Tudo o que é novo nasce com dores de parto...
Elcio Alberton[1]
Para compreender melhor o significado da expressão metamorfose civilizatória é importante partir do significado do termo cuja raiz grega metamórphosis significa mudança na forma e na estrutura. Do ponto de vista da biologia diversos seres experimentam um processo metamorfósico na sua existência. Alguns para resistir ao processo, ou simplesmente com o intuito de prolongar um pouco sua efêmera existência se sujeitam a enormes aventuras. É o caso das borboletas monarcas, que a cada inverno empreendem voo por mais de três mil km, tentando resistir à mudança radical que invariavelmente ocorrerá pouco depois de se ter encerrado o período de hibernação.
Tal como se sucede em todos os campos civilizacionais, a educação passa por mudanças profundas, radicais e amedrontadoras. Não é possível, nem de longe imaginar, que a Educação permanecesse alheia a este processo o qual obviamente dá medo. Por outro lado não é verdade que a complexidade da mudança seja motivo de medo:
Continuamos fazer as mesmas perguntas fantasmas que, como se sabe, ninguém responderá... Em que sonhos estamos mantidos, entretidos com crises, ao fim das quais sairíamos do pesadelo? Quando tomaremos consciência que não há crise, nem crises, mas mutação? Não mutação de uma sociedade, mas mutação brutal de uma civilização? Participamos de uma nova era, sem conseguir observá-la. Sem admitir e nem sequer perceber que a era anterior desapareceu (FORRESTER, 1997 p. 7 – 8).
É isso, o que se experimenta na educação em nossos dias e certamente aos profissionais da educação se pode aplicar as palavras do Profeta Jeremias:
Quando Deus chamou Jeremias para ser profeta (1:5), ele não queria aceitar: "Ah, Soberano Senhor! Eu não sei falar, pois ainda sou muito jovem" (1:6). O Senhor respondeu que ele lhe daria as palavras e que ele determinaria a programação (1:7). Também ele se comprometeu a estar com Jeremias: "Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo" (1:8).
Então, cada vez mais se torna necessário estar abertos para a mudança e para o novo, afinal de contas a zona de conforto, na qual estamos acostumados a nos mover e que já dominamos bem, está deixando de existir, ou seja, está ficando para trás.
Quando contemplamos o mundo que vai se delineando nesta segunda década do Séc. XXI percebemos que nunca o homem pode exercitar com tanto vigor o seu direito de escolha. Apesar dos limites e contradições imensos que sabemos existir neste planeta tão vasto e plural, onde encontramos desde a opulência mais exacerbada até a miséria mais absurda, onde, em meio a regimes políticos democráticos, sobrevivem ainda ditaduras brutais, apesar de tudo isso, a História aponta na direção do exercício cada vez maior da liberdade humana.
Não há entusiasmo ufanista nessa afirmativa, pois ninguém é livre se não tem o mínimo para sobreviver com dignidade. Ninguém é livre se passa necessidades que afrontam sua dignidade como pessoa. E há ainda, no mundo, um contingente imenso de pessoas a quem são negados direitos que nem podemos chamar de humanos: comer, se abrigar, cuidar da cria, é direito de bicho. Gente quer e precisa de mais. Gente é pra brilhar, como disse o Caetano.
A contradição fica ainda maior quando constatamos que o Homem, hoje, mais que em qualquer outro tempo na História, tem meios, tecnologia e conhecimento para acabar com a miséria absoluta. E aqui faço uma diferença entre pobreza e miséria (http://eduardomachadobh.blogspot.com/2011/03/vida-no-planeta.html, acesso em 09/10/2011).
Diante disso, os professores não podem olvidar ou se deixar amedrontar pelas novidades e por novos desafios. Para isso ele se fez professor! O novo que se apresenta a cada dia pede que o docente seja capaz de assimilar sempre novas competências para o processo de ensinar e aprender.
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