domingo, 13 de julho de 2014

COPA AMADA, BRASIL!


Sediar o “maior espetáculo da terra” é uma oportunidade ímpar e que o Brasil soube muito bem aproveitar. A realização da copa do mundo da FIFA 2014, no Brasil fez com que o país e o seu povo fossem vistos por “quase meio mundo”, cerca de 3 bilhões de pessoas ficaram durante 31 dias com os olhos e o coração voltados para as  “terras tupiniquins”.
Descentralizar a copa do mundo em doze cidades sede foi uma alternativa sábia e que permitiu  ao país ser conhecido do Oiapoque ao Chuí. Inclusive para os brasileiros esta foi uma oportunidade para desviar o foco do chamado “eixo Rio – São Paulo – Minas”
As avaliações de especialistas internacionais confirmaram o que se previa desde o início: “O Brasil faria a Copa das copas”.  Isso se  deve a investimentos em infraestrutura e de muito trabalho, tarefa que foi assumida por todos os cidadãos.
A copa do mundo mostrou um país de gente trabalhadora, ordeira, acolhedora, responsável e mais uma dezena de adjetivos que se poderia atribuir ao país e ao seu povo.  Passados os dias da Copa pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que a Copa deixou um legado cultural extraordinário, com ensinamentos para outros 60 ou mais anos.
O final melancólico e o medíocre quarto lugar conquistado pela Seleção Canarinho também servem de lição e de onde  se podem tirar muitas lições para um país que precisa continuar se construindo como “casa de todos”.
Seria inútil buscar respostas para a maior derrota da história da seleção, nem muito menos criar mitos que possam ajudar a entender o fracasso da derradeira eliminatória. A esta altura não faltam palpiteiros de plantão apresentando respostas e propondo modelos para os próximos passos da seleção.
Não resta dúvida que algo precisa mudar, e com certeza logo, se o país quer realmente conquistar o Hexa numa das próximas copas.  Porém, neste momento, sem hexa e com sete gols a tiracolo é necessário tirar  outras lições mais necessárias e urgentes.
Na linguagem popular, diz-se que sete é conta de mentiroso, porém, neste caso, ele é a mais pura verdade. Prefiro analisar o número sete, desde a exegese bíblica para quem o número sete representa infinitas situações e possibilidades.
A marca de 7 gols foi a maior derrota imposta à seleção canarinho em cem anos de história. Todavia, colocando os sete gols no lugar que eles devem estar é importante lembrar que em cem anos o Brasil experimentou outras derrotas e tantas vitórias que podem ser interpretadas sob a ótica do número sete:
1)             De 1914 até a presente data o Brasil passou por duas ditaduras, a saber: “Estado Novo  de Getúlio Vargas e a Ditadura Militar”;
2)             Em 100 anos, sete presidentes pertencentes às forças armadas chegaram a Presidência da República sem terem sido eleitos pelo voto dos cidadãos;
3)             No mesmo período quatro presidentes foram depostos e por três vezes a Presidência da República  ficou vaga;
4)             Em 100 anos o Brasil trocou sete vezes sua moeda, sempre corroída pela inflação;
5)             Em 100 anos o Brasil teve sete modelos de previdência e seguridade social, alguns deles limitando também o direito à assistência médica e acesso à saúde pública;
6)             No mesmo período o País teve sete constituições totalmente novas ou pelo menos reescritas em grande parte;
7)             Em 100 anos o Brasil passou por sete leis reguladoras da educação no país.

Estas, entre tantas outras, situações merecem ser lembradas como muito mais sofridas do que a vexatória derrota para a Alemanha na Copa de 2014.
Mas há que se reconhecer que o Brasil dos brasileiros é muito maior do que tudo isso e por isso foi sempre capaz de se levantar, como diria Cecília Meireles: “Aprendi com as primaveras e me deixar cortar e a voltar sempre inteira”, este sim é o Brasil que sediou o maior espetáculo da terra em 2014.
O resultado do jogo contra a Alemanha, bem como as outras sete derrotas já mencionadas, não são nada diante da determinação e da coragem que o povo deste país já provou que é capaz.
1)        Em muito menos de 100 anos o Brasil garantiu o direito universal de voto a todos os cidadãos;
2)        Em muito menos de 100 anos o Brasil pagou a infame dívida externa e deixou de pedir “esmolas” para organismos internacionais;
3)        Em muito menos de 100 anos o Brasil praticamente eliminou o analfabetismo no país;
4)        Em pouco mais de uma dezena de anos o Brasil dobrou o número de vagas nas universidades públicas;
5)        Em muito menos que 100  anos o Brasil instituiu um Sistema Único de Saúde (SUS) que, embora não sendo perfeito, garante atendimento integral aos cidadãos e serve de modelo para diversos países do mundo;
6)        Em muito menos de 100 anos o País controlou a avalanche inflacionária, estabilizou a moeda e promoveu uma gigantesca redistribuição de renda diminuindo drasticamente os níveis alarmantes de pobreza em que viviam milhares de brasileiros;
7)        Em pouco mais de uma dezena de anos o salário mínimo recuperou o seu poder de compra em mais de 70%.
8)         Apenas estas SETE situações faz acreditar que a Copa do Mundo no Brasil se tornou uma oportunidade extraordinária para que o País mostre a sua “verdadeira cara” e mais ainda ajudou a perceber uma verdade que nunca foi dita: “Enganam-se os que imaginam possível levantar uma nação rica e poderosa sobre os ombros de um povo explorado, doente, marginalizado e triste. Uma nação só crescerá quando crescer em cada um de seus cidadãos, o conhecimento, a saúde, a alegria e a liberdade” (Discurso que seria proferido por Tancredo Neves em março de 1985, quando assumiria a presidência do Brasil).
É neste contexto que ao encerrar os jogos da Copa do Mundo da Fifa 2014 no Brasil e amargando a mais dura derrota que a seleção brasileira experimentou em toda a sua história que ganham ainda mais força as  sete condições, sugeridas por D. Odilo Pedro Scherer,  para as quais o povo brasileiro precisa continuar lutando no jogo da vida:  
1)      Vitória sobre a pobreza;
2)      Convívio social pacífico, sem discriminação ou violência e com respeito ao próximo;
3)      Superação da corrupção;
4)      Educação e saúde de qualidade ao alcance de todos;
5)      Condições dignas de moradia;
6)      Trabalho para todos;

7)      Transporte  público de qualidade.
ELCIO ALBERTON
Rua Saul Brandalise, 1014 Apto. 201
89560-000 – Videira – SC
Fone: 49 99528159
CPF 45283591972




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por sua participação.