Dentre os temas que ocupam grande parte dos debates sociológicos da atualidade estão as chamadas “políticas de igualdade”. Trata-se de acolher e respeitar as diferenças de gênero, de raça, de cor, de religião, de opção sexual, de relacionamentos, e assim por diante. As chamadas políticas de inclusão social querem ajudar a perceber que a dignidade humana está acima de toda e qualquer diferença ou igualdade que se queira estabelecer. A preocupação que parece ser muito atual já foi tratada na sagrada escritura desde o princípio da organização do povo de Deus. Tomamos como referência e convidamos a Você professor, ler os seguintes textos:
Êxodo 22, 20-26; Salmo 17(18) 2-3ª. 3bc-4. 47 e 51ab(R/.2);
1Tessalonicenses 1, 5c-10; Mateus 22,34-40.
Estas leituras apontam exatamente para a questão das políticas de inclusão aos diferentes. O livro do Êxodo faz uma recomendação de atualidade impressionante: “Não oprimas nem maltrates o estrangeiro, pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito. Não façais mal algum à viúva nem ao órfão. Se os maltratardes, gritarão por mim e eu ouvirei o seu clamor”. O convite parece ter sido escrito no contexto do que se chama aceitação e acolhida das diversidades e das diferenças. Deus ouve o clamor de todos e ninguém pode se dar o direito de macular a dignidade alheia.
São Paulo, escrevendo aos cristãos da comunidade de tessalônica elogia o comportamento de todos pelo fato de se acolherem mutuamente e nesta acolhida demonstrarem sua abertura a Deus, a seu projeto e ao seu Filho Jesus: “Com efeito, a partir de vós, a Palavra do Senhor não se divulgou apenas na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos de falar, pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes”. A alegria manifestada pelo apóstolo reside no fato da comunidade praticar a acolhida que se traduz num instrumento para que a palavra de Deus seja divulgada para todos em todos os lugares.
E no Evangelho Jesus desmonta o conceito perfeccionista dos fariseus que se imaginavam melhores e mais dignos do que os outros. Amar a Deus, diz Jesus, é acima de tudo amar as pessoas que são suas criaturas. Em resumo, é praticamente impossível dizer que se ama a Deus, sendo sectário e praticando algum tipo de discriminação e falta de acolhimento do diferente.
Os profissionais da educação estão convencidos da sua responsabilidade e tudo fazem para que sua prática pedagógica seja inclusiva e de modo nenhum discriminatória. Sendo ou não cristãos, sob o ponto de vista da espiritualidade, qualquer que seja a religião, ou mesmo não praticando nenhuma religião, os textos bíblicos que apresentamos podem servir como fundamento espiritual para estimular o reconhecimento e a dignidade de todos os membros das comunidades educacionais incrementando sempre mais as políticas de inclusão e de respeito às diferenças e aos diferentes.
E que o Deus da paz esteja com todos!
Prof. Elcio Alberton