sábado, 31 de março de 2012

SUGESTÃO DE HOMILIA PARA O DIA 01 DE ABRIL DE 2012

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

Leituras: Isaias 50,4-7; Salmo  21,8-9.17-18a.19-20.23-24 (R.2a);
Filipenses 2,6-11; Evangelho - Procissão - Marcos 11,1-10;
Evangelho Missa - Marcos 14,1-15,47.

Não há nada que seja realmente importante na vida que não mereça dedicação, preparação, cuidado, e que não seja aguardado com expectativa. No caso da Páscoa se trata de uma festa  tão importante que é precedida, todos os anos, pelo período da quaresma e por uma semana mais intensa e por isso denominada Semana Santa.
A memória  da vida de Jesus que se faz nestes dias identifica-se com a história da humanidade e porque não dizer de cada pessoa humana. Jesus faz sua a condição dos cidadãos da sua época, todas as suas ações são semelhantes à dos homens e mulheres seus conterrâneos.
É neste sentido que aparece a narrativa da entrada solene em Jerusalém. Este Jesus retifica a missão para a qual veio, ou seja, misturar-se com os pobres e necessitados, estar com eles em tudo e com eles se levantar da sombra morte.
E isto vem explicitado na primeira leitura, quando se conclui com a frase: “Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado”. Isso também a Igreja faz rezar na proclamação do salmo quando se reza: “Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, 
ó minha força, vinde logo em meu socorro!”.
E São Paulo faz perceber como Deus ouviu esse clamor e mandou Jesus seu único Filho. Se lê na carta aos filipenses: “Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7 mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens”.
Sob está ótica a Palavra de Deus que a liturgia da Igreja católica proclama neste domingo é um convite para entrar na semana santa com a certeza de que a morte de Jesus apagou os pecados e sua ressurreição trouxe vida nova.

A FOFOCA

A fofoca é inevitável, mas prefira o diálogo franco

Mauricio Goldstein, Consultor e autor do livro 
JOGOS POLÍTICOS NAS EMPRESAS (redacao.vocesa@abril.com.br) 10/11/2010

Quando penso em fofoca, a primeira coisa que me vem à mente é explorar sobre o que exatamente estamos falando. Alguns definem fofoca como uma troca de informação entre duas pessoas sobre uma terceira, sem o seu conhecimento, o que pode ser positivo ou negativo. Contudo, outras definições são um pouco mais ácidas. Há uma fonte que diz que a fofoca consiste no ato de fazer afirmações não baseadas em fatos concretos, especulando em relação à vida alheia. Segundo esse grupo, ela é quase sempre um dito maldoso, ou a divulgação de detalhe que o outro gostaria que fosse ignorado. Uma coisa é possível afirmar: a fofoca é sempre uma declaração com um juízo de valor, ou seja, uma interpretação de quem a está dizendo.

Por exemplo, numa companhia que estava passando por uma fusão, ouvi a conversa entre dois colaboradores: — Claudio, estão dizendo que o presidente da Brand será o nosso novo executivo-chefe e que o Jorge vai rodar. — Beto, não sabia disto. Onde você ouviu a informação? — Apareceu ontem nos jornais. E mais, ouvi dizer que o pessoal da Brand costuma apenas escolher pessoas de seu time. Acho que não temos chance... — E o escritório, você já sabe onde vai ser? — Não ouvi oficialmente, mas estão dizendo que eles vão fechar o nosso escritório no Morumbi e iremos todos para a Faria Lima. Para mim, vai ser uma droga pra chegar lá. Se é que eu vou estar na empresa...

Por que as pessoas fofocam no escritório? A fofoca dá alguma vantagem a quem a emite: maior influência ("eu tenho mais informações do que você"), uma redução da ansiedade ("quando falo a respeito de alguns fantasmas, sinto-me melhor"), uma cumplicidade com o interlocutor ("vale a pena ser meu amigo, pois eu posso dividir o que sei com você"), um prazer íntimo ("sinto-me bem quando conto as novidades a meus colegas"), ou alguma vantagem concreta planejada, como uma promoção, a alocação de verba para algum projeto, afetar a reputação de um "inimigo".

Nesse aspecto, a fofoca é um jogo político na organização que traz vantagem para quem a faz, mas não necessariamente para o todo. Ao mesmo tempo, sabemos que a fofoca nunca vai ser eliminada das organizações. Assim concordo com a afirmação do professor Labianca de que ela tem uma função de ajudar as informações a fluírem. Quando não existem bons canais oficiais de comunicação, as trocas vão ocorrer nos canais informais, ou seja, na conversinha do café. Quando não há clareza e transparência, a ansiedade aumenta e o ambiente fica mais propício ao disse-me-disse.

Poderíamos dizer que a fofoca é como o sangue, que encontra novos caminhos para continuar fluindo quando as veias (ou os canais formais) estão entupidas. A fofoca traz vida e evita o colapso da organização. Ela serve também como um bom instrumento diagnóstico: quando a fofoca aumenta, é sinal de que a comunicação não está indo bem e que vale a pena investigar o que está acontecendo nas entranhas da organização. Ainda, ela geralmente atua de forma a reforçar a cultura atual (como a maioria dos jogos políticos) e assim pode dificultar mudanças.

Proibir a fofoca é absolutamente inútil. É como tentar fechar a saída de um líquido sob contínua pressão: a chance de que haja alguma explosão no sistema é grande. Ou seja, considerando que sempre haverá fofoca nas empresas, é importante observar o seu movimento e compreender a sua origem. Porém, não acredito que devamos incentivar a fofoca como forma de ação e comunicação. É muito mais interessante convidar a organização para o diálogo e deixá-la saber e participar das redes informais que vão se criando, para esclarecer boatos e dúvidas, engajar os colaboradores e coordenar todas as ações na mesma direção.