ao diálogo as propostas da atividade a que se refere esta produção, na qual se propõe as seguintes questões para discutir com os professores cursistas:  a) Quais são os problemas que precisam ser resolvidos imediatamente na escola? b) O que já foi feito para resolvê-los? c) Como cada segmento pode contribuir para mudar essa situação? Destaque as contribuições dos estudantes. Agora, encaminhe os registros desta atividade ao gestor e ao Conselho Escolar como con­tribuição para a reescrita do Projeto Político-Pedagógico.





NÃO ÀS DIFERENÇAS DOS DESIGUAIS
Módulo I - Etapa II - Página 13

Nossa escola situada na região central da cidade ostenta o título de “Octogenária Senhora”. Historicamente a escola educou alunos desde os primeiros anos da alfabetização ate o final do ensino médio. A localização geográfica da escola e o status do seu corpo docente facilitava o acesso de uma clientela privilegiada: branca, de classe média, nascida na região com emprego fixo, pequenos proprietários rurais e urbanos, oriunda  de famílias estruturadas e bem constituídas[1] maioria descendentes de imigrantes alemães e italianos vindos do Rio Grande do Sul na primeira metade do século XX.
Na segunda década do século XXI, a escola deixou de oferecer ensino fundamental concentrando sua clientela apenas no ensino médio. No mesmo período passou a disponibilizar educação em tempo integral acolhendo um universo de outros alunos, cuja diversidade foi potencializada em relação ao modelo homogêneo que marcou sua história. Simultâneo a essa situação a escola experimenta os ventos de mudança e os apelos de gestão democrática presente em todas as instâncias da sociedade decorrentes do processo de redemocratização do país.
O primeiro desafio significativo para a escola consiste em compreender que a nova leva de sujeitos do seu cotidiano é desconhecida do ambiente e do corpo docente. Na esteira deste e não menos importante é compreender que a comunidade escolar é constituída pela massa de desiguais que acessaram a classe “C”, muitos por conta dos programas de transferência de renda do Governo Federal. Os mecanismos de controle de matrícula e frequência relativo ao direito e ao dever da educação básica até os 17 anos também garante que uma parcela significativa do alunado esteja na escola por força de lei (Emenda Constitucional nº 59/2009). A inclusão dos alunos com dificuldade de aprendizado e outras diferenças também faz que a escola tenha outro rosto. Em resumo, fazemos nossas as palavras de Miguel Arroyo: “Está chegando na escola outro público”.
Esta realidade não é consenso entre  gestores e corpo docente da escola, questões relativas ao processo de adaptação da escola à sua nova condição social, aos novos mecanismos de pluralidade que esta escola exige. Conceitos relativos ao que é currículo,  avaliação, promoção, retenção, participação, democracia, ainda estão longe de fazer parte do cotidiano da escola. O que deveria ser uma mola propulsora na organização do trabalho pedagógico tem se mostrado um freio e se constituído em mecanismo de exclusão.
Em 2012 foram abertas sete (7) turmas de primeiro ano em tempo integral e mais três(3) turmas no noturno na modalidade regular, aproximadamente 340 alunos. Chegamos a 2014 concluindo  seis (6) turmas no noturno e duas  (2) no diurno, aproximando-se de 200 concluintes o que significa uma queda percentual de 44% de evasão no triênio. Diante deste quadro surgem como imperativas as perguntas e considerações levantadas por Miguel Arroyo no vídeo sugerido no módulo I da segunda  etapa do curso para os professores previsto no pacto pelo fortalecimento do ensino médio.
Na entrevista em referência, Arroyo aponta a necessidade de adaptar a escola ao aluno construindo-a como instituição plural, alterando o seu currículo.[2]  Para que a escola seja percebida pelo aluno como o “seu lugar” exige transformá-la num espaço humano para aqueles que vem de lugares desumanos, o envolvimento das famílias com o cotidiano da escola há que ser ampliado a fim que vejam a escola com confiança superando a ideia negativa de escola pública. A oferta de educação em tempo integral precisa ser vista pela comunidade do entorno da escola como um lugar seguro onde os filhos estejam a salvo das armadilhas que a sociedade desigual cultua com certa naturalidade.
Na escola os diferentes não podem continuar sendo desiguais e este processo torna a docência uma arte muito mais difícil do que em outros tempos. Gestores e professores precisam modificar o referencial que tem da sua clientela substituindo o conceito de “violentos por violentados”; de “resistentes por excluídos”. Não é possível continuar admitindo que alunos nossos frequentem a escola noturna sob o pretexto de trabalhar fazendo isso sem carteira assinada.  É preciso superar o tratamento que se dá em relação a questões sociais como se fossem casos de polícia.
Não se pode mais trabalhar como se nossa sociedade tivesse sido construída com a chegada dos descendentes de europeus que foram a histórica clientela. As particularidades do jocoso adjetivo “VIP”[3] que se aplica aos nossos alunos há que ser incorporado no projeto político pedagógico e nas práticas docentes não apenas como temas transversais. Em resumo nossa escola é desafiada a reconstruir sua identidade sob a pena de perder credibilidade e permanecer contando histórias de saudade. 
Para fazer jus à bolsa de estímulo à formação do programa de fortalecimento do ensino médio, nossa sugestão se concentra nas seguintes ações a serem realizados durante o período de férias/recesso escolar. Organizar grupos de professores para estudar literatura e legislação dos seguintes aspectos:
1)                  Currículo, Matriz Curricular, Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio;
2)                  Plano Nacional e Estadual de Educação – metas e estratégias;
3)                  Política Nacional de Inclusão e diversidade;
4)                  Sistemas e modalidades de avaliação, conceitos de avaliação qualitativa e quantitativa;
5)                  Projeto Político Pedagógico;
6)                  Plano de curso, Plano de Trabalho Docente, Projetos e interdisciplinaridade;
7)                  Grêmio estudantil, Representantes de turmas e professor regente;
8)                  Conselho deliberativo e APP;
9)                  Estatuto da Criança e do adolescente, Conselho Tutelar e organismos de proteção e defesa do adolescente;
10)              Proposta curricular de Santa Catarina.
Durante este período os grupos socializam sua produção com a respectiva bibliografia e legislação que embasou suas conclusões as quais poderão se tornar um marco significativo para a organização do trabalho pedagógico escolar em 2015.




[1] O contrário do que se chama “família mosaico” onde na mesma casa vivem filhos e pais frutos de relacionamentos distintos.
[2] Entenda-se por currículo conceitos, atitudes e procedimentos de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
[3] Vim do interior do Paraná.




CADERNO VI – ATIVIDADE 2 – PÁGINA 38

No tópico 2 do caderno VI, tem-se diversos conceitos sobre avaliação, a começar pela distinção entre avaliação inicial, intermediário e final.  No que se refere a avaliação como processo inicial sugere a  sua função diagnóstica o que significa dizer que o professor via percebendo o processo de aprendizado ao longo do processo. No que tange a avalição entendida como “intermediário” consiste na revisão de estratégias e ajustes de atividades de modo contribuir que os alunos sejam sujeitos de suas aprendizagens. Só depois destas duas etapas vencidas aparece a avaliação final cuja função somativa determina os resultados.
Não é adequado compreender a avaliação fora do processo curricular cujo sentido tem a ver com a finalidade  formativa da avaliação e que é desenvolvida ao longo do ano como garantia da aprendizagem. Longe de favorecer a meritocracia e a tabulação de dados e números a avaliação processual implica a capacidade de conhecer as facilidades e as fragilidades do aluno no seu desenvolvimento como sujeito (MUJIKA, 2009,p.91).
Avaliações que considerem a aprendizagem permitem perceber quando o aluno progrediu na apropriação dos saberes, daí a importância de realizar avaliações comparativas fazendo que os alunos assumam papel ativo no processo de conhecer suas forças e fraquezas.
Daí o reforço que se dá à necessidade aprimorar as técnicas do processo avaliativo revendo sempre os instrumentos cujo objetivo é fazer a medição dos saberes de modo que eles permitam conhecer a totalidade do que foi realmente aprendido no decorrer do processo avaliativo (RAPHAEL, 1995, p.34). Avaliar implica ainda ter claro sobre qual a visão de mundo, de práticas sociais, de crenças e da missão da instituição (SOUSA, 1997, P.27). Avaliar de modo processual é muito mais do que aprimorar técnicas, mas modificar a sua natureza (NEVO, 1998, p.96).
A intenção do avaliador determina o caráter daquilo que se faz no sentido que ela pode colaborar com o aprendizado do aluno, ou simplesmente medir com a intenção de promover ou reter no processo seriação escolar (HADJI, 2001, P. 20).
Compreender a avaliação e de fato praticá-la como um ato educacional na perspectiva do sucesso do aluno e não no sentido punitivo é o maior desafio da prática avaliativa da nossa escola. A compreensão final aprovação ou reprovação não pode ser o critério do processo avaliativo, pelo contrário a finalidade das avaliações é reduzir as diferenças e não ampliá-las. Deste modo quando um aluno não alcança o nível dos demais é saber por que não alcança e criar mecanismos capazes de vencer esta barreira.
Na Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis, o PPP da escola não foi construído coletivamente, de modo que tudo o que nele se diz sobre a avaliação não reflete o cotidiano da escola. A versão 2013 do PPP, que é um documento de gabinete, com 123 páginas, insiste no processo sistemático e continuou longe das fragmentações em tempos e espaços.
A prova mais contundente da falta de conhecimento do PPP pela comunidade escolar consiste precisamente em ser um documento de gabinete, no ano de 2014 ele se quer foi apresentado ao grupo de professores e muito menos à comunidade escolar. O íten 5 que trata da avaliação faz um relato magnífico de como deveria ser o processo avaliativo. À página 63 se lê: “A avaliação será contínua e sistemática de modo que não possa ser fragmentada em tempos e em espaços rígidos”.  No 5.1 quando trata da recuperação de estudos o PPP afirma que ela será oferecida  sempre que o rendimento for inferior a sete e será oferecida de forma concomitante aos estudos ministrados regularmente.
Em 2014, o absoluto desconhecimento do PPP, de qualquer teoria sobre avaliação e contrariando toda a legislação em vigor, a direção e professores implantaram uma “semana de provas bimestrais de recuperação”, para a qual se estabeleceu data e horário diferenciado. Todos os professores foram obrigados a realiza-la e aos alunos foi informado que se tratava de um direito do aluno ter um nota melhor, mesmo que no processo avaliativo o aluno tivesse rendimento superior a 7, para legitimar essa aberração estabeleceu-se que o professor deveria considerar a nota mais alta entre uma avaliação do bimestre e a prova de recuperação.
Anexamos a esta atividade as páginas do PPP que fazem referência à avaliação apenas em caráter ilustrativo  para confirmar exatamente o que não deve ser feito quando se trata de construir coletivamente o cotidiano da escola.





AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: UMA INTRODUÇÃO
ATIVIDADE 1 PÁGINA 18

A legislação brasileira e a literatura sobre avaliação educacional sugerem a preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos para todas as formas de avaliação, incluindo aí aquelas  de aprendizagem, institucional e avaliação externa.
No que ser refere à avaliação da aprendizagem a condição indispensável é que ela se caracterize pelo seu caráter educativo, isso é que seja um processo de análise do percurso do aluno e do professor no sentido de identificar as dificuldades e potencialidades.
Diversos instrumentos podem ajudar a melhor desenvolver esse percurso, entre eles o PPP e o plano de ensino, os quais uma vez elaborados com a ampla participação da comunidade escolar precisam ser revisados e reconstruídos frequentemente, sem abrir mão da coletividade.
A legislação brasileira sugere que a avaliação qualitativa tenha maior importância em relação à quantitativa. Em resumo significa dizer que avaliar qualitativamente  não é a mesma coisa que medida, prova, classificação, hierarquia. Estes mecanismos decorrem de uma compreensão da educação como um bem privado e que conduz o sujeito ao sucesso individual.
Ultrapassar a fronteira quantitativa da educação implica ter maior clareza do que significa avaliar qualitativamente, o que consiste em:
Na avaliação qualitativa o esforço não é mais quantitativo (isso é que nota foi atribuída) mas de análise dos mecanismos subjacentes e a interpretação que os sujeitos elaboram dos seus próprios comportamentos. Desta forma se pode dizer que avaliar qualitativamente consiste em desenvolver um processo diagnóstico. Exemplo: O  aluno “X” é hiperativo, fala o tempo inteiro, não traz caderno para a sala de aula, perambula pela sala, quando faz prova é um desastre. Porém, no cotidiano de suas relações o aluno é capaz de produzir, raciocinar, questionar e construir saberes. Esse diagnóstico precisa ser feito pelo professor. Daí a necessidade que o professor permaneça mais tempo com o aluno, neste caso vem toda a questão da permanência do aluno na escola e da permanência do professor com o aluno. Uma vez esclarecido o sentido de avaliação diagnóstica se torna obvia a compreensão de avaliação formativa e consequentemente somativa.
Isso  resulta claro que demarcar uma forma de avaliação como prática escolar é um equívoco metodológico no processo de aprendizado. Neste sentido fica evidente que a avaliação realizada por meio de provas pontuais não retrata o processo de aprendizado de um sujeito ou de uma instituição. Avaliar qualitativamente implica despertar interesse da pessoa envolvida na discussão em questão.
É importante ter clareza que a avaliação qualitativa significa aprender de forma refinada as diferenças entre o que a pessoa, a instituição, o contexto macrossocial diz, pensa e faz. Ter em mente o que se quer ao realizar uma avaliação qualitativa é um dos pressupostos mais importantes quando se estabelece um processo qualitativo de avaliação. Deste modo, se um professor quer aprovar ou reprovar aluno, não cabe no seu plano de ensino a avaliação qualitativa. Porém se o professor tem claro sua visão de mundo e sua missão enquanto educador  ele tratará de realizar avaliações exploratórias que garantam novos costumes e novo imaginário para o processo de avaliação.
Avaliar sob a ótica qualitativa não é o mesmo que considerar comportamentos, hábitos e atitudes de civilidade, como se aprendeu nas antigas aulas de Educação Moral e Cívica, mas considerar a superação das fronteiras etapistas da formação dos indivíduos.
Para um quantitativista será quase impossível compreender a força inerente da avaliação qualitativa  que vai juntando pinceladas à totalidade do quadro social do sistema avaliativo. Avaliar qualitativamente consiste em realçar a diversidade das ocorrências que um fato social traz nas suas entrelinhas. Compreender a diversidade de ser e produzir dos avaliados garante a generalização do processo de aprendizado e que supera, de longe, a atribuição de notas e conceitos.
Para avaliar coerentemente de modo qualitativo o professor precisa ser capaz de improvisar. De fato essa forma de compreensão da realidade implica na exploração de hipóteses que se supunham conhecidas e de paradigmas instaurados ao longo do tempo. Isso requer também flexibilidade capaz de mudar as técnicas de avaliação e de questionamentos.
Para melhor entender o alcance da avaliação qualitativa o professor precisa levar em conta três instâncias:
a)                  Material
b)                 Relações sociais
c)                  Instância imaginária
Na instância material ele terá em mente o que efetivamente o aluno aprendeu, nas relações sócias poderá considerar o processo das relações de empoderamento do aluno no sentido de produzir outros saberes, e na instância imaginária  a capacidade  de traduzir para a prática cotidiana o seu aprendizado. Por exemplo, na área de linguagens e códigos uma avaliação qualitativa deverá  ter em conta a capacidade de escrever corretamente um texto, se um aluno avaliado não alcançou este objetivo todas as regras e técnicas de interpretação de texto não foram além da quantidade de matéria dada.
Avaliação qualitativa consiste em colaborar para que as decisões e motivações  individuais descrevam o processo concreto de construção das ações coletivas.
A este mecanismo se dá o nome de autonomia, ou seja a construção de uma educação crítica e criativa e a avaliação como um processo formativo que supera a notação destinada a aprovação ou reprovação. Daí a importância da afirmação de José Dias Sobrinho em seu artigo: “Autonomia e avaliação”, segundo este autor, cuja compreensão está em sintonia com a legislação vigente:
Isso só é possível se a educação for entendida como um processo temporal alargado e se sua avaliação levar em conta múltiplos Indivíduos e instituições sempre em construção e o que demonstram num determinado momento resulta de um processo histórico e temporal. Como diz Barbier, “embora o estado final das capacidades, apresentado por um indivíduo no fim de uma atividade de formação, constitua a resultante desta atividade, para falarmos com rigor, ele não constitui o seu produto específico; este é, exatamente, constituído pela diferença entre o estado inicial e o estado final” (1990, p. 178). Avaliação é uma fundação de valores, diz R. Barthes (1975: 88).
A avaliação qualitativa rompe com o ciclo perverso estabelecido nas escolas onde o sujeito vai decidir ao final do período letivo sobre a progressão  ou retenção de alunos condição enfatizada pela avaliação quantitativa e simplesmente somativa.
Instituir mecanismos de avaliação qualitativa nas escolas implica desvincular a atribuição de notas da aprendizagem. E portanto abandonar a prática da aplicação de provas pontuais, para as quais o aluno estuda com o único objetivo de “tirar nota”. Desenvolver avaliação qualitativa na escola implica criar também aportes para uma gestão democrática da escola o que significa afirmar que a “boa escola” é aquela na qual todos aprendem.
Não se pode confundir as avaliações institucionais e avaliações externas, baseadas em questões do conhecimento com os mecanismos de aprendizagem  estabelecidos pela avaliação qualitativa do desenvolvimento escolar. Estas últimas levam em conta questões externas e pontuais o que não é o caso da avaliação qualitativa da aprendizagem durante todo o ensino fundamental e médio.
Em nossa escola a falta de conhecimento das discussões pedagógicas da contemporaneidade, o desconhecimento da legislação atual sobre avaliação, a não construção do PPP pela comunidade escolar, a compreensão de que o aluno tem direito a tirar uma  nota melhor,  levou a escola adotar a absurda “semana de provas bimestrais de recuperação”, a qual obviamente se mostrou ineficiente e em nada colaborou para o aprendizado.  Compreender a avaliação  qualitativa como um processo de aprendizagem tem sido a nossa característica no exercício da docência. Insistimos sempre na possibilidade de avaliar o aluno pelo conjunto da sua produção e considerando o que ele sabe e não o que deixou de aprender.

Estudar melhor o módulo VI poderá ser uma alternativa para que os professores  alarguem sua estreita e deformada visão de avaliação, abrindo assim possibilidade para novas formas de aprendizado. 





CADERNO V  - ATIVIDADE DA PÁGINA 47

O PPP EM AÇÃO...

Ao longo de todo o caderno V,  a questão da democracia, da gestão e da participação foi o cerne de todas as discussões, conceitos e estudos. Concluindo este módulo fica ainda mais clara a ideia que democracia consiste num exercício permanente de colegialidade. O PPP e o efetivo exercício da aprendizagem são elementos fundamentais no que se refere a efetiva democratização da escola.
Conhecer a visão e a missão da escola é o desafio mais pertinente para todos os envolvidos na aprendizagem, daí decorre a necessidade de um processo coletivo de construção do PPP. A efetiva participação na construção do projeto político pedagógico é que fará ver com clareza a missão da escola com sua relação de forças e os pressupostos humanos que se quer formar.
Construir o PPP coletivamente implica em tomada de posição e consenso que é muito mais do que disputa de poder, voto, eleição,  decisão da maioria.
Segundo grandes estudiosos, entre eles Ilma Veiga, o PPP é uma ação coletiva e intencional, razão pela qual sua construção deve ser feita com ampla participação da comunidade escolar e que esta tenha autonomia para tomar decisões colegiadas e representativas, só desta forma ele pode ser entendido como participativo.
Uma efetiva participação na construção do PPP exige percorrer alguns passos:
a)                  Ver a realidade – Conhecer o aluno e a escola  no seu contexto, o que é  muito mais do que levantamento de dados estatísticos;
b)                 Conhecer a legislação sobre o tema – Realizar rodadas de negociação e conhecimento da legislação pertinente;
c)                  Construir o PPP – construir coletivamente é mais do que realizar votações e disputas internas, mas estabelecer consenso entre as partes;

Uma vez construído o PPP precisa ser colocado para apreciação da comunidade escolar, que se renova a cada ano, abrindo para ela a possibilidade de sua reconstrução.
A história da educação brasileira não é democrática e o cotidiano das nossas escolas e da gestão da educação como tal também não é. Construir coletivamente o PPP implica criar mecanismos de participação capazes de envolver o maior número de pessoas.
Só um PPP construído coletivamente garantirá que a prática democrática também alcance a sala de aula e um processo de aprendizagem que respeite as diferenças. Deste modo será possível afirmar que a escola começa a cumprir o seu papel de garantir formação humana integral e integradora na qual seja valorizada a auto-organização, o trabalho cooperativo  a problematização e a construção do conhecimento.
A lei de Diretrizes e Bases da  Educação Nacional  (LDB) 9394 de dezembro de 1996,  em seu artigo 14 estabelece que:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
 A Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, fala sobre o PPP com as seguintes palavras:
“Constitui-se em um documento produzido como resultado do diálogo entre os diversos segmentos da comunidade escolar a fim de organizar e planejar o trabalho administrativo-pedagógico, buscando soluções para os problemas diagnosticados. O PPP, além de ser uma obrigação legal, deve traduzir a visão, a missão, os objetivos, as metas e as ações que determinam o caminho do sucesso e da autonomia a ser trilhado pela instituição escolar”.
E garantindo o cumprimento da legislação vigente sugere que o PPP deva ser elaborado com a participação de todos os segmentos que constituem a comunidade escolar, para facilitar, oferece um roteiro em oito passos  e conclui com um lembrete:
O PPP deve ser conciso e explícito (15 páginas são suficientes para o que se pretende);
• Não se trata de reprodução de documento antigo; tampouco de um texto  excessivamente detalhista, mas da produção de um texto que trate da realidade administrativo-pedagógica da escola: do diagnóstico à proposta  de metas/ações;
• Trata-se de um documento real que norteará as ações no âmbito escolar;
No mesma página a Secretaria da Educação fornece um diagnóstico dos PPP analisados pelo estado:

DIAGNÓSTICO DA ANÁLISE DOS PROJETOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOS DAS
ESCOLAS ESTADUAIS VISITADAS

A partir das avaliações in loco realizadas pelas equipes da Avaliação da Gestão
Escolar – AGE – durante os anos de 2008-2009  verificou-se que as principais dificuldades identificadas na construção do PPP são:
1. a grande maioria dos PPPs analisados não condiz com a realidade e a função social das escolas;
2. as escolas não utilizam o PPP como documento norteador das ações pedagógicas, administrativas e financeiras;
3. a elaboração do PPP não segue os movimentos Diagnósticos (“o que temos”); Identidade (“o que queremos”) e Execução (“o que faremos”).
4. grande parte dos PPPs não está adequada à legislação vigente;
5. na elaboração do PPP, confunde-se “autonomia” escolar com “soberania”;
6. o PPP muitas vezes é elaborado sem discussões democráticas e raramente são aprovados em assembleia com a comunidade escolar;
7. o PPP de diversas escolas está desatualizado e requer constante reelaboração;
8. há um excesso de teorizações na descrição do papel da escola e dos objetivos educacionais;
9. às vezes, o PPP é cópia integral ou parcial de versões anteriores ou de PPPs de outras escolas;
10. não há garantia de espaço para formação continuada no calendário escolar e no PPP.
Na produção desta atividade nem professores nem gestores da Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis tem claro sobre como o PPP da escola foi produzido, é fato que se trata de um documento com mais  de 80 páginas, repleto de repetições, sem clareza do que se quer e que absolutamente não revela a realidade da escola nem tampouco é conhecido da comunidade escolar, quanto mais que tivesse contado com a participação dela na sua construção.  Ouve-se uma cantilena frequente: “Está no PPP”, mas ninguém nunca tem acesso ao processo participativo da sua construção. Uma vez mais é possível concluir: No que se refere a Gestão Democrática somos todos “Macacos”.

 ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFESSORA ADELINA RÉGIS
PROFESSOR: ELCIO ALBERTON

CADERNO V
Atividade da página  38


GESTÃO DEMOCRÁTICA ENTRE A ILUSÃO E A UTOPIA

A palavra utopia na sua etimologia significa uma possibilidade a ser alcançada, ao contrário de ilusão cujo significado permanece no campo dos sonhos e do irrealizável. No que se refere à gestão democrática da educação é pertinente começar por desmontar algumas barreiras que as práticas antidemocráticas criaram nas diversas instâncias de governo ao longo da história.
O conceito cristão que expressa o papel de servidor atribuído aquele que ocupa alguma função de responsabilidade, na história brasileira foi entendido contrariamente, ou seja, os que ocupam cargos públicos frequentemente fizeram-se reconhecer como sujeitos a serem servidos e as instituições a que prestavam serviço eram colocadas a seu interesse, situação que o caderno V chama de “patrimonialismo”. Não é raro ainda na atualidade que servidores públicos usem do seu posto de serviço para exercer poder e desfrutar de influência social, exigindo obediência e respeito. Por sua vez a sociedade, que não foi habituada e raramente respeitado o seu direito à participação também seu curva a esse tipo de comportamento e interesse entendendo o papel do servidor e da instituição como um favor que lhe é devido e não como um direito que lhe é garantido.
A redemocratização do País, as garantias constitucionais, o papel dos conselhos paritários fizeram modificar significativamente essa compreensão e prática, mas ela ainda esta presente no inconsciente coletivo e nas equívocas interpretações da legislação ou no desconhecimento delas por uma parcela significativa da população.
Ao contrário de patrimonialismo, espera do servidor e das instituições o desenvolvimento da autonomia que não pode e nem deve ser confundida com “anarquia” ou falta de regulação, mas capacidade de caminhar em direção à sua meta respeitada a visão e a missão que lhe é própria  ou para a qual foi instituída na sociedade.
No caso da educação um espaço significativo de participação na sua gestão se deu com a realização da Conferência Nacional de Educação (CONAE) que redundou no Plano Nacional de Educação (PNE 2014 – 2024).
O PNE, uma vez aprovado precisa ser acompanhado pela sociedade a fim de que suas metas sejam efetivadas em todos os níveis das unidades federadas.
Esse é um processo que precisa envolver a todos e ser entendido como uma conquista e não como um favor. Todavia a falta de democracia na gestão da escola, instituição ainda marcada pelo corporativismo, pelas disputas internas, pelos grupos de interesses, pela hierarquização, no interior das escolas e da educação nos estados e municípios, outras vezes resultados da insuficiente preparação humana e intelectual e da falta de investimento na preparação dos sujeitos para relacionamentos interpessoais.
A excessiva hierarquização das instituições públicas que são também ralos burocráticos ainda permite aos diretores de escola deter o controle por meio da “última palavra”, ou do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Neste sentido é comum a falta de responsabilidade coletiva em detrimento do cumprimento de responsabilidades individuais.
Outro problema na gestão da educação são os grupos corporativos que se formam no interior das instituições, os quais em lugar de espaços democráticos se juntam em torno de interesses cuja finalidade é fazer predominar a sua perspectiva.
Neste contexto o maior desafio para uma gestão democrática é criar oportunidades de participação de modo sistemático com todos os seus envolvidos. Sobretudo, os pais, apresentam dificuldades de participação em decorrência das situações econômicas, culturais, e institucionais, (Paro 1997, p.54) ambos os fatores empurram os pais para o silêncio, pois fazem com que se considerem inferiores no interior das instituições.
Desenvolver nos pais o conceito de participação ativa é uma necessidade imperiosa para superar a prática patrimonialista presente também no cotidiano das unidades escolares em Santa Catarina bem como nas Gerências Regionais de Educação.
Na Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis algumas práticas patrimonialistas já foram enumeradas no que se refere a constituição dos conselhos e a efetivação do grêmio estudantil. Aqui também os pais não são estimulados para a participação, quando chamados para a escola  a convocação é de caráter patrimonialista cuja finalidade é informa aos pais que “seu filho é indisciplinado” ou “não está cumprindo o regimento escolar”. Nas ocasiões em que os pais são convocados para reuniões são reunidos num grande auditório onde assistem passivamente a uma palestra sobre temas que algumas vezes são alheios à educação. E em seguida recebem as informações sobre as normas da escola e o calendário.
Nossa escola não tem um regimento interno, o contrato pedagógico não foi feito com a participação da comunidade escolar e o PPP é constituído por uma colcha de retalhos com repetições inúteis e incompreensíveis para muitos, tanto quanto desconhecido por boa parte dos professores.  

Romper com esta cultura viciada e arcaica implica antes de tudo formação dos docentes e gestores para a participação e para a democracia. 


GRÊMIO ESTUDANTIL OU CENTRO CÍVICO?
Caderno V página 29
Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis - Videira - SC
Cursista: Elcio Alberton


Parte significativa do atual corpo docente das escolas é egresso do sistema de ensino vigente durante a ditadura militar. Não é estranho que reproduzam conceitos e práticas antidemocráticas, já que são frutos do cerceamento de liberdades característicos daquele período. Em relação ao Grêmio Estudantil facilmente poderá ocorrer uma confusão das suas funções, finalidades e a própria constituição com similaridade ao que eram os Centro Cívico das escolas da ditadura.
No caso do Grêmio Estudantil, diferente dos conselhos escolares, cuja regulamentação ficou por conta dos estados e municípios, o Grêmio estudantil é legislado pela Lei 7.398 de 04/11/1985, e pela lei 8.069 de 13/07/1990 (ECA) no seu artigo 53 item IV: “– Direito de organização e participação em entidades estudantis”.
A novidade desta regulamentação reside no fato que a constituição do Grêmio Estudantil é uma iniciativa do próprio aluno que contará apenas com o estímulo dos professores, neste caso o sujeito e protagonista é o estudante.
Um dos maiores equívocos do Grêmio estudantil é a redução da sua atividade a realização de eventos e promoções. Facilmente o grêmio esquece sua responsabilidade de promoção de debates sobre o projeto pedagógico da escola e sobre a vida cidadã dos estudantes e das suas famílias.
Incentivar e facilitar a organização de processos democráticos é também um processo de compreensão do sentido participativo da gestão de uma unidade escolar. Certamente a finalidade mais importante da organização estudantil é o desenvolvimento de uma ampla e livre participação na tomada de decisão da sua escola.
No caso da Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis – Videira, mais uma vez a discussão entre professores redundou numa significativa falta de democracia e desconhecimento das finalidades e regulamentação deste órgão representativo. Consta que em algum tempo da história recente da unidade educacional, o grêmio  existiu, mas foi “deixado morrer”. No plano de gestão apresentado pela atual diretora como proposta da sua atividade gestora da unidade consta como uma das ações democráticas da dimensão administrativa da escola: “Articular com a equipe de Assistentes Técnicos Pedagógicos a eleição do Grêmio Estudantil”.  Tal proposição não precisa grandes explicações para compreender que revela uma absurda falta de compreensão do que é gestão democrática  bem como da legislação   e da literatura que regulamenta a constituição do grêmio estudantil.



CONSELHOS ESCOLARES
ATIVIDADE DA PÁGINA 23
Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis - Videira - SC
Cursista: Elcio Alberton


O processo de participação popular na gestão das instituições públicas é um processo que o Brasil recomeçou a aprender com o declínio da ditadura no final dos anos 1970. As greves do ABC e a constituição dos sindicatos e das Centrais Sindicais no início dos anos 1980 foram o germe dos conselhos paritários previstos na Constituição de 1988. No caso dos conselhos escolares, estes tem sua legislação prevista na LDB de 1996 que deixou aos estados e municípios a responsabilidade pela sua regulamentação e funcionamento.
Em Santa Catarina os conselhos deliberativos foram instituídos pelo DECRETO nº 3.429, de 08 de dezembro de 1998, no artigo 2 o decreto prevê que sua constituição seja feita por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar. O decreto estabelece como funções do Conselho: Deliberar diretrizes e metas do PPP, propor alternativas para melhorar a qualidade do trabalho escolar, coordenar a elaboração do regimento escolar e o cumprimento do PPP, apreciar e emitir parecer sobre o desempenho das metas, articular mecanismos de execução das políticas educacionais, recorrer a instâncias superiores quando não se julgar apto para propor soluções.
O decreto prevê a proporcionalidade representativa entre os segmentos a qual deve ser garantida por meio de eleição  direta e secreta.
No caso da Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis em Videira – SC, os professores cursistas tiveram acesso ao livro atas de constituição do Conselho Deliberativo da Escola, o qual foi constituído a primeira vez no início da década de 2000, e depois, segundo diálogos estabelecidos entre os cursistas, “deixado morrer” porque não estava cumprindo sua função.
No início do ano de 2013, encontra-se uma ata de constituição do Conselho Deliberativo. A ata descreve a reunião de alguns membros da comunidade escolar com a diretora da escola que nomeou o Conselho Deliberativo, o qual não fez nenhuma reunião desde a sua instalação. A segunda ata desta nova etapa do conselho é a fotocopia de uma ata de reunião que teria sido realizado pelo conselho sob a presidência da Gerente Regional de Educação, cuja finalidade foi confirmar os nomes dos novos assessore de direção da escola que já haviam sido nomeados para o ano letivo de 2014 por indicação político partidária.
Note-se que a existência deste conselho comprova mais uma vez que a gestão democrática da escola, nestas condições é um sonho impossível. E mesmo existindo legalmente o Conselho Deliberativo ele não tem legitimidade.
Chama a atenção nas discussões sobre a constituição e o papel do conselho a falta de clareza sobre a importância e papel desta instância no cotidiano da escola e pior que isso mesmo professores que supostamente conhecem tudo sobre democratização e participantes da direção do sindicato dos professores afirmarem que é inútil convocar a comunidade para a participação, pois “ninguém quer nada com nada”. Neste contexto não é estranho que qualquer voz dissonante seja entendida como “mosca que pousou na sua sopa”
Nota-se no caso em referência que a existência do Conselho, como afirma o módulo V, não é uma garantia de democratização da gestão, já que o processo mediante o qual foi constituído nada tem de participativo e nenhuma decisão foi tomada mediante consulta e expressão dos representados. O módulo V também fala da possibilidade de manipulação e legitimação de decisões autoritárias dos grupos que detém o poder.
Certamente a primeira medida a ser tomada é estabelecer processo de transparência a capacidade de tomar decisões coletivas e quebrar os limites autoritários que se escondem nas práticas supostamente participativas.

Compreender os conselhos como espaço pedagógico é ainda um longo caminho para a gestão democrática da educação em Santa Catarina.

SITUAÇÕES VIVIDAS NA ESCOLA QUE PODEM SER OBJETO DE DECISÕES COLETIVAS

(Caderno V página 18)
Cursista: Elcio Alberton

Fazer acontecer gestão democrática, como já se disse no início deste caderno V, repetindo afirmações já feitas no caderno II embasadas na legislação vigente, implica mais do que colocar em prática o que determina a lei. No processo de formação inicial dos docentes e na formação continuada falta a percepção de que formação docente não pode se limitar a técnicas didáticas, pedagógicas e conhecimento de leis e princípios. Um dos sérios limites na educação é a formação humana, questões relativas ao SER do professor, à pessoa com suas limitações e necessidades humanas.
A capacidade de organizar reuniões e discussões que redundem em discussões produtivas e evitem posturas corporativas e a criação de grupos internos. Isso significa facilitar aos envolvidos a disposição para conversar sobre problemas do cotidiano com maturidade que não envolva interesses pessoais e favoritismos. Gestão democrática não se resume a realização de reuniões que não chegam a lugar nenhum. As discussões coletivas exigem capacidade de argumentação com conhecimento de causa, não basta todo mundo falar tudo, é precisa falar sabendo o que se diz, com fundamentos legais pedagógicos e humanos.
A função de quem dirige uma instituição escolar consiste também na capacidade de criar diálogo sincero entre as partes. Gestão democrática não permite “puxação de tapete”, “culto ao ego do chefe”, “insensação de personalidades”, “desconstrução da imagem alheia”.
Gestão democrática pede muito mais do que respostas rápidas, superficiais, atribuição de culpas e punições. Não faltam motivos para que se estabeleçam processos de gestão democrática coletiva e obviamente o primeiro deles reelaborar coletivamente e com ampla participação o PPP da Escola.
Em nossa escola algumas situações clamam por participação que se sobreponha a realização de reuniões onde todo mundo fala e se toma decisões corporativas.  Para elencar algumas conforme pede a tarefa:
1)            O que você sabe sobre a construção do plano de gestão escolar que foi apresentado pela diretora em abril de 2014?
2)            Como se deu o processo de escolha dos membros do Conselho Deliberativo da Escola? Quando ocorrem as reuniões quais foram os últimos encaminhamentos?
3)            Como se desenvolveu o processo de seleção dos professores orientadores de estudo no programa do SISMEDIO?
4)            Quem e com que critérios foram promovidos a discussão para implantação das “Provas de Recuperação Bimestral”. Do modo como estão sendo aplicadas contraria a resolução 158 do Conselho Estadual de Educação, sobre avaliação escolar. O Plano de Gestão Escolar (PGE) apresentado por nossa escola foi reprovado também neste particular.
5)            Houve alguma consulta à comunidade escolar para a criação do Grêmio Estudantil? Também neste ponto o PGE recebeu avaliação negativa.
6)            Quais critérios foram levados em conta na organização da comemoração dos 80 anos da escola que, embora impecável do ponto de vista organizacional, foi um desastre em termos de inclusão e de participação dos interessados?
7)            Nossa escola repete problemas há anos para os quais se apresentam as mesmas sugestões dadas pelas mesmas pessoas e aplicadas nos mesmo moldes que se mostram ano após ano ineficaz. O que fazer?
A conclusão desta reflexão não poderia ser de outra forma se não repetir a pergunta que encerra a atividade da página 18:
Que sugestões esse grupo poderia oferecer para que, em novas situações  ocorridas na escola, o processo de discussão e de deliberação possa acontecer?

A meu modo de ver a criação de espaços onde a palavra seja ouvida integralmente com conclusões firmadas em princípios legais e com capacidade para vencer os estrelismos e favoritismos muito presentes no cotidiano da escola, em que algumas situações beiram o ridículo da “lei de Gerson”. 



GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO OU GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA
(Caderno V página 12)
Cursista: Elcio Alberton 

Gerir democraticamente a escola, num contexto onde falta democracia na gestão da educação é um desafio que precisa ser superado com criatividade e competência. Envolver a comunidade escolar é muito mais  do que fazer reuniões onde todo mundo fala o que quer. Gerir democraticamente a educação implica exercitar o diálogo respeitando as diferenças em vista de processos que sejam efetivados no cotidiano onde não tenha lugar para estrelismos e exclusões. (Cf. BRASIL/MEC/SEB. 2004.p.26).
As ações executadas merecem passar por avaliação, o que não significa discussão sem propósitos, ataques pessoais, ou desvalorização do trabalho, mas oportunidade para que as próximas atividades não incorra  nos mesmos erros.
Fazer da participação uma ação democrática significa dialogar e deliberar coletivamente com respeito às posições divergentes. Criar mecanismos de participação supõe ultrapassar a fronteira da conversa piedosa sem chegar ao discurso raivoso da superposição de uns sobre outros onde existam vencedores e vencidos.

Gestão escolar implica criar e dar voz às instâncias deliberativas  e de representação de classe capazes de criar espaço de responsabilidade coletiva. 


HISTORIANDO COM  UMA OCTOGENÁRIA SENHORA
(Caderno IV página 45)
Cursista: Elcio Alberton


Justificativa:
A Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis, completa em 2014 80 anos de serviço à educação e à cultura videirenses. O resgate desta história pode passar sim pelos prédios e construções deste período. Mas muito mais importante que isso seria fazer um apanhado histórico que levasse em conta o contexto histórico, econômico, sociológico no qual esta escola esteve inserida.
Em busca de Joaquim Venâncio poderia inspirar um resgate histórico sobre as razões para  uma escola pública na vila de Perdizes onde no mesmo ano se instalava a grande empresa Ponzoni e Brandalise, que deu origem à Perdigão e atualmente brf.
Não demorou muito tempo para que a Escola se tornasse o ponto de referência na educação dos videirenses.
O resgate histórico de fatos que envolveram a escola, nome e situação do corpo docente, alunos que passaram pela instituição, disciplinas, currículo, tempo de permanência na escola, conteúdos disciplinares e modalidades de ensino oferecido. Seria uma boa proposta curricular interdisciplinar para este processo de historiar.
Uma proposta como essa interessaria a todas as  áreas temáticas com conteúdos específicos para cada disciplina. Mais do que prédios, paredes, incêndio, é importante considerar as vidas que passaram pela Escola nestes 80 anos.
O Desenvolvimento econômico, social e populacional de Videira fez com que a Escola se tornasse o sonho de consumo de muitos, que acabou restrito à camada social mais privilegiada da sociedade. Sua localização na área central da cidade, o número de vagas, a falta de transporte público das regiões mais afastadas deram ao Adelina Régis o status  de uma escola de elite. Compreensão difícil de ser alterada agora que as camadas populares tem acesso ao ensino médio.
“Quem mexeu no meu queijo” é uma pergunta que não encontra resposta para uma escola em tempo integral na qual o PPP, a proposta curricular, os conselhos e as instituições representativas estão longe de levar em conta o tempo político, o tempo institucional, e o tempo escolar.
Historiando com uma Octogenária Senhora poderia ser um desafio curricular para melhorar a comunicação, incrementar a adesão voluntária e a participação da comunidade no cotidiano da escola.
Discutir a história da escola exige de toda que toda a comunidade escolar seja ouvida nos processos de sistematização e construção do conhecimento histórico, e que está dentro de um contexto muito mais amplo capaz de abranger todas as áreas de conhecimento.

Isto significa capacidade para pensar, discutir,  e realizar coletivamente o que se faz, sem as aberrações que beiram a compreensão de que uma parte da escola é “macaco”.


ELEIÇÕES GERAIS NO BRASIL EM 2014
Atividade do caderno IV página 37
Elaboração de uma proposta curricular integrada
CURSISTA: ELCIO ALBERTON


ELABORAÇÃO
RESULTADO
As eleições de 2014, no Brasil se constituem no mais importante processo de redemocratização do País desde a década de 1980. Neste processo está presente o voto facultativo aos jovens entre 16 e 18 anos que vem criando  uma cultura de participação envolvendo questões econômicas como o financiamento de campanhas, a adoção da urna eletrônica e do voto digital. No processo eleitoral são discutida a ocupação e distribuição do solo, bem como a produção e distribuição de renda.
1)      Estudar os momentos na história do País em que houve eleições livres;
2)      Tratar da participação da sociedade e da importância dos MCS no processo de decisão do voto;
3)      Realizar cálculos a partir dos números e das pessoas envolvidas e beneficiadas com os financiamentos de campanha;
4)      Tratar das questões da produção com preservação  e distribuição de renda;
5)      Analisar do ponto de vista gramatical os discursos e aforismos dos candidatos;
6)      Estudar as repercussões internacionais dos fatos que marcam  vida política nacional;
Fundamentação teórica, com base na pesquisa bibliográfica sobre os temas.
Estudar questões relativas à democracia, cidadania, teorias de trabalho e emprego, percentagem e cálculos, implicações físicas das mudanças climáticas decorrentes da infraestrutura básica para o País, semântica, interpretação de texto, densidade demográfica, leis da inércia.
Considerar quais componentes curriculares precisará dedicar mais tempo em cada área temática para o estudo do fato.
Associar os conteúdos propostos com o envolvimento dos alunos e da comunidade escolar no processo de delegação de poder aos candidatos que se apresentaram para os diversos cargos no pleito.
Facilitar aos educandos compreender as questões da democracia, da cidadania, da escola, com a gestão democrática da escola, grêmios e órgãos representativos dos estudantes, das associações de moradores e clubes de serviço.

Levar os educandos a interagir com o processo eleitoral e com os diversos processos de gestão democrática que estão ou deveriam estar presentes no seu cotidiano.
Perceber que além dos aspectos já tratados no todo desta compreensão conceitual, outras áreas do conhecimento também podem ter sua participação neste aprendizado.
Promover com os estudantes um debate sobre gestão democrática na escola e organização de organismos representativos da comunidade escolar.

CARTA AOS ESTUDANTES

ATIVIDADE RELATIVA AO CADERNO II PÁGINA 60 
CURSISTA: ELCIO ALBERTON
Olá bonito(a)!
Hoje quero falar com  Você.
Você aluno(a) é inteligente e capaz de perceber o esforço que o professor tem feito para estar próximo das suas necessidades. Você sabe que muitas vezes tento  aproximação com uma palavra que até parece “deboche”. Outras vezes arrisco uma proximidade física, tento acariciar seu rosto, brincar com seu cabelo, bater no seu ombro. Não poucas vezes fui mal interpretado em todas essas iniciativas.
Você também sabe que tenho feito esforço significativo para compreender suas dificuldades e particularidades, mas que também sou exigente e algumas vezes intransigente. Prazos, qualidade das atividades, cumprimento de horários, cuidado com o material didático para a matéria são quase uma obsessão para mim. 
Para quem foi meu aluno em 2013, percebeu que fiz uma mudança radical no modo de me relacionar com os alunos e na didática das aulas. Neste ano a preparação dos conteúdos, os exercícios, o  contrato pedagógico que estabelecemos no início do ano, a alteração do contrato no segundo semestre com a organização das equipes de trabalho foram todas iniciativas que ajudaram no desempenho de nossa atividade e na melhora das relações entre nós.
Mas, apesar disso percebo que ainda estamos com dificuldade de falar a mesma linguagem, algumas vezes parece que falo “grego” ou “mandarim”. Tenho muita vontade de conhecer melhor você, saber das suas dificuldades e ser um “ombro amigo”. Ganhar sua confiança!
Você sabe que sempre fui um entusiasta em relação ao uso das tecnologias digitais de comunicação. Vou lhe fazer um desafio e confiar na sua seriedade. Ao final desta carta faça comentários, pode ser anônimo. Diga o que Você quer que o professor modifique no seu modo de trabalhar para ajudá-lo, bem como para colaborar com as próximas gerações de alunos que terão contato conosco.
Afinal de contas o principal objetivo do professor e da escola é facilitar ao aluno(a) aprender e que permanecendo na escola ele(a) conclua com sucesso o ensino médio. Vamos procurar juntos um caminho para ter mais êxito nessa empreitada.
Conto com Você!
Professor Elcio Alberton




ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFESSORA ADELINA RÉGIS
VIDEIRA –SC
PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
CURSISTA: ELCIO ALBERTON
ATIVIDADE DO CADERNO IV – Página 17

EDUCAÇÃO ALIMENTAR UMA LIÇÃO DE VIDA
Justificativa:
Dentre as finalidades do ensino médio, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM), destaca-se a continuidade dos estudos, a preparação para o trabalho e o exercício da cidadania. Neste sentido, tratar da Educação Alimentar e Nutricional se constitui numa forma de exercício da cidadania.

Objetivo Geral:

Desenvolver de forma integrada na unidade escolar um projeto de educação alimentar e nutricional que facilite a superação de políticas curriculares fragmentadas e que seja capaz de promover uma reflexão crítica sobre os padrões culturais da comunidade escolar.

Objetivos Específicos:

Provocar nos alunos o interesse pelo conhecimento dos produtos que compõe a alimentação escolar;
Estimular na comunidade escolar a preocupação com o trabalho que envolve a produção do que é oferecido na alimentação escolar;
Valorizar a alimentação escolar como instrumento promotor de educação alimentar;
Proporcionar a análise crítica sobre custos de produção e valor nutricional dos alimentos que compõe o cardápio da alimentação escolar;

Estratégias:

Por meio de uma palestra com alunos e professores da unidade escolar sobre o papel da agricultura familiar na alimentação escolar. Na continuidade solicitar à nutricionista da empresa fornecedora da merenda escolar uma entrevista sobre os valores nutricionais da merenda escolar. Neste contexto garantir aos alunos o acesso aos produtos disponibilizados para o cardápio da merenda escolar permitindo que conheçam os componentes in natura e que serão oferecidos processados e cozidos para as refeições na escola.

Atividades:

1)      Palestra com o Coordenador do Sindicato da Agricultura Familiar de Dionísio Cerqueira;
2)      Realização de entrevista com a nutricionista da empresa NUTRIPLUS;
3)      Assistir ao vídeo O caminho da segurança alimentar no Brasil;
4)      Produção de um vídeo com depoimentos de alunos, professores, gestores e merendeiras da escola sobre a alimentação escolar;

Áreas envolvidas

Ciências Humanas: (Sociologia, Filosofia, História e Geografia) – organização da palestra e dos espaços para o evento. Proporcionar espaço de discussão sobre a história da agricultura familiar os espaços geográficos ocupados por esta forma de produção alimentar. Questionar com a comunidade escolar as implicações sociais e laborais da população envolvida na agricultura familiar.
Matemática: Realizar cálculos com percentuais dos valores nominais da produção e comercialização dos produtos da agricultura familiar, incluindo áreas onde são produzidos e importância para a economia local;
Ciências da Natureza: (Química, Física, Biologia) – Estudar com os alunos a composição nutricional dos alimentos em física considerarem os processos de aceleração e movimentos no processo de produção, transporte e armazenamento da alimentação escolar. Em química tratar questões relativas massa molar, volume molar, quantidade de matéria e cálculos estequiométricos.

Avaliação:

Produzir com a comunidade escolar uma proposta de cardápio para a alimentação escolar considerando os hábitos alimentares da comunidade local e que leve em conta a utilização dos produtos da agricultura familiar na região.
Publicar o cardápio no blog da escola permitindo que sua socialização provoque comentários sobre os temas tratados em sala de aula.

Bibliografia:

1)      CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf, acesso em 11/10/2014. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/ IDEC, 2005. 160 p.
2)      REVISTA MUNDO JOVEM, Porto Alegre, PUCRS, Agosto de 2014, página 17.

3)      O caminho da segurança alimentar no Brasil. https://www.youtube.com/watch?v=1sHrxvC73GE, acesso em 10/10/2014

CURRÍCULO ENSINADO E CURRÍCULO VIVENCIADO
Caderno III – página 44

“Organize uma roda de diálogo com os jovens alunos da escola e com seus colegas professores; – sobre o currículo da escola; sobre o currículo vivido por estes alunos; sobre o sentido do conhecimento escolar, das experiências vividas mediadas por esse conhecimento e sobre a necessidade de outros conhecimentos e abordagens; conduza de modo a fazer emergir propostas, sugestões de outros encaminhamentos para o currículo, para as disciplinas e para outros arranjos curriculares, considerando as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia”.

Um dos desafios mais pertinentes das comunidades escolares reside na efetiva participação dos sujeitos no processo de construção da escola e da gestão escolar. Também no que se refere ao currículo no sentido  de experiências vividas e construídas pelos interessados no processo igualmente se apresenta enorme  defasagem histórica e pedagógica.
Normalmente os projetos e programas educacionais são desenvolvidos para os alunos e raramente com eles. Mesmo em escolas onde acontecem diversos projetos de interação multidisciplinar estas ações podem se enquadrar na máxima romana do “pão e circo”. Em outra dimensão elas são apenas ações culturais destinadas a oferecer aos alunos oportunidades diferenciadas de estar na escola.
A rigor o problema da participação é o maior gargalo das propostas e matrizes curriculares e disciplinares nas unidades escolares. Antes mesmo que os alunos iniciem o processo de construção de arranjos curriculares nas dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia há que se construírem espaços de gestão democrática.
A despeito do foco oferecido pelo texto dos cadernos de formação do SISMEDIO, nenhuma das atividades sugeridas pelos cadernos foi desenvolvida pelo grupo de cursistas, nem mesmo em caráter precário. 

ENSINO/APRENDIZAGEM PARA A VIDA
Caderno III – página 35

“Em vista dessa consideração, escreva um texto no qual você evidencie as contribuições do que você ensina para o desenvolvimento da autonomia intelectual e moral de seus alunos”.

Considerando as finalidades do Ensino Médio (EM) na disciplina de filosofia procuramos ler e analisar os temas e textos da história da filosofia com o cotidiano dos alunos. O resgate dos textos de diversos filósofos a reflexão deles de forma não linear estabelecendo uma interconexão com o cotidiano do aluno, respeitando a interdisciplinaridade dentro da própria área temática e com as demais disciplinas tem sido uma constante no programa de conteúdos da disciplina de filosofia durante todo o ano de 2014.
O respeito pela matriz curricular e a avaliação  das atividades levando em conta o comprometimento do aluno na realização de cada uma delas de modo a contemplar um conjunto orgânico da vida do aluno  para vida dele na sociedade.
Tanto os momentos presenciais quanto as produções dos alunos em sala de aula e extraclasse são diversificadas utilizando diferenciadas formas de linguagem com uso frequente das Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação.

Como não poderia deixar de ser o desenvolvimento do pensamento crítico e do raciocínio lógico com perguntas que relacionam os saberes teóricos com os desafios da vida profissional em que estão inseridos os alunos.

ATIVIDADE DO SISMEDIO MÓDULO III PÁGINA 27

CONVERSANDO SOBRE AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

Quais as proposições que mais geraram debate? A que você atribui que tenham sido essas as questões mais polêmicas?
Faça o registro dessa atividade e socialize com os demais professores cursistas.

Compreender a educação como um processo de produção e socialização da cultura e da vida é um dos desafios mais pertinentes no cotidiano das escolas. Compreender a escola não como uma “alfândega” repleta de regras, normas, de segmentos e uniformemente pensada que não permite adequação dos modos de aprendizagem é uma meta que mira a reinvenção ou ressignificação da escola.
Centrar a escola no diálogo, na colaboração, nas pessoas e na aprendizagem implica estabelecer novos referenciais que valorizem e reconheçam as diferenças tendo foco no Projeto Político Pedagógico (PPP) construído com ampla participação de todos os segmentos da comunidade escolar.
A superação da fragmentação curricular e a garantia da permanência, da aprendizagem vislumbrando a conclusão dos estudos  ainda estão longe da unanimidade pensante no mundo da educação. Promover a reflexão crítica com apropriação de referências capazes de mirar a continuidade dos estudos e a preparação básica para o trabalho com exercício da cidadania.

A compreensão do que seja transversalidade entre eixos temáticos, disciplinas e áreas do conhecimento sem dilui ou excluir os componentes curriculares  mas garantindo a construção de relações fortalecidas da ciência com a cultura e a realidade, continuam sendo desafios para aplicar a DCNEM.


ATIVIDADE DA PÁGINA 17 DO MÓDULO III – DO SISMEDIO

Que relações existem entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia da cultura? Registre esse debate e compartilhe as
conclusões em suas redes de contato.

DCNEM:
Art. 13. As unidades escolares devem ter presente na organização curricular:
I - as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura como eixo integrador
entre os conhecimentos de distintas naturezas, contextualizando-os em sua dimensão histórica
e em relação ao contexto social contemporâneo;


No cotidiano da escola a relação de conteúdos dados como informação aos alunos está completamente alheio á realidade do mundo do trabalho. Não obstante a matriz curricular do ensino médio inovador contemplar a disciplina de “Empreendedorismo”, nem alunos nem o corpo docente de clareza da sua finalidade e das implicações que esta temática tem para o cotidiano da escola e da comunidade escolar.
É quase impossível fazer uma relação entre empregabilidade e educação. Mesmo constatando diariamente a perca de alunos do ensino médio em tempo integral que trocam de escola ou turno para ingressar no mercado de trabalho, os professores continuam afirmando que um dos problemas do País é a falta de emprego. Não é raro, na escola que oferece ensino médio em tempo integral, encontrar nos corredores, nas salas de aula e nos murais avisos com estas palavras: “Contrata-se jovens maiores de 16 anos para trabalho temporário”.
Nem mesmo na disciplina de sociologia se faz qualquer trabalho sobre a relação emprego, trabalho, remuneração, direito trabalhista e garantias sociais. Nossos alunos e poucos professores sabem falar com desenvoltura sobre a carga tributária que incide sobre a folha de pagamento. Raramente um professor sabe falar sobre garantias sociais na relação trabalho e emprego.
Em relação à tecnologia, recente pesquisa, realizada na escola constatou que nem alunos, nem professores utilizam os recursos tecnológicos para a produção de conhecimento ou para o intercâmbio cultural. A maioria absoluta constatou que usa a internet para pesquisa genérica.
Curiosamente o próprio SISMEDIO que oferece todo o material na forma digital, algumas vezes tem dificuldade de ser realizada uma fase presencial, porque as apostilas não foram impressas. Note-se que um grupo com mais de 60 professores participando do projeto, não há socializações virtuais do conhecimento produzido.

Diante destas evidências não parece temeroso afirmar que entre o que se ensina, o mundo do trabalho, a ciência e a tecnologia a relação está há anos luz. 


OPS, VAMOS TECLAR?
(Atividade relativa ao Caderno II página 29)


As discussões  sobre o conflito de gerações são um tema muito querido por psicólogos, psicoterapeutas, educadores familiares, religiosos e uma infinidade de outros profissionais que lidam com relações familiares.
O pano de fundo desta que é uma situação delicada para a vivência cordial e responsável no interior das famílias ganhou um inimigo muito poderoso com o advento das redes sociais.
Dá para contar nos dedos a família que não tenha pelo menos 2 aparelhos celulares em casa. O acesso às redes sociais é também uma realidade em pelo menos 85% das residências brasileiras.
Não precisa ser muito instigador para dar-se conta que qualquer aglomerado de jovens está permeado pela troca de informações digitais. Esta fantástica forma de comunicação revela personalidades e esconde interesses que são maquiados pelos bordões característicos dos grupos.
Raramente uma pessoa que não faz parte do grupo consegue entrar na roda de conversas e muito menos entender as gírias utilizadas por eles. Com muita insistência pode ser que um adulto consiga trocar qualquer informação que seja restrita aos grupos.
Com boa dose de habilidade será possível estabelecer alguma relação e eventualmente falar sobre temas relativos ao cotidiano da escola e do dia a dia dos estudantes bem como sua relação com a comunidade escolar.
O uso das redes sociais pelos professores para contato com alunos quase sempre é entendida como uma invasão na  sua privacidade. É muito comum as turmas organizarem grupos entre si, mas não aceitar neles a presença dos professores e dos pais.
Sem querer os pais acabam facilitando a falta de diálogo entre os pares. Recentemente ouvi  uma mãe empolgada dizendo que havia finalmente entrado na cultura digital e que agora se sentia muito bem pois, pela manhã e no horário das refeições enviava um whatsapp para os filhos que estavam em distintos ambientes da casa,  informando e convidando-os para o evento em referência.
De algum modo, a sociedade que se diz madura e responsável pelos jovens também perdeu a importância do diálogo presencial e facilitou a comunicação que “aproxima o que está longe e isola quem está perto”.
A Experiência com a dança do passinho foi uma maneira encontrada para fazer convergir as diferentes linguagens na escola repleta de muitos saberes. Sintonizar os interesses dos vários membros da comunidade escolar continua sendo um dos grandes desafios para a escola e para os educadores.
Muito mais difícil ainda é descobrir o ponto de partida, ou seja, aquilo que os alunos já sabem, e muitas vezes, mais que os professores, para proporcionar uma socialização de outros saberes que façam convergir os diversos interesses. 



NA PÁGINA PRINCIPAL DESTE BLOG, VOCÊ ENCONTRA OS SEGUINTES ARTIGOS:
1) Da Escola que temos para a Escola que queremos;
2) Ensino Médio para todos público, gratuito e de qualidade;
3) Buscas e Sonhos de Adolescentes;
4) Participar, opinar e votar é tudo a mesma coisa?
5) Quem é quem na escola?

Todas produções nossas escritas a propósito do Curso do SISMÉDIO

Confira e comente...

3 comentários:

  1. Muito interessante suas reflexões e análises sobre as atividades propostas no Curso do Pacto/SISMÉDIO. Hoje também concluímos a etapa 1. Esperamos mudanças, mesmo que a passos lentos, nem todos tem comprometimento para com uma educação de qualidade. Um abraço ... Loureni

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  2. Muito interessante suas reflexões e análises sobre as atividades propostas no Curso do Pacto/SISMÉDIO. Hoje também concluímos a etapa 1. Esperamos mudanças, mesmo que a passos lentos, nem todos tem comprometimento para com uma educação de qualidade. Um abraço ... Loureni

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  3. São realmente reflexões profundas que merece algumas considerações relacionado a novos métodos de ensino tendo como pano de fundo o olhar clínico sobre o outro, ou seja, auteridade bem como o olhar para dentro de nós mesmos.

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Obrigado por sua participação.