CURSO DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA DIGITAL
UFSC/MEC 2014/2 – 2015/2
MODALIDADE A DISTÂNCIA
CURSISTA:
ELCIO ALBERTON
DISCIPLINA:
PLAC 3
ESCOLA:
EEB PROFESSORAª ADELINA RÉGIS – VIDEIRA – SC
AVALIANDO A EXPERIÊNCIA
“Metodologia
interdisciplinar postula uma reformulação generalizada das estruturas de ensino
das disciplinas científicas, na medida em que coloca em questão não somente a
pedagogia de cada disciplina, mas também o papel do ensino pré-universitário,
bem como o emprego que se faz dos conhecimentos psicopedagógicos adquiridos”.
Em
2014 a Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina realizou um amplo
processo de atualização da Proposta Curricular para o ensino básico. O processo
teve como meta: “Estabelecer o currículo para a educação básica, a partir dos eixos
teórico metodológicos da Proposta Curricular de Santa Catarina, com abordagens
transversais e dimensão interdisciplinar, num processo coletivo de construção
do conhecimento, envolvendo educadores de Santa Catarina”
Esta ação ainda não
logrou êxito nem tampouco faz parte do cotidiano da educação básica em Santa
Catarina e isso se deve a vários fatores, mas certamente um deles é o que
expressa o pensamento em epígrafe, ou seja, a interdisciplinaridade só irá
acontecer quando for estabelecida uma reformulação geral das estruturas de e
ensino/aprendizagem.
No que se refere a
avaliação da atividade realizada para esta ação que faz parte do PLAC3 no curso
de Pós-Graduação em Cultura Digital é possível descrever da seguinte maneira
tendo presente o foco indicado na própria ação:
1)
O processo de realização das
entrevistas a partir dos conceitos sobre os quais se desejava que os alunos
pudessem se apropriar permitiu perceber que houve pequena mas significativa
integração disciplinar, pois cada um dos participantes na entrevista respondeu
a mesma questão sob a ótica da sua área temática sem contudo deixar de perceber
o todo a que dizia respeito as abordagens apresentadas pelos alunos
entrevistadores.
2)
Como toda atividade coletiva esta
também exigia o estabelecimento de diálogo sobre as diferenças, as
especificidades e coincidências das distintas áreas do conhecimento. Nem todos
os professores tem a coragem de expor suas posições, interpretações, convicções
e conceitos sobre questões polêmicas. No caso deste trabalho alguns professores
foram reticentes na participação alegando que se sentiam ameaçados na sua
privacidade à medida que responderam questões diante da “câmera do aparelho
celular”. Curiosamente os mesmos personagens não tem nenhum receio de ameaça a
individualidade quando se expõe nas redes sociais com afirmações pouco
exigentes no que se refere à capacidade de pensar e produzir saberes.
3)
Integrar as TDIC com a educação é um
desafio que está longe de ser vencido, sobretudo, porque o próprio conceito de
TDIC não é claro para as escolas com suas estruturas de ensino e aprendizagem.
Nossa experiência e opinião sobre o trabalho realizado no curso de pós
graduação em Cultura Digital no cotidiano da nossa escola exige primeiro
clarear ao corpo docente e gestor da escola a necessidade de quebrar paradigmas
e estabelecer novos processos de relação com as tecnologias que são utilizadas
de sobejo pelos estudantes de maneira pouco construtiva.
Facilmente a escola nivela pela lei do menor esforço, mantendo as coisas
como sempre foram feitas o que lhes garante a zona de conforto.
Os recursos disponíveis nas escolas seriam suficientes para que fossem
estabelecidas práticas de integração pedagógica.
A título de tentar responder a ação anexamos abaixo o texto que
produzimos como relato final para o núcleo específico de filosofia sobre a ação
3 da atividade 1.
II
– IDENTIDADE E RECONSTRUÇÃO DA
AUTOIMAGEM NA CULTURA DIGITAL
Identidades
dos alunos e alunas
A atividade que foi
realizada de forma interdisciplinar envolveu onze turmas do Ensino Médio
Inovador na Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis na cidade de
Videira – SC. No total foram mais de 250 alunos do primeiro ao terceiro ano do
ensino médio, organizados em grupos de até 4 pessoas e orientados pelo
professor de Filosofia no 4º bimestre de 2015.
Neste bimestre um dos
objetivos do curso para o período é facilitar aos alunos a apropriação dos
conceitos de Direitos Humanos, de Pessoa Humana e de Identidade Humana. O plano
de curso não foi pensado para coincidir com o conteúdo previsto no Curso de
Cultura Digital no Núcleo Específico de Filosofia e relacionando-se com o
PLAC3, foi uma feliz coincidência que os tempos tenham se comungados.
Conforme descrito no
encaminhamento da atividade o professor propôs aos alunos realizar entrevistas
com duas pessoas sobre os conceitos previstos registrando-as em vídeo. Na
entrevista seria sugerido ao entrevistado responder às seguintes perguntas:
Quem é o Ser Humano para Você? Quem é você é? (Questões sociológicas,
antropológicas, emocionais, psico afetivas); O que você entende por identidade?
Com quem o que você se identifica? Baseado em que você construiu sua
identidade? Ao final da atividade foram realizados 16 vídeos com que
entrevistaram 32 pessoas.
A intenção era ouvir dos
jovens a maneira como os entrevistados fazem o LINK da sua identidade com o
espaço digital. Embora tivéssemos provocado os alunos forçando-os a realizar
entrevistas com registro digital e a devida edição do trabalho o resultado foi
muito aquém do desejado. Volta a se repetir o que já dissemos desde o início do
nosso curso: Nossa escola não fez opção
por intervenções digitais no cotidiano da escola e como uma ferramenta de
aprendizado.
Estamos há pouco mais de
um ano de quando foi realizada a pesquisa sobre a compreensão de cultura
digital. Embora a prática de usar esta tecnologia tenha se multiplicado de
forma geométrica o conceito e as razões para o seu uso estão longe de ser compreendidas
como oportunidade e espaço para produção e socialização de saberes.
O objetivo da disciplina
de filosofia não é mais do que a redação particularizada do objetivo da escola,
o qual por sua vez, reza que a função da escola é formar cidadãos críticos,
responsáveis e capazes de intervir na sociedade visando transformá-la em uma
sociedade madura e crítica. Dos dezesseis vídeos produzidos aproveitamos 4
deles para socializar no curso de Cultura Digital, os resultados estão longe do
que se deseja para atividades desta natureza.
O que mais chamou a
atenção foi a própria direção da escola questionar o professor cobrando
explicações deste sobre a atividade, a qual embora prevista no plano de curso
aprovado pelo setor pedagógico da escola no início do ano e mesmo sabendo que a
atividade faz parte das atividades do Curso de Pós-Graduação em Cultura Digital
do qual estamos participando indicados pela escola no ano de 2014.
Diante deste quadro nos
deparamos com alunos que costumam fazer trabalhos muito significativos e com
desenvoltura utilizam recursos tecnológicos, realizarem esta atividade com
qualidade duvidosa e empenho pífio na consecução da mesma.
Chamou-nos a atenção
também que algumas pessoas entrevistadas, que mesmo não fazendo parte da
comunidade escolar e que nem sequer tem o ensino fundamental completo tenham
respondido as questões com desenvoltura e sem preconceitos. Claro que nem todas
as pessoas entrevistadas tem clareza sobre o conjunto das perguntas ou mesmo
sobre a questão da identidade. A questão identitária é um problema antigo no
que se refere a resposta para este problema no âmbito da filosofia. Esta
fragmentação não é algo novo e isso se deve a falta de conhecimento filosófico
dos conceitos referenciados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua participação.