Os desafios ou as exigências da educação, as necessidades dos alunos, a ausência dos pais, o descomprometimento dos governos, e etc. São apenas algumas considerações sobre as quais se poderia escrever muito quando se trata da “Profissão do Professor”. Neste momento, não me parece que discorrer sobre estas ou outras preocupações do gênero possa ajudar compreender que muito mais do que uma profissão a docência é uma Vocação e uma arte.
É sugestiva a consideração de Cavaco:
Entendo que ser professor é também aceitar a aventura, os riscos, os desafios, perseguir grandes metas, distinguindo-as dos objetivos realizáveis a curto prazo; manter um certo grau de liberdade.; analisar a experiência própria e reconhecer o valor dos erros e dos acertos; escutar e reconhecer a razão dos outros; repensar a sua vida e reviver cada dia. (NOVOA, 1995, p. 190).
Sob esta ótica proponho a reflexão sobre a mística e a missão da docência, no sentido de compreender que nenhuma exigência ou dificuldade, por significativa que seja, pode abalar a determinação e a coragem de fazer o bem, de praticar a justiça de agir com caridade e irradiar alegria.
Ilusão? Nem tanto, isso será perfeitamente possível não, entretanto, sem se deixar “enxarcar” pela paixão do processo ensino aprendizagem. Esse processo consiste em compreender que a profissão de professor, de resto como todas as demais, são muito mais que execução perfeita de atividades relativas à sua função, trata-se de gosto, prazer, alento em resumo, trata-se de ser um sinal da presença da Deus no meio do mundo.
Estou convencido que o texto do Evangelho de Mateus, no capítulo 25, 31-46 é aplicável na sua totalidade à arte da docência desde as condições que estamos refletindo: “tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos foi a mim que fizestes”. As palavras de Jesus fizeram eco em tantos homens e mulheres ao longo da história e certamente não será diferente no atual momento da história.
São Francisco de Assis pode ser tomado como eixo norteador e modelo a ser imitado para o bom êxito na missão/vocação da docência:
Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado; e é morrendo que se vive para a vida eterna.