quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

2011 – O ANO QUE NÃO TERMINOU


O encerramento do ano letivo de 2011 em muitas escolas catarinenses foi estendido até o inicio de janeiro de 2012. As dificuldades na adoção deste calendário de reposição por conta da greve dispensam comentários. O fato é que uma das propostas da categoria no encerramento do movimento reinvindicatório, em 07 de julho de 2011, depois de 62 dias de paralisação, pedia autonomia das escolas para elaborar o calendário de reposição, conforme se lê no site do SINTE:

  •  “A assembleia deliberou também as escolas devem ter autonomia para a elaboração do calendário de reposição das aulas, a fim de evitar prejuízo do conteúdo escolar ao aluno. A assembleia estadual da categoria reuniu cerca de 4 mil pessoas, no Centro de Convenções Centro Sul, de Florianópolis” (http://www.sinte-sc.org.br/?FamilyID=SinteAcao&ler=1872011182317 acesso em 11/01/2012). 

Certo ou errado, o fato é que esta condição não aconteceu, pelo menos não, em relação aos professores da Escola de Educação Básica Adelina Régis em Videira – SC.Por esta e outras razões convido os colegas professores para uma reflexão no inicio de 2012, e permitam-me parafrasear Marcelo Rubens Paiva, autor da sua própria biografia num livro publicado em 1982 e intitulado “Feliz Ano Velho”. Na obra o autor, apesar da sua condição é capaz de vibrar e cultivar humor, ternura e erotismo. 

O desafio à docência no início de cada ano, e particularmente em 2012, consiste exatamente nisso, não perder a coragem de se apaixonar pela causa, não obstante as agruras que as circunstâncias oferecem. Afinal de contas o que motiva a docência, desde muito tempo é a paixão, a ternura, e outras virtudes: 

  • Raras vezes fica claro como a educação poderia encaminhar os estudantes para a generosidade e a verdade e afastá-los do pecado e do erro, embora seja difícil não consentir passivamente com essa noção inspiradora, dada sua familiaridade e absoluta beleza (BOTTON, 2011, p. 86).

Neste sentido convido cada docente e renovar o entusiasmo pela educação e abraçar, mais uma vez, com toda a força a vocação para a docência.  Afinal de contas bons professores não são necessariamente aqueles que dominam todas as ciências, ou com profundidade a ciência que se propõem a ensinar, mas aqueles que se tornam presença importante na vida dos seus alunos. Dentre tudo o  que se apresenta como importante para o “bom o professor”, é importante destacar a inter-relação entre a vida profissional e a pessoal. Dito de outra forma quando a vida e a profissão se encontram, quando os professores não vivem da docência, mas para a docência, destes se diz que são professores que amam a docência e dela fazem uma arte ou a experimentam como vocação.  É neste sentido que: 

  •  Amar-se-á um professor que souber – por exemplo, em história – apoiar-se em elementos precisos, minuciosos, severos, rigorosos, cientificamente estabelecidos, mas também mostrar aos alunos os fatos fundamentais, os aspectos gerais, uma síntese que englobe os pormenores e abranja as questões levantadas pelos alunos; evocar os grandes problemas da história, isto é, em última análise, as lutas e as trocas entre as diferentes formas de civilização (SNYDERS 1995, P. 111).

E que embora 2011 não tenha terminado, é possível ainda vibrar e dizer: “Feliz Ano Velho”. Os desafios de 2012 serão muito maiores, mas com determinação  a coragem de cada docente será possível construir um mundo onde seja “mais fácil de amar”. Para que isso supere a utopia é importante recordar Luther King: “Ou nos damos as mãos ou morremos todos como idiotas”.


Um comentário:

  1. Um texto para ser publicado nos principais meios de comunicaçao da nossa igreja. Muito bom. Parbens Pe Elcio.
    Abraços,
    Luis Bastos

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