A indústria da cultura
patrocinada pelos meios de comunicação social, encarregou-se de transformar
datas já consagradas no imaginário popular como em ocasiões para valorizar o
ser humano, sua história e suas relações em oportunidades de negócio, de lucro
e de consumo. Como se isso não fosse ainda suficiente para satisfazer a sua
ânsia de ganhar, e desfrutar das boas e reais intenções de tantos que muitas
vezes não conseguem fazer um juízo crítico daquilo que veem e ouvem, acabaram
de criar o dia do homem. Por um lapso que causa estranheza, passou desapercibido
ao leão do consumo o dia do amigo, esta é uma das poucas datas ainda não
infectadas pelo comercio, não obstante ter sua origem muito anterior ao
fenômeno que se denomina indústria da cultura.
É verdade também que a
cultura brasileira ainda não incorporou este momento como uma oportunidade para
valorizar a pessoa daquele que se escolhe como confidente e muitas vezes
conselheiro.
Aproveitando o vinte
de julho e as considerações feitas pelo autor citado, nas fontes de referência,
este artigo tem por objetivo ajudar a perceber as dimensões que a virtude da
amizade alcança no pensamento dos filósofos de todos os tempos. A brevidade que
o texto exige impede uma abordagem de maior consistência, razão pela qual se
fara apenas breves considerações sobre cada um dos tópicos.
Embora nem sempre
compreendida e vivida como tal a amizade pode ser entendida como a forma mais
alta do amor e a base de todos os amores. Assim se lê na Sagrada Escritura no
livro dos Provérbios: "Um amigo fiel é uma grande proteção: quem o encontrou descobriu um tesouro", e o
mesmo livro ainda diz: "tenha muitos amigos, mas apenas para um deles abra
seu coração", ou seja, que apenas
um seja seu confidente, aquele a quem você pode chorar suas lágrimas e em cujos
ombros pode depositar suas cruzes.
Praticamente não há um
filosofo na historia que tenha se esquecido de falar sobre esta virtude de tamanha
importância para a sobrevivência da espécie, como dirá mais tarde Martin Luther
King: "Ou nos damos as mãos ou morremos todos como idiotas".
Para o filosofo
Montagne construir laço de amizade com alguém implica compreender que a
sociedade na qual seus cidadãos vivem como amigos é uma sociedade quase perfeita. Do ponto de vista das relações sociais a
amizade torna possível alcançar os preceitos de igualdade e reciprocidade.
Pode-se servir da
amizade como uma critica aos valores modernos, entre eles, como já se mencionou
a "cultura mercadoria" patrocinada pelo desejo de consumo. Segundo a
visão do filósofo Frederic Nietzshe a amizade é superior a todos os demais sentimentos, afirma ele: "a Antiguidade
viveu a amizade até o máximo e com energia a encarou de forma exaustiva, e a
levou quase consigo para a sepultura".
Foi Plutarco quem tratou
da amizade sob um ponto de vista muito atual, isto é, encarar como a
possibilidade de levar vantagem. Na obra "como tirar proveito de seus
amigos e da maneira de distinguir o bajulador do amigo," Plutarco
reconhece o valor da franqueza como remédio contra todas as ciladas e afirma
que a sinceridade sem rodeios é a maneira para conquistar a verdade.
REFERENCIA
OLIVEIRA, Jelson.
Sabedoria Pratica, Curitiba, Champagnat, 2012, p. 59 - 95.
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