Dentre os desafios que se
apresentam à comunidade escolar bem como aos entes mantenedores dos cursos de
ensino médio, um deles reside na permanência do jovem da escola. De acordo com
meu ponto de vista pouco ainda é feito no sentido de envolver os pais nesta
discussão ajudando-os a perceber que o nível de desenvolvimento de qualquer
sociedade passa necessariamente e antes pelo maior tempo de permanência na
escola. Países desenvolvidos com altos índices de qualidade na educação já
entenderam essa dinâmica.
No Brasil, porém, as famílias
ainda não perceberam esse “calcanhar de Aquiles” o índice de evasão nos três
anos do ensino médio é muito alto. O Estado de Santa Catarina tem investido
recursos humanos, técnicos e matérias na implantação do ensino médio em tempo
integral. Mas não fez uma ponte entre o trabalho na adolescência a permanência
na escola. Os índices de jovens que trocam o tempo integral pelo turno noturno
ou mudam para escola com período de 4 horas aproxima-se dos 75%. Esta fuga em
massa aparece justificada pela necessidade de trabalhar.
A ação sugerida na página 43 do
módulo dois nunca foi desenvolvida na escola de modo sério e mediado por
estudos técnicos e psicológicos que margeiam esta questão. Pelo menos 50% dos
alunos que frequentam o noturno da Escola de Educação Básica Professora Adelina
Régis, não em carteira de trabalho de assinado, nenhum tipo de seguridade
social, pouco ou nada sabe sobre segurança no trabalho. Nenhum destes temas foi
explorado ou aberto diálogo com eles por parte do corpo docente da escola, nem
tampouco com seus pais e a própria sociedade.
Facilmente a escola cai no
discurso político partidário do “pleno emprego” da “falta de qualificação” e da
elevada “carga tributária” que recai sobre o empregador. Todas explicações verdadeiras,
porém que não justificam o silenciamento diante da “cratera” aberta na
qualidade da educação marcada por este índice de rotatividade e abandono da
educação em tempo integral.
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