O módulo começa com a
intenção de ajudar o cursista a construir uma noção de juventude. Segundo o
texto a noção de juventude que se tem na escola tem a ver com o relacionamento
entre professores e alunos e a noção de identidade que ambos constroem dos seus
pares. E por isso o texto quer ajudar a compreender o significado de ser jovem
nos dias de hoje.
O primeiro dado a ser
considerado aponta que é necessário considerar a escola como um ambiente que é
reflexo da sociedade onde estão inseridos os atores da educação (professores e
alunos).
As DCNEM, e o parecer
do Conselho Nacional da Educação são objetivos ao afirmar que a escola precisa ser reinventada e sua função consiste
“no aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e
o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”, e, “o
reconhecimento e aceitação da diversidade e da realidade concreta dos sujeitos
do processo educativo, das formas de produção, dos processos de trabalho e das culturas
a eles subjacentes” (artigo III e VII).
Um dos conceitos
fundamentais a ser considerado na educação é a compreensão de que não existe um
jovem, mas juventudes. E estas juventudes frequentemente não são ouvidas na
escola na hora de tomar decisões.
Dentre outros, um dos
erros, em relação à juventude consiste em considerar a juventude como uma fase
de pre-adultez, destituindo-o da sua identidade, e por isso mesmo considerada
não suficientemente responsável e sujeita à violência e outras condições
degradantes. Deste modo parece fácil enxergá-lo como problema e reduzir a
complexidade desta etapa da vida. Concluindo, a escola não pode considerar o
jovem como um problema para a sociedade e projetar, desta forma, estereótipos
negativos dos alunos nas escolas.
A sociedade está
repleta de sinais do inconformismo dos jovens e do seu potencial articulador.
Tenha-se como exemplo as manifestações de rua desde 2012 e muitos outros fatos
no cotidiano da escola.
Como construção
histórica e categoria socialmente produzida a juventude é, ao mesmo tempo, uma
construção social e um tipo de representação. Daí a importância de reconhecer a
juventude como uma categoria totalizante e não como uma preparação para a vida
adulta.
Dito isto fica fácil
compreender como a escola ainda esta longe de compreender a noção de juventudes
e efetivamente garantir que o ensino médio cumpra a função prevista na LDB:
I - a consolidação e o
aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,
possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica
para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas
condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do
educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos
fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a
teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
A atividade para esta primeira parte
do módulo desafia os sujeitos da escola a virar esse jogo. Neste sentido é
importante reconhecer o que dizem os jovens de si mesmos e dos seus
professores, desde a condição sócio econômica em que estão inseridos.
Procurando detectar algumas linhas do
pensamento dos jovens estudantes foi realizada uma pesquisa que envolveu 22%
dos alunos da Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis em Videira –
SC.
Os alunos foram informados que se
tratava de sondagem para o curso de professores participantes do SISMEDIO,
realizada em sala de aula, foi pedido o anonimato dos participantes.
O professor que aplicou a pesquisa
manteve a neutralidade sobre qualquer posicionamento dos alunos, bem como
garantiu a liberdade de expressão e
tranquilidade necessária para as respostas.
Feita a tabulação dos dados chega-se
as seguintes premissas que permitem algumas considerações conclusivas,
apresentadas depois de cada gráfico tendo por referência teórico o módulo II do
Curso de Formação de Professores
oferecido pelo Pacto Nacional de Fortalecimento do Ensino Médio.
Veja o que pensam nossos alunos sobre
si mesmos:
a)
Quer
se tornar um sujeito crítico
b)
Apenas
para terminar o ensino médio
c)
Para
aprender um pouco mais
d)
Para
fazer o ENEM
e)
Para
ser alguém na vida
Note-se que neste quesito os alunos
concordam com o princípio da LDB que prevê: “III - o
aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”.
2) O
que pensam dos seus professores:
Você
acha que seus professores estão na escola por que:
b)
Escolheram
por vocação
c)
Apenas
para o salário
d)
Para
não ficar em casa cuidando do marido/mulher e dos filhos
e)
Porque
querem um mundo melhor
Por sua vez os alunos
também tecem uma imagem positiva dos seus professores, qualificando-os como
idealistas e vocacionados.
Situação econômica
dos alunos:
1 3) Você
se considera jovem em qual condição social:
b)
Esnobe
(Vive
com dois e cinco Reais por dia, mas tem
consumo superior);
c)
Suficiente
(Vive com seis até 10 Reais por dia)
d)
Abusado
(Vive com mais de 10 Reais por dia)
Enquadram-se como
alunos que tem padrão de vida adequado para sua idade, sendo que menos de 30%
deles se atribui uma condição que se poderia qualificar como depreciativa para
a sua idade.
Nas questões a seguir
os alunos foram convidados a se atribuir uma nota com variável de três pontos para cada uma das
condições.
Do ponto de vista da
pessoa e das relações, você se considera:
Diante destes
apontamentos, quais as sugestões que a escola pode implementar para “virar o
jogo” de culpados que frequentemente se estabelece na escola? E como
compreender as expectativas dos nossos alunos em relação à escola e aos
professores.
Esta pergunta norteou
todo o conteúdo estudado na primeira parte do segundo módulo. Para compreender
melhor e apontar algumas alternativas talvez mereça ser relido o texto nas
páginas 6 a 10 da módulo 1. Particularmente no que se refere ao quesito ouvir os alunos.
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